Entre as empresas mais afectadas pelo anúncio das tarifas de Trump, destaca-se a Nike (NKE.US), que perdeu mais de 11% hoje. Isto marca a maior queda desde o relatório financeiro de junho de 2024, empurrando o preço das acções para o seu nível mais baixo desde o final de 2017.
Comece a investir hoje ou teste gratuitamente uma conta demo
Abrir Conta Download mobile app Download mobile appA maior queda num dia da Nike desde o relatório de resultados de junho de 2024 Fonte: Bloomberg Finance L.P.
As perdas da Nike são impulsionadas por vários fatores que pesam fortemente sobre a empresa. Em primeiro lugar, as tarifas anunciadas por Trump aumentaram significativamente as preocupações dos investidores sobre uma recessão e estabilidade económica. À medida que os gastos dos consumidores enfraquecem, os sectores que dependem dos gastos discricionários enfrentam o maior risco de diminuição da procura. A indústria do vestuário desportivo é um desses sectores, uma vez que os consumidores podem renunciar ao vestuário desportivo em tempos económicos difíceis. A Nike, em particular, tem vindo a perder ações no mercado, o que aumenta as preocupações dos investidores.
Esta situação é ainda mais complicada pelo plano de liquidação de existências da Nike, uma vez que a empresa volta a concentrar-se no vestuário desportivo profissional. No entanto, o plano de vender o excesso de stock a preços mais baixos é agora incerto, dada a fraqueza iminente da procura por parte dos consumidores. Esta situação poderá prolongar o período de margens de lucro mais fracas da Nike, que já estão a diminuir desde o quarto trimestre de 2023/24.
Ao mesmo tempo, as tarifas de Trump atingiram a Ásia de forma particularmente dura, especialmente o Vietname, a Indonésia e a China, que representam coletivamente 95% da produção de calçado da Nike. As taxas tarifárias propostas - Vietname46%, China 54% e Indonésia 32%- terão um impacto grave nos principais fornecedores da Nike, acrescentando mais uma camada de pressão sobre as suas margens.
Em consequência, o diferencial entre o rácio P/E a prazo da Nike e o seu P/E a 12 meses continua a aumentar, tendo este último permanecido negativo durante o período mais longo desde o início do século XXI. Esta tendência indica uma avaliação que reflecte a deterioração das perspectivas da empresa nos próximos 12 meses. Além disso, é provável que algumas projecções de lucros sofram novas revisões em baixa à medida que a Nike se adapta ao novo ambiente económico.
O P/E final da Nike mantém-se abaixo do P/E futuro durante o período mais longo em mais de 25 anos. Fonte: Bloomberg Finance L.P.
Como resultado, as ações da Nike caíram para o seu nível mais baixo desde 2017, ultrapassando pela primeira vez o nível de suporte estabelecido durante a liquidação da COVID-19.
As ações da Nike caem abaixo de US $ 60 pela primeira vez desde 2017 . Fonte: xStation
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