⛽ Brent atinge máximos de 7 anos!

09:16 18 de janeiro de 2022

Será que os preços dos combustíveis irão continuar a subir ❓

O petróleo está a ter um início notável este ano. Não só os preços conseguiram quebrar acima dos máximos de 2021, como também o Brent conseguiu atingir o nível mais alto desde 2014. Tanto o Brent como o WTI - estão a valorizar mais de 12% YTD (até à data). Além disso, o setor energético é inquestionavelmente a classe de ativos com melhor desempenho após as primeiras duas semanas de 2022. Dado que as expectativas no final de 2021 apontavam para um cenário completamente diferente, pode-se questionar quais os motivos  por detrás das últimas valorizações dos preços do petróleo?

Perspectivas sombrias para 2022

As perspectivas para o mercado petrolífero em 2022 não são muito promissoras. Quase todas as grandes instituições esperavam que 2022 fosse marcado por um aumento significativo no lado da oferta, chegando até a provocar um excesso de oferta no mercado. Esperava-se que o excesso de oferta levasse à reconstituição dos inventários que têm vindo a diminuir há cerca de uma dúzia de meses e que atingissem os níveis mais baixos em 5 anos. O impacto da nova variante Omicron era visto como um trigger que apoiava estas expectativas. No entanto, o mercado começou a especular que a OPEP+ poderia abandonar a política de aumento da produção. Contudo, a realidade acabou por ser diferente. A OPEP+ anunciou que vai continuar a aumentar a produção e a Omicron acabou por não ter um impacto tão grande na mobilidade e na procura de petróleo como esperado.

Porque é que os preços do petróleo estão em máximos de 7 anos?

Há muitos factores por detrás do recente rally nos preços, na sua maioria, são factores pontuais. As recentes perturbações nas cadeias de abastecimento na Líbia e no Cazaquistão são exemplos perfeitos de tais factores. Embora a situação em ambos os países ainda não tenha sido totalmente resolvida, melhorou o suficiente para desencadear uma queda a curto prazo nos preços do petróleo. No entanto, o mercado rapidamente redireccionou o seu foco para uma perspectiva a longo prazo.
Além disso, as tensões no Médio Oriente estão de novo a aumentar com os iemenitas Houthis a lançar ataques com drones nos aeroportos dos Emirados Árabes Unidos.

Cotação do Brent (OIL) atingiu máximos de 2014. Fonte: xStation5

O que podemos esperar a seguir?

A relação entre a oferta e a procura continuam a influenciar os preços do petróleo , bem como as mudanças em torno das políticas monetárias da Fed que terão também um impacto no petróleo devido ao seu impacto no USD. Entre os principais factores a observar no petróleo este ano, é possível encontrar:

 

  • A recuperação da procura para níveis pré-pandémicos, mesmo sem recuperação total no tráfego aéreo
  • No que diz respeito à procura, o mercado irá observar atentamente se os consumidores substituem o gás natural caro por derivados de petróleo
  • A política da OPEP+ terá um impacto fundamental nas perspectivas a longo prazo
  • A OPEP+ abstém-se de alterar a sua política para não perder a posição de líder nos mercados petrolíferos
  • Apesar da posição de líder e do maior impacto nos preços, a OPEP+ pode não ser capaz de restabelecer a produção a níveis pré-pandémicos devido a investimentos inadequados nos últimos meses
  • As conversações nucleares com o Irão continuam, mas não há fim à vista. A maioria das instituições não espera que este ano chegue aos mercados um fornecimento adicional do Irão.
  • Os Estados Unidos planeiam continuar a aumentar a produção, mas a um ritmo mais lento do que em tempos pré-pandémicos. As pressões de grupos ambientalistas nos Estados Unidos estão a aumentar e poderá ser decretada uma proibição de novos projectos de xisto. A proibição de novos projectos de perfuração no Alasca já foi imposta

 

Tendo em consideração os factores acima mencionados, as expectativas anteriores que apontam para uma redução da procura e de uma oferta muito maior podem não se materializar. Um excesso de oferta anteriormente esperado pode revelar-se um grande défice. Goldman Sachs espera um tal cenário e aumenta as previsões de preços para Brent e WTI no 3º e 4º trimestre de 2022 em 20 dólares por barril, para uma barreira psicológica de 100 dólares por barril.

A capacidade de produção sobressalente nos países da OPEP (linha branca) está em queda livre e cai muito mais rapidamente do que a produção do cartel está a aumentar (linha amarela, eixo invertido). A situação sugere que a falta de investimentos adequados nos últimos meses pode impossibilitar o restabelecimento da produção a níveis pré-pandémicos. Fonte: Bloomberg

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