Resumo:
- Dados sobre manufactura chinesa desapontam
- Alphabet cai depois de falhar estimativas
- BP culpa preços baixos do crude enquanto lucros caem
A última leitura de manufactura chinesa veio pior do que o esperado, registando-se uma redução entre atividade pública e privada, sugerindo que o otimismo sobre a recuperação do mês passado possa ter sido prematura. Auxilidado por várias medidas de estímulos, o mês de Março registou uma valorização após 5 meses consecutivos de contração, mas os níveis de crescimento continuam anémicos.
Adicionalmente, a rubrica Emprego na publicação Caixin está de novo em terreno negativo, depois de alcançar um máximo dos últimos 74 meses em Março, enquanto as encomendas aumentaram a um nível inferior em Março, devido essencialmente à redução de procura externa. As ações de Shanghai conseguiram valorizar apesar dos indicadores desfavoráveis, uma vez que o mercado considerou estas notícias como um prenúncio de posteriores estímulos económicos.
Ações norte americanas em máximos históricos
Ações norte americanas continuaram a valorização, conseguindo registar novos máximos no S&P500 (US500), apesar de ter corrigido destes níveis após a publicação de resultados da Alphabet. A informação sobre indicadores económicos chineses também ajudou , e o FTSE100 (UK100) está a cotar alguns pontos abaixo do nível de ontem mas tendo potencial de negociação durante os próximos dias, uma vez que as ações de empresas mineiras britânicas estão especialmente expostas à economia chinesa. A libra está a registar ganhos consideráveis contra os principais pares cambiais, com a valorização maior face ao dólar (0.4%).
Alphabet cai depois de falhar objetivos de resultados
Registou-se uma queda forte no mercado after-hours para esta ação, depois de comunicar um crescimento abaixo do estimado. Um aumento de 17% para uma empresa com um turnover anual de 36.3 mil milhões de dólares é impressionante, mas o mercado esperava resultados ainda melhores. A empresa sublinhou que a valorização do dólar e o período homólogo forte foram as principais causas para este desvio nos resultados, face ao estimado pelo consenso de mercado. Contudo, há receios de que o negócio de publicadade core possa ter atingido um máximo e o mercado deverá abrir cerca de 7% abaixo dos máximos históricos.

Estima-se que a cotação da Alphabet comecem a negociar próximas dos 1200 esta tarde, quase 7% abaixo antes da publicação dos resultados. Fonte: xStation
BP culpa os preços baixos de crude enquanto os lucros caem
A empresa BP anunciou um deslize nos lucros do primeiro trimestre, com os preços do crude a diminuírem e a causarem danos na performance da empresa. Poderá parecer pouco convencional culpar os preços de mercado, dado que o outro negro foi dos ativos que mais valorizou em 2019, mas convém notar que o preço médio durante este primeiro trimestre foi menor do que no último trimestre de 2018 apesar de se ter registado uma subida nestre trimestre e uma queda no outro. Enquadrando uma perspetiva de custos de substituição nos lucros, estes registaram 2.4 mil milhões de dólares para os primeiros três meses do ano, quando comparados com 2.6 mil milhões de dólares para o mesmo período em 2018. As ações da BP sentiram a comunicação deste relatório trimestral, e o benchmark do crude está a pairar próximo dos máximos dos últimos 6 meses, enquanto existe a possibilidade de continuação de bloqueio à produção iraniana, sendo possível a criação de um ambiente operacional mais favorável para a BP.
A cotação da BP está a valorizar durante a sessão de hoje, apesar da queda registada nos lucros, e encontrou uma zona de suoirte próxima da média móvel simples dos últimos 50 dias. Fonte: xStation