Os investidores estão atentos às decisões dos bancos centrais esta semana
A Fed será o primeiro banco central a anunciar a sua decisão sobre as taxas de juro, amanhã às 19:00, seguido da conferência de imprensa de Powell às 19:30. O Banco de Inglaterra anunciará então a sua decisão às 12:00 na quinta-feira, seguida da conferência de imprensa às 12:30. A seguir será a vez do BCE, às 13:15 também na quinta-feira.
Taxas de juro actuais no Canadá, EUA, Reino Unido e Zona Euro. O Banco do Canadá foi o primeiro dos bancos centrais dos países desenvolvidos a anunciar o fim do ciclo de subidas da taxas. Será que algum dos três bancos restantes dará algum sinal de que o fim da subida das taxas se aproxima durante as próximas reuniões? Fonte: Bloomberg, XTB
Decisão do Fed
As expectativas do mercado são claras - a Fed voltará a reduzir o ritmo das subidas de taxas para 25 pb. Além disso, o mercado espera que a Fed aumente as taxas para até aos 5% com a taxa actual nos 4,5%. Por outro lado, a Fed tem repetidamente anunciado que pretende colocar as taxas de juro acima dos 5%. Além disso, as condições financeiras recentes nos EUA melhoraram claramente e não são tão restritivas como no passado, mesmo em comparação com 2018, quando a série anterior de aumentos teve lugar. As condições financeiras na Zona Euro, por outro lado, são avaliadas como muito restritivas, mesmo apesar das taxas de juro significativamente mais baixas. A Fed irá muito provavelmente continuar com a sua postura hawkish amanhã, embora possam surgir alguns sinais de que a Reserva Federal está cada vez mais perto de parar a subida dos juros para avaliar o impacto das subidas na economia.
Comparação das condições financeiras nos EUA na Zona euro. Fonte: Bloomberg, XTBBanco de Inglaterra (BoE)
Espera-se que o BoE irá aumentar as taxas em 50 pontos base para 4%, enquanto que o mercado espera um pico ligeiramente inferior a 4,5%. Isto significaria uma possível desaceleração nas próximas reuniões. Vale a pena lembrar que os decisores no BoE estão fortemente divididos nas suas opiniões e, recentemente, até dois membros quiseram manter as taxas aos níveis actuais. Isto pode significar que o pico das taxas de juro está de facto muito próximo, embora o mercado de trabalho esteja em muito boa forma. Por outro lado, a economia do Reino Unido pode ter um desempenho bastante fraco a curto prazo.
Banco Central Europeu (BCE)
Christine Lagarde deixou claro que o BCE irá apoiar fortes aumentos nos juros. O BCE está atrasado em relação a outros bancos em termos de aperto, pelo que é provável que o BCE permaneça fortemente aguerrido na sua próxima reunião, o que deverá beneficiar o euro. Além disso, dados recentes apontam para uma aceleração da inflação, embora isto se deva ao cancelamento das isenções fiscais que tiveram lugar durante a pandemia e aos fortes aumentos de preços. O PIB na Zona euro permanece positivo, o que permitirá ao BCE manter a sua retórica hawkish. No entanto, não se pode excluir que o BCE anuncie que, após a subida em Fevereiro e Março, considerará a possibilidade de limitar novos movimentos. A actual taxa de referência do BCE é de 2% e espera-se um aumento de 50 bps. Lagarde anunciou em Dezembro que estamos perante uma série de aumentos a este nível.
As condições comerciais para a zona euro melhoraram significativamente graças a uma queda significativa nos preços do gás e de outras mercadorias. Isto poderia significar um maior apoio ao euro, tanto por parte do BCE como das condições de mercado. Fonte: Bloomberg, XTBEURUSD continua a ser negociado acima da marca dos 1.0800. Contudo, se a Fed revelar-se bastante hawkish, o euro poderá sair penalizado em relação ao dólar americano. Fonte: xStation5
A libra britânica teve um bom desempenho em relação ao dólar, mas isto deveu-se principalmente à fraqueza do USD. Por outro lado, o EURGBP tem conseguido recuperar o movimento de alta desde que o preço testou o limite inferior do canal. Fonte: xStation5