Depois das recentes notícias em torno do SVB e do Signature Bank, todos os bancos estão a ser afetados em termos de cotação. Nesta altura ainda não se consegue saber que impacto vai causar na europa em termos de contágio. Para já toda a banca está em queda e os investidores começam a retirar exposição de ações dos bancos. No caso do BCP , o mesmo arrancou o dia de hoje com quedas agressivas , sendo que está a cair nesta altura 7%.
Se olharmos para os dados fundamentais do banco, neste último trimestre o banco dobrou o montante alocado para provisões do crédito mal parado e também reduziu a sua dívida para metade, o que demonstra que o banco está a preparar-se para uma fase complicada. Por um lado o banco consegue obter mais receitas oriundas da subida das taxas de juro nos seus créditos, mas por outro lado o risco de aumentos do incumprimento das obrigações de crédito também aumentaram drasticamente, podendo o banco incorrer em perdas. As contínuas subidas das taxas de juro mais o abrandamento económico podem fazer com que muitas famílias e empresas não consigam cumprir com as suas obrigações. No que toca ao capital próprio da empresa, o mesmo também foi afetado, pois o banco reduziu mais o seu ativo do que o seu passivo, o que também é uma nota de risco.
Nesta altura o banco encontra-se perto do suporte importante dos 0,2€, caso haja a quebra do mesmo a situação de risco aumenta drasticamente para o banco. Fonte: xStation5 Posto isto, não podemos inferir que o BCP está em risco de colapso como o SVB, mas sabemos que se a condição macroeconómica se continuar a agravar e as taxas de juro continuarem a subir, o banco pode também ser afetado e incorrer em perdas significativas, o que poderia levar as ações abaixo do próximo suporte dos 0.12€.
Autor: Vítor Madeira