Resumo:
-
Muito barulho com o Brexit mas pouca transparência
-
GBP pouco mudou desde a semana passada
-
Ações da BP com ganhos depois da Dudley anunciar data do seu afastamento
Mais uma vez, a semana foi dominada por manchetes relacionadas com o Brexit, com o primeiro-ministro Boris Johnson a divulgar o seu último plano para chegar a um novo acordo com a UE. Acredita-se que as últimas propostas não serão uma solução final, mas é sem dúvida encorajador que tenham sido recebidas e não descartadas de imediato. Os relatórios mais recentes sugerem que o primeiro-ministro tem uma semana para rever o acordo e parece que Boris agora terá de recorrer ao plano B.
Muitos traders aguardam maior clareza sobre a situação do Brexit antes de se comprometer com posições de longo prazo na libra. Fonte: xStation
Ainda não se sabe muito bem o que é, mas dada a reação inicial dos parlamentares, talvez a decisão mais astuta seja tentar levar o seu último acordo ao parlamento para votação. É incerto que venha a receber o apoio necessário para passar, mas deverá ficar muito mais próximo do que as tentativas de May, até porque terá o apoio de 30 deputados trabalhistas. Se este acordo conseguir passar, ou chegar perto disso, a UE fica numa situação desconfortavel, aumentando a pressão sobre o bloco para, pelo menos, ceder terreno nas negociações, mesmo que eles não aceite o acordo na sua totalidade.
Existe aqui espaço possível para um novo acordo que possa ser aceite pelo parlamento e pela UE, mas, em nossa opinião, a probabilidade de que isso aconteça permanece abaixo dos 50%. O atual impasse não está quebrado e o foco se voltará para o quão longe o PM está disposto a forçar os limites da legalidade, a fim de evitar uma nova extensão do prazo de 31 de outubro.Mais um CEO renuncia com a demição de Dudley
Se o Brexit está na vanguarda das notícias políticas desta semana, o cenário empresarial foi dominado por uma série de CEOs de alto nível entre os blue-chips (ações consideradas seguras) do Reino Unido, anunciando que vão deixar o cargo. O mais recente foi Bob Dudley, o chefe da BP, que sai nos seus próprios termos após um mandato de sucesso. Tal como David Lewis, da Tesco, Dudley assumiu o controle num momento de crise - no seu caso após o desastre do Deepwater Horizon. Há muito tempo que Dudley diz que se aposentará por volta dos 65 anos de idade e o mercado respondeu levemente positivamente às notícias de que deixará o cargo em fevereiro e será substituído por Bernard Looney, com as ações a subir cerca de 0,75 % no momento da redação deste artigo.
As ações da BP subiram um pouco hoje com a notícia, mas o mercado não está longe de seu nível mais baixo de 18 meses, em torno de 4,80. As ações subiram 23% desde que Dudley assumiu o controle em 2010 - sem incluir o pagamentos substanciais de dividendos durante esse período. Fonte: xStation
