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09:34 · 6 de outubro de 2025

Paralisação na França: novo capítulo da turbulência política

Principais conclusões
Principais conclusões
  • Lecornu renuncia: o primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, renunciou após menos de um mês no cargo, marcando um nível histórico de instabilidade política.
  • Turbulência nos mercados: a crise derrubou o índice CAC 40 em 2%, enfraqueceu o euro e elevou o spread entre os títulos franceses e alemães para 86 pontos-base, o maior nível recente.
  • Eleições antecipadas à vista: a paralisia política aumenta as expectativas de eleições parlamentares antecipadas como solução para o impasse.

O primeiro-ministro francês Sébastien Lecornu renunciou em meio a uma intensificação da crise política, apenas um dia após o presidente Emmanuel Macron anunciar o novo gabinete e menos de um mês após assumir o cargo. Trata-se do terceiro chefe de governo a deixar o posto devido à incapacidade de aprovar reformas-chave em um Parlamento profundamente dividido. Os acontecimentos abalaram fortemente os mercados financeiros franceses e acirraram o debate político interno. Lecornu passa a ser o primeiro-ministro mais breve da história da França, símbolo da incerteza que paira sobre o futuro do país.

 

Motivos para a renúncia de Lecornu

Lecornu apresentou sua renúncia menos de 24 horas depois de Macron anunciar uma composição ministerial que manteve a maioria dos nomes dos gabinetes anteriores, frustrando a oposição, que esperava uma verdadeira renovação política.
Em seu comunicado, o ex-primeiro-ministro citou a crescente polarização política e a impossibilidade de exercer suas funções de forma eficaz.
Ele destacou as dificuldades em aprovar o orçamento que prevê cortes de gastos e aumentos de impostos — medidas exigidas por Bruxelas diante do maior déficit da Zona do Euro.

 

Reação política e social

A renúncia provocou uma onda imediata de reações em todo o espectro político francês.
O líder socialista Olivier Faure afirmou que o bloco de Macron está “se desintegrando” e que o governo perdeu legitimidade.
Principais opositores, como Marine Le Pen e Jean-Luc Mélenchon, exigiram a dissolução da Assembleia Nacional e até sugeriram um processo de impeachment contra Macron.
Jordan Bardella, do partido de extrema-direita Reagrupamento Nacional, declarou que “restaurar a estabilidade só será possível com eleições parlamentares antecipadas”.

Reação dos mercados financeiros

A saída de Lecornu provocou forte turbulência nos mercados.
O índice CAC 40 caiu até 2% no dia, com destaque para as perdas expressivas no setor bancário.
O euro recuou para US$ 1,1650, enquanto os rendimentos dos títulos franceses dispararam, ampliando o spread em relação aos Bunds alemães para 86 pontos-base (bps) — o maior desde o final de dezembro.

Economistas alertam que a instabilidade política deve dificultar as negociações orçamentárias, podendo levar a um déficit maior do que o previsto.

Segundo dados da Bloomberg Finance LP, o spread entre os títulos franceses e alemães reflete o aumento da incerteza política, enquanto os bancos franceses figuram entre os maiores perdedores do dia.
Apesar do viés altista nos mercados globais, a França segue na contramão, um movimento que remonta ao impacto da anúncio antecipado de eleições em junho de 2024.

Perspectivas futuras

O governo francês tem até 13 de outubro para apresentar o projeto completo do orçamento.
A nova renúncia apenas aprofunda a crise política e torna cada vez mais provável a convocação de eleições legislativas antecipadas, tema recorrente entre analistas políticos e do mercado financeiro.

Nas próximas semanas, a ausência de direção política clara e a falta de confiança dos investidores devem ser os fatores determinantes para o rumo econômico e institucional da França.

A crise também repercute em nível europeu: o par EUR/USD chegou à região de US$ 1,1650, o menor patamar desde 25 de setembro.
Se esse suporte for rompido, o par pode retestar as mínimas de agosto, aumentando a pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE) para considerar novos cortes de juros. Atualmente, o mercado precifica menos de 30% de probabilidade de um corte até o fim do ano, refletindo a cautela diante da instabilidade política na segunda maior economia da Zona do Euro.

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