Os preços do café aumentaram acentuadamente nestas semanas. Está relacionado às temperaturas extremamente baixas que atingem as principais regiões produtoras de café no Brasil (São Paulo e Minas Gerais). Essas duas regiões são as principais responsáveis pela produção do Arábica. Espera-se que as quedas de produção cheguem a aproximadamente 3-4 milhões de sacas. Com a expectativa atual de cerca de 56 milhões de sacas, a produção pode cair para o nível mais baixo de 5 anos. Ainda assim, tais níveis de produção não justificam um aumento tão drástico nos preços, mesmo com a recuperação da procura. Mas pode o mesmo aplicar-se ao mercado do açúcar?

A produção no Brasil pode ser ainda menor do que a previsão atual do USDA. No entanto, temos que esperar cerca de 2 a 3 meses pela confirmação. Fonte: USDA
No entanto, existem outros problemas com o mercado de açúcar. Este mercado é fortemente dependente da procura por biocombustíveis, que por sua vez está relacionada com o preço do petróleo bruto. Os preços altos do petróleo devem desencadear um novo aumento nos preços do açúcar. Atualmente, estamos a observar essa situação. No entanto, não devemos esperar grandes perdas de produção de cana-de-açúcar. A cana é cultivada em níveis significativamente mais baixos em comparação ao café, o que significa que as geadas não devem afetar o cultivo.

As expectativas do USDA apontam para ligeiras quedas de produção 21/22. Fonte: USDA

A sazonalidade e os preços do petróleo indicam que o açúcar deve custar mais caro. No entanto, o açúcar não tem respeitado a desvalorização do real. A tendência em alta deve continuar, mas os investidores não devem contar com uma valorização tão acentuada como aconteceu no café. Fonte: xStation5