Resumo:
- Inflação japonesa desacelera mais do que o previsto, apesar de os preços core se manterem inalterados
- Representandes do BoJ oestão dividos relativamente à política monetária japonesa
- Mercado acionista corrige dos ganhos anteriores, Amazon e Alphabet reportam resultados trimestrais
Pressão a aumentar
A inflação japonesa abrandou mais do que era esperado em Julho, caindo para 0.9% numa base anualizada , face a 1.1% no mês passado. Enquanto isso, os índicadores cruciais da inflação -excluindo comida fresca e energia - mantiveram-se intactos em 0.9% e 0.8% respetivamente. Inflação baixa na economia japonesa não é novidade, mas com a pressão aumentada por parte dos restantes bancos centrais para fazer a política monetária ainda mais expansionista, o Banco do Japão pode ser forçado contra a parede mais cedo ou mais tarde, caso queira evitar uma apreciação indevida da sua divisa, o Iene.
Risco preponderante no horizonte
Entre os 3 bancos centrais de relevo, dois deles - o BCE e a Fed - afirmaram estar aptos a flexibilizar a política monetária, sendo expectável que a Fed o faça já na semana que vem, o que adiciona pressão sobre o Banco do Japão. De facto, o BoJ tem razões para diminuir a taxa de juro enquanto a inflação está estagnada e existe outro risco crucial para o calendário económico - um aumento da carga fiscal previsto para Outubro. Um aumento para 10% de 8% no sales tax pode ter um efeito substancial no consumo privado e as autoridades japonessa parecem sabê-lo (a economia registou o declínio forte no consumo em 2014 quando o imposto foi aumentado de 5% para 8%. Consequentemente, o governo apresentou algumas medidas para apaziguar o impacto adverso estimado.
Poder de fogo limitado
Tendo em conta o que sucedeu há 5 anos, o Banco de Japão estará preparado para agir rapidamente caso seja preciso. Entretanto, surgiram notícias durante esta madrugada sobre a divisão dos representantes do banco relativamente à implementação de medidas na política monetária, que poderá acontecer tão cedo quanto a próxima semana. Alguns decisores estão relutantes para atuar, afirmando que há pouco a ser ganho por aumentar a taxa de juro do banco central japonês. Adicionalmente, tal estratégia iria realçar o impacto limitado que conseguirá ter, numa altura em que os restantes bancos centrais estão numa trajetória dovish, de flexibilização de política monetária. Posto isto, será de esperar que o BoJ possa alterar a sua orientação estratégica novamente- poucos meses depois de afirmar que vai manter as taxas extremamente baixas até "pelo menos à Primavera de 2020".
A taxa de câmbio pode ser um fator importante a considerar pelo Banco do Japão na reunião da próxima semana, um dia antes da reunião da Fed. Fonte: xStation5
Ações em baixa
O mercado acionista norte americana acabou a sessão de Quinta-feira em baixa, com o Nasdaq a cair 1%. Outros índices também caíram, tal como o SP500 (US500) que registou quedas de 0.5% e o Dow Jones (US30) também. Este desfecho sucedeu após as quedas do setor acionista Europeu, com o Dax a cair fortemente e registando quedas de 1.3% e reagindo negativamente às declarações do BCE. Também foram publicados alguns resultados nos EUA - a Amazon reportou um EPS de 5.22 dólares (exp. 5.56 dólares) e receitas de 63.4 mil milhões de dólares (exp.62.46 mil milhões de dólares) enquanto a Alphabet apresentou números favoráveis, com um EPS de 14.21 dólares face ao esperado de 11.49 dólares, e receitas de 31.7 mil milhões de dólares face ao esperado de 30.84 mil milhões de dólares. Na Ásia, os principais índices estão a negociar em baixa com o índice japonês Nikkei e o Hang Seng a liderar as desvalorizações e caindo mais de 0.5%.
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