DE30: Explicação das eleições na Alemanha

• Eleições alemãs serão realizadas este domingo

• Primeiras eleições federais na era pós-Merkel

• O SPD lidera nas sondagens mas precisará de parceiros para governar

• O impacto no mercado deverá ser reduzido

As eleições federais realizar-se-ão este domingo na Alemanha. As eleições são acompanhadas de perto pelos meios de comunicação e pelos próprios investidores, pois serão as primeiras eleições na era pós-Merkel. Mais importante ainda, o declínio do partido de Angela Merkel nas sondagens sugere também que a continuação da política atual parece pouco provável.

Sistema eleitoral na Alemanha

Antes de darmos uma vista de olhos aos principais candidatos das próximas eleições alemãs, é importante percebermos como funcionam as eleições na Alemanha. Os alemães irão votar 2 vezes - uma para um candidato a deputado local e outra para um partido político. Metade dos lugares no governo alemão serão decididos por votos diretos, enquanto que a restante metade será decidida por votos de partidos políticos. Uma vez decididos todos os lugares, os deputados votarão sobre quem será o próximo chanceler alemão. No entanto, como normalmente nenhum dos partidos obtém assentos suficientes para governar sozinho, são feitas coligações e, por sua vez, o chanceler não poderá ser decidido até que as conversações com a coligação estejam concluídas.

Recentes sondagens

As próximas eleições podem resultar numa grande mudança na esfera política alemã. A coligação CDU/CSU que esteve no poder na Alemanha durante anos viu o seu apoio a diminuir este ano de mais de 35% para menos de 25%. Entretanto, o SPD de centro-esquerda ganhou apoio e emergiu como líder nas sondagens com mais de 25% de apoio. Os Verdes estão atualmente projetados para ganhar o terceiro maior apoio - 15%. O apoio para A Esquerda (Linke) tem sido mais ou menos estável na faixa dos 6-7% nos últimos meses.

Uma das principais conclusões das sondagens atuais é que é altamente improvável que qualquer partido seja capaz de governar sozinho. As semelhanças nas políticas de diferentes partidos, bem como os números atuais das sondagens, fornecem uma perspectiva do que poderá ser a próxima coligação governamental alemã.

As recentes sondagens eleitorais alemãs. Fonte: Bllomberg

Potenciais coligações

Existem atualmente três opções de coligação que estão a ser tomadas em consideração, tendo em conta os números das sondagens:

1. SPD-CDU/CSU

2. SPD-Verdes - A Esquerda

3. SPD- democratas liberais-os verdes

A primeira opção, também chamada Grande Coligação, já esteve no poder na Alemanha e os alemães têm sentimentos mistos sobre essa coligação- a queda no apoio à CDU/CSU mostra que as pessoas da Alemanha querem uma mudança. As três partes sob a segunda opção (SPD-Greens-The Left) apelaram a impostos mais elevados sobre as famílias ricas e a um salário mínimo fixo de 12-13 euros por hora. Este grupo também apoia a reforma do limite da dívida para não atrasar os investimentos públicos. Entretanto, tanto a CDU/CSU como os Democratas liberais estão a optar por uma redução fiscal para as famílias ricas e querem que o setor privado invista mais, oferecendo incentivos fiscais.

A terceira opção é provável, mas existem algumas diferenças fundamentais entre essas partes - por exemplo, em matéria de impostos - que a tornam menos provável do que as duas opções anteriores.

Impacto sobre os mercados financeiros

Não se espera um grande impacto das eleições alemãs sobre os mercados. A eventual coligação da SPD-CDU/CSU indicaria a continuação da atual política e o seu impacto seria, muito provavelmente, neutro. SPD-verdes- A coligação de esquerda pode tornar as perspectivas para as ações ligeiramente negativas devido ao aumento dos impostos, ao mesmo tempo que pode aumentar as yields das obrigações devido a alterações no limite da dívida. 

Um ponto a salientar é que qualquer coligação envolvendo os Verdes poderia ser benéfica para as empresas amigas do ambiente, uma vez que os Verdes são a favor da aplicação de investimentos para tornar a economia alemã neutra em termos de carbono.

Por último, mas não menos importante, parece bastante provável que a coligação governamental alemã seja uma coligação tripartida. Esta é provavelmente a mudança mais importante, pois afastar-se de uma coligação bipartidária aumenta a probabilidade de atrito entre os parceiros da coligação e pode criar um maior risco de impasse político em caso de desacordo.

Analisando o gráfico do índice alemão através da análise técnica

Analisando o gráfico do DAX (DE30) conseguimos ver que o índice está a ter dificuldades em continuar a sequência 3 dias consecutivos de ganhos. O índice não conseguiu quebrar acima da zona de resistência marcada pelos níveis de Fibonacci nos 61,8%. Neste momento os vendedores estão a testar a marca dos 15.500 pts, mas se essa zona for quebrada, o movimento de baixa poderá prolongar-se ainda mais.Fonte: xStation5