Abertura dos mercados
Por Carla Maia Santos, Senior Broker
Os mercados abrem em baixa com receios de um escalar das tensões sino-americanas.
A CFO da Huawei, empresa gigante Chinesa de equipamento de telecomunicações, foi detida no Canadá onde dizem que vai ser extraditada para os EUA. Não se conhecem bem as causas desta detenção. Deste episódio, as elações que se podem tirar, é que podem colocar em perigo, as já instáveis relações entre os EUA e a China. A insegurança e a incerteza são os factores que mais pressionam as bolsas.
Os EUA dizem que a Huawei utiliza os seus aparelhos para controlar informação dos utilizadores. A Austrália, Nova Zelândia e Reino Unido estão já a rejeitar a marca nos seus países.
Depois da solução apresentada na reunião do G20, de 90 dias de tréguas, entre os EUA e a China são colocados em xeque.
Neste clima de tensão podemos assistir a uma forte pressão vendedora na Huawei.
A curva das yields a 10 e dois anos continua invertida, colocando a hipótese de uminício de recessão económica, nos EUA, bem presente junto dos investidores, com a possibilidade de estarmos no fim dum ciclo económico expansionista.
Hoje decorre a reunião entre a OPEP e a Rússia, onde parece estarem de acordo com um corte, mas ainda não foram divulgados valores para esses cortes. A OPEP diz que para equilibrar a oferta tem que haver um corte, no mínimo, de 1 milhão de barris.
Hoje também são divulgados os stocks de petróleo dos EUA e ontem Trump volta a twittar um descontentamento face a cortes da produção.
Em Portugal, o BCP e a Mota-Engil são as empresas que mais desvalorizam com receios sobre um abrandamento económico geral.
A Galp também cai, enquanto não são divulgadas informações sobre a reunião da OPEP sobre o corte ou não de produção.
Análise à sessão asiática
Por David Silva, Affiliate manager
Mais uma sessão a vermelho para as principais bolsas da praça asiática, com o sentimento de aversão ao risco a marcar novamente a madrugada de hoje, mostrando a apreensão e o receio dos investidores quanto a uma possível recessãodevido à inversão da "Yield curve" das obrigações Norte Americanas (taxa de juro das obrigações do tesouro a 2 anos superior à yield a 10 anos).
Pela terceira sessão consecutiva, a Austrália volta a estar em destaque pelas piores razões, com os dados comerciais a saírem abaixo do esperado, sendo que não deverá ter um final de ano forte e de acordo com as expetativas.
O Superavit comercial no mês de Outubro foi de 2.32 mil milhões de AUD (vs. 3.1 mil milhões exp.), ficando assim algo abaixo dos 2.94 mil milhões do mês de Setembro, fator que poderá ser justificado pelo aumento das importações em 3%enquanto as exportações apenas cresceram 1%, com o setor do carvão e dos combustíveis a estar em destaque.
As bolsas fecharam a sessão com novo desempenho negativo, com especial destaque para o Shanghai Composite (-1.61%) e para o Nikkei 225 que desvalorizou perto de 2% (-1.91%) no dia de hoje e a ameaçar os mínimos de Outubro deste ano (mas ainda longe dos mínimos de março de 2018). Também o S&P/ASX 200 (AUS200) volta a uma zona de suporte e aos mínimos deste ano.