O sentimento nas bolsas de valores globais ainda parece dominado pela incerteza da pandemia. Enquanto a maioria dos índices na Europa está em baixa, as ações dos EUA abriram de forma mista. Os dados económicos não ajudaram ao desempate, pois o PMI de Chicago ficou abaixo das expectativas mas a Confiança do Consumidor da CB conseguiu superar as expectativas do mercado. Enquanto a DJIA ainda está em baixa, o S&P 500 e o Nasdaq sobem.
Em termos de atualizações do coronavírus, a situação parece não melhorar. Muito pelo contrário - o número de estados que decidem re-impor algumas restrições aumenta. Por exemplo, o Arizona deve fechar bares, ginásios e outros estabelecimentos comerciais. Tais decisões parecem justificadas, pois pelo menos 36 estados estão a ter um aumento nos casos do Covid-19. Até agora, pelo menos 16 estados suspenderam os planos de reabertura.

Ontem, o Russell 200 subiu mais de 3% e superou significativamente os outros principais índices dos EUA, apesar dos dados da pandemia. Fonte: xStation5
A Apple deve lançar o novo iPhone 5G este ano, mas alguns parceiros da cadeia de fornecimento começam a por em risco as previsões otimistas iniciais. De acordo com o DigiTimes, as remessas do iPhone 5G em 2020 podem ser muito mais fracas do que o esperado. Fontes afirmam que as remessas podem atingir apenas 15 a 20 milhões de unidades em 2020. A estimativa anterior era de 30 a 40 milhões de unidades.
A Wells Fargo (WFC.US) anunciou que cortará nos seus dividendos para preservar o capital. A escala exata do corte deve ser publicada no relatório de resultados do segundo trimestre, a 14 de julho. Na semana passada, a Federal Reserve impunha algumas novas restrições aos pagamentos. No entanto, alguns outros grandes bancos americanos planeiam manter os seus dividendos estáveis.
De acordo com o Wall Street Journal, a Uber Technologies (UBER.US) está em negociações para comprar o Postmates, serviço de entrega de alimentos, por US $ 2,6 mil milhões. Isso seria um sinal claro de que a Uber está a aspirar por uma expansão do seu serviço de entrega de alimentos. A medida pode ser particularmente oportuna durante a pandemia de coronavírus.
Cada vez mais empresas interrompem as suas campanhas publicitárias no Facebook (FB.US). Essas decisões fazem parte da campanha "Stop Hate for Profit", que visa boicotar algumas plataformas de mídia social. Ontem, a Bloomberg informou que a Microsoft vai interromper anúncios no Facebook e Instagram (que pertencem ao Facebook) até o final do ano. Entre outras empresas que aderiram ao boicote estão: Adidas e Reebok, Coca-Cola e Starbucks. O boicote é, no entanto, polémico, uma vez que o Facebook já foi criticado precisamente pelo oposto, isto é, por censurar tópicos e publicações cuja definição como discursos de ódio parece completamente arbitrária, subjetiva ou mesmo tendenciosa. O caso deixa claro numa espécie de braço de ferro entre a liberdade de expressão e uma cariz ideológico e sensacionalista, uma vez que a definição de "discurso de ódio" tem definições subjetivas ou pode ter, por detrás, objetivos políticos e comerciais.
A Uber Technologies (UBER.US) abriu hoje com um gap de alta, já que os investidores acreditam que a empresa pode se expandir os negócios de entrega de alimentos. Fonte: xStation5
André Pires, Analista na XTB