A Meta vai anunciar um recorde de CAPEX? O que os resultados da gigante das redes sociais devem mostrar?

11:09 30 de julho de 2025

A Meta é mais do que apenas uma empresa de redes sociais. Também é uma gigante da publicidade e uma empresa fortemente investida em novas tecnologias, abrangendo não apenas IA, mas também realidade aumentada. Há quase três anos, a empresa vem superando consistentemente as expectativas com resultados trimestrais cada vez melhores. Será que essa tendência vai continuar?

Expectativas financeiras e operacionais principais

  • Receita: US$ 44,8 bilhões (esperado: crescimento de 14,7% YoY) versus a orientação da empresa de US$ 42,5–45,5 bilhões.

  • Lucro por ação (EPS): US$ 5,89 (esperado: crescimento de 14,1% YoY) versus US$ 5,16 um ano atrás.

  • Receita com publicidade: US$ 44,1 bilhões, com crescimento de impressões de 6,9% e crescimento de preço de 7,6%.

  • Reality Labs: US$ 386 milhões em receita, com prejuízo operacional de -US$ 4,9 bilhões.

  • CapEx: Possível aumento em relação à orientação atual de US$ 64–72 bilhões; analistas esperam US$ 67,8 bilhões.

  • Margem operacional: 38,3% sobre receita operacional de US$ 17,2 bilhões.

  • Usuários ativos diários: 3,42 bilhões no ecossistema Family of Apps.

  • Threads: mais de 350 milhões de usuários registrados.

  • Meta AI: status de atingir 1 bilhão de usuários ativos mensais.

  • Movimento implícito do preço: +/- 7,4% após resultados (histórico: reações de +/- 5%).

CapEx – Faz sentido ampliar ainda mais os gastos?

A maior incógnita continua sendo o CapEx para 2025. A Meta já aumentou sua orientação no 1T de US$ 60–65 bilhões para US$ 64–72 bilhões. Há fortes indícios de que a empresa possa relatar um CapEx acima de US$ 72 bilhões. O motivo para esse aumento seria um gargalo na capacidade computacional, que estaria impactando algoritmos de publicidade e IA. Além disso, os custos com fornecedores estão subindo, principalmente com Nvidia e AMD. Tarifas dos EUA também devem influenciar. A empresa provavelmente também mencionará a crescente demanda por GPUs para treinar os modelos Llama.

Vale lembrar que os resultados mais recentes da Alphabet mostraram aumento de US$ 10 bilhões no CapEx.

No entanto, investidores podem se perguntar: o aumento no CapEx do 1T resultou em mais poder computacional real ou apenas maiores custos para o mesmo equipamento? A CFO Susan Li admitiu no 1T: “Mesmo com a capacidade que estamos implementando em 2025, estamos tendo dificuldades para atender à demanda das equipes por recursos computacionais.”

Um sinal positivo é que a Alphabet, com seu aumento de gastos, não citou tarifas como fator determinante – dois terços dos investimentos adicionais foram para servidores, e um terço para data centers.

Reality Labs – Um problema persistente de rentabilidade

O Reality Labs continua sendo o maior ponto de preocupação dos investidores. Com receitas de apenas US$ 386 milhões (0,9% do total), gera um prejuízo operacional trimestral de -US$ 4,9 bilhões, o que indica uma perda anual estimada de quase US$ 20 bilhões.

Um ponto positivo para o segmento foi a parceria com a Anduril, que levou a um contrato de US$ 100 milhões com o Pentágono. A Meta também abriu uma loja física para os produtos do Reality Labs em Burlingame, Califórnia. A empresa ainda planeja uma monetização mais ampla dos óculos de realidade aumentada Ray-Ban.

Por outro lado, vale observar que a empresa ainda não apresenta um plano claro de lucratividade. Os custos com P&D estão subindo, enquanto as receitas estão estagnadas entre US$ 300–400 milhões. E, apesar de ser uma das líderes em RA, enfrenta competição de produtos como o Apple Vision Pro.

Caso a empresa demonstre aumento de lucratividade em outros segmentos, os investidores podem continuar tolerando o Reality Labs. No entanto, cresce o sentimento de que é preciso um plano concreto para conter as perdas ou ampliar significativamente a receita do segmento.

Avaliação – Ainda atrativa em comparação com outras empresas do “Mag7”

A Meta segue relativamente atrativa entre as empresas do grupo “Magnificent 7”. Seu Forward EV/EBITDA e o Forward P/E estão entre os mais baixos do grupo. Em termos de métricas históricas, a empresa está ligeiramente mais cara que sua média de 2 anos, em todos os indicadores.

O múltiplo EV/EBITDA projetado continua elevado, mas está próximo de 1 desvio padrão em relação à sua média de 2 anos. Vale observar que esse é um dos múltiplos mais baixos entre o Mag7 e outras empresas tech de menor porte. A Meta segue mostrando forte crescimento nos resultados, o que faz com que métricas de avaliação levemente elevadas não sejam uma preocupação.

Fonte: Bloomberg Finance LP, XTB

Principais riscos e oportunidades para a empresa

Entre os principais riscos para a Meta está o fim da isenção de impostos de importação (de minimis), que já está reduzindo os gastos com publicidade de exportadores asiáticos de e-commerce nos EUA. Outro risco é a inflação dos investimentos em CapEx – existe a possibilidade de a empresa pagar cada vez mais por uma mesma capacidade computacional, limitando o crescimento real de sua infraestrutura. As perdas significativas com o Reality Labs também continuam sendo um ponto doloroso, sem sinais de melhora. Além disso, há pressão regulatória crescente nos EUA e na Europa.

Por outro lado, a Meta possui motores de crescimento importantes. A monetização de soluções em IA (como o Llama) já está aumentando o engajamento nas plataformas, o que gera mais potencial de publicidade. Há também perspectivas com a introdução de anúncios no Threads (com mais de 350 milhões de usuários em 30+ países) e o desenvolvimento acelerado do WhatsApp Business, cuja monetização com base de bilhões de usuários está apenas começando. Melhorias contínuas nos algoritmos de publicidade, via IA, também podem reforçar a competitividade e os resultados da empresa.

Resumo – Otimismo cauteloso para o futuro da Meta

A Meta tem um histórico de quase três anos superando as expectativas de receita. A empresa se fortaleceu no contexto publicitário, não apenas com o uso de IA, mas também dentro de apps antes menos explorados comercialmente. A avaliação está elevada, mas ainda é atrativa frente a concorrentes. O que vale observar? A escala do possível “revenue beat”, o tamanho do CapEx e se haverá justificativa clara para ele, além de qualquer especificação sobre o Reality Labs. É importante lembrar, no entanto, que mesmo com uma leve decepção, a empresa segue como líder em seu segmento.

A empresa perdeu valor significativo na sessão de ontem, e desde as máximas históricas alcançadas exatamente um mês atrás (30 de junho), perdeu cerca de 6% de seu valor. Desde o fim de junho, as trajetórias de preço da Meta e do US100 divergiram completamente. Ainda assim, desde o início do ano, as ações subiram cerca de 20%, e nos últimos 12 meses, acumulam alta de cerca de 50%. Um movimento implícito de cerca de 7% após o pregão de hoje em Wall Street, a partir do nível de US$ 700 por ação, pode levar a novas máximas históricas ou a uma queda para cerca de US$ 650, o menor nível em 2 meses.
Fonte: xStation5


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