Sumário diário: Mercados acionistas ainda a negociar no vermelho

14:48 9 de março de 2020
  • Mais uma sessão negativa nos mercados acionistas a nível global
  • Preço do crude afunda cerca de 30%
  • Guerra de preços entre Rússia e Arábia Saudita

 

Alguns traders bastante experientes comparam a sessão de trading de hoje com a Black Monday de 1987. Os investidores que já estavam preocupados com a epidemia do Covid-19 foram pressionados ainda mais com a guerra de preços no crude entre a Arábia Saudita e a Rússia.

O número de casos de infeção do Coronavírus regista até à data 111.354 infetados e o número de mortes em cerca de 3.900 no dia 9 de Março. A maioria dos casos foram diagnosticados na China, Itália e Irão. Em Itália, o número de infetados aumentou para 7375. Adicionalmente, o número de infetados na Alemanha e França ultrapassou os 1000 casos. O governo italiano introduziu ainda mais restrições neste país, e as regiões nortenhas próximas do epicentro foram colocadas em quarantena.

Hoje registou-se a maior queda no petróleo desde 1991, após a Arábia Saudita ter anunciado a redução do preço da sua própria produção, e prometeu aumentar a oferta desta matéria prima em mais 10 milhões de barris por dia, encetando uma guerra de preços com a Rússia, na sequência do desentendimento entre ambos os países na semana passada. Consequentemente, os preços do futuro do crude desvalorizaram cerca de 30% , tendo encontrado uma zona de suporte e estando o Brent a cotar nas 35.21 libras.

Enquanto isto, o pânico tomou conta do mercado e outros ativos entraram nesta aversão ao risco, com as ações europeias e asiáticas a cairem fortemente, a volatilidade no mercado de forex a disparar e o capital a fluir para os mercados obrigacionistas. No mesmo sentido foram as yields norte americanas, com a T Note a descer abaixo dos 0.5% pela primeira vez. As divisas relacionadas com o petróleo também caíram, com o peso mexicano a cair 6%. A negociação em Wall Street foi suspensa durante 15 minutos enquanto o S&P500 caiu 7%.

Mais para o fim da sessão, os mercados conseguiram recuperar ligeitamente, apesar de as ações europeias e asiáticas terem fechado significativamente abaixo. O Dax30 caiu 7.94%, o Cac 40 caiu 8.39% e o Nikkei caiu 5.07%, enquanto o ASX200 caiu 7.33%. O MIB 40 caiu 11.17% e liderou as quedas. 

Os índices norte americanos estão a registar fortes quedas também, com o S&P 500 a cair mais 5.94%, o Dow Jones 30 a cair 6.27% e o Nasda1 100 a cair 5.19%

De notar que o Ouro, que está normalmente numa trajetória ascendente nestas circunstâncias, acabou a sessão sem uma tendência definida.

Neste momento o mercado, que já está altamente consternado com o impacto do coronavirus, precisam de acautelar os efeitos da guerra de preços entre a Arábia Saudita e a Rússia na economia global. Alguns investidores contam com o apoio dos bancos centrais, e os mercados estimam um consenso de 59% de chance que a Fed irá cortar as taxas de juro para 0%. Contudo, não é possível determinar se esta estratégia será suficiente para inverter o sentimento negativo que prevalece nos mercados.

Quanto às publicações de indicadores económicos, os investidores devem prestar atenção à revisão do PIB da Zona Euro e a variação de emprego publicada às 10h (GMT). O governador do RBNZ Orr também deverá discursar hoje à 1h da madrugada, e 30 minutos antes será publicado o indicador NAB Business Confidence.

O preço do OIL.WTI alcançõu os 161% de Fibonacci ($27.50) que deverá atuar como suporte de curto-prazo. No presente momento os fatores fundamentais têm um papel fundamental no desenvolvimento do preço, em particular as notícias relativamente ao aumento de tensões no conflito comercial entre a Rússia e Arábia Saudita.

 

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