Resumo:
- Está prevista a implementação de um pacote de estímulos na Nova Zelândia, totalizando 12 mil milhões de dólares neozelandeses.
- Emissão de nova dívida sob escrutínio, definida pelo Tesouro
- A Nova Zelândia irá sofrer o primeiro défice orçamental desde 2014, enquanto o superavit dos anos seguintes será limitado
O governo neozelandês prevê aumentar a despesa pública em 12 mil milhões de dólares neo zelandeses durante os anos vindouros, uma estratégia que almeja sustentar o crescimento económico durante uma desaceleração económica global. Aproximadamente 2/3 desse montante será alocado ao setor de transportes, ensino e projetos hospitalares, enquanto o remanescente será direcionado para subsídios futuros. O relatório também revela que mais detalhes serão acrescentados no princípio de 2020. Consequentemente, o governo neozelandês estima que a economia daquele país sofra um défice de 943 milhões de dólares neozelandeses no presente ano fiscal que terminará dia 30 de Junho, quando comparados com um superavit de 1.3 mil milhões de dólares projetados em Maio. Adicionalmente, as almofadas orçamentais serão subsequentemente menores, totalizando 9.1 mil milhões de dólares neozelandeses até 2023. De qualquer forma, a dívida líquida deverá manter-se confortavelmente no intervalo de 15-25% do PIB estimado.
A reação de mercado no dólar neozelandês revelou ganhos iniciais que foram posteriormente revertidos. Teoricamente, uma flexibilização de política monetária poderá aumentar as hipóteses de se aumentarem taxas de juro para níveis superiores, sendo que o crescimento económico se deverá reduzir significativamente apesar da implementação deste pacote de medidas de estímulo económico. O Tesouro prevê uma desaceleração de 2.3% neste ano fiscal, uma redução elevada quando comparada com a de 3.2% publicada em Maio. Por conseguinte, parece que o aumento de despesa pública poderá prevenir uma desaceleração económica ainda maior, mas não deverá convencer o RBNZ a tonar-se mais hawkish. Ainda assim, os participantes de mercado estão neste momento a incorporar um corte de taxa de aproximadamente 10 pontos base para 2020, sugerindo que o RBNZ deverá manter-se inativo nesta rúbrica até ao próximo ano.
A Nova Zelândia regista o primeiro défice orçamental desde 2014, numa fase em que o governo prevê um aumento da despesa pública. Fonte: Bloomberg