📌 Futuros de cacau recuam diante de previsões de chuvas e dados fracos que indicam preocupações com a demanda
📉 Contratos futuros de cacau negociados na ICE (COCOA) caem quase 4% hoje, pressionados por previsões de chuvas no Brasil e na Ásia e por dados fracos de moagem de grãos de cacau, que aumentaram as preocupações com a demanda no mercado.
O colapso no processamento de cacau na Malásia, com queda de 15% no 1º trimestre de 2025 (segundo o Malaysian Cocoa Board e o Cocoa Manufacturers Group), e no Brasil, com retração de 13% (dados da AIPC), indica um enfraquecimento da demanda após a disparada dos preços no ano passado. Em 2024, os preços do cacau triplicaram, o que agora se reflete na queda global da demanda por chocolate "caro" e seus derivados.
Como resultado da alta dos preços, repor estoques se tornou extremamente caro para fabricantes e processadores de chocolate. A escassez de oferta na Costa do Marfim e em Gana — os dois maiores produtores mundiais — complicou o cenário para centenas de empresas do setor.
As ações da fabricante americana de chocolates Hershey (HSY.US) ainda lutam para se recuperar das mínimas dos últimos quatro anos. Na semana passada, a maior produtora de chocolate do mundo, a suíça Barry Callebaut (BARN.CHN), divulgou queda nos volumes de vendas e revisou para baixo sua projeção de receita, citando o impacto dos altos preços do cacau. Após o anúncio, as ações da empresa caíram para os níveis mais baixos em 14 anos.
Apesar das preocupações com a oferta, as entregas aos portos marfinenses superam os níveis do ano passado e os estoques de cacau em armazéns monitorados por bolsas subiram para o maior nível em mais de cinco meses. Além disso, as previsões climáticas agora indicam o retorno das chuvas em Gana e na Costa do Marfim.
Esse cenário pode reduzir o temor de uma estação seca severa na África Ocidental. De acordo com dados da Bloomberg, as chuvas devem trazer umidade essencial às principais regiões produtoras de cacau, enquanto as chuvas sazonais no leste da África também estão favorecendo o desenvolvimento das árvores. Chuvas mais intensas também ocorrem atualmente nas regiões produtoras da Indonésia e da Malásia, aumentando as expectativas de melhora futura na oferta.
COCOA (Gráfico Diário – D1)
Os futuros de cacau caem 4,3% hoje, sendo negociados a US$ 7.879. Uma queda abaixo de US$ 7.600 pode abrir caminho para um teste das mínimas locais do outono de 2024, próximas de US$ 6.295.
Com base na metodologia de price action, a próxima grande resistência — sustentada pelo nível de 71,6% de retração de Fibonacci do rali de 2024 — está localizada na região de US$ 8.200.
Fonte: XStation
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