A inflação no Reino Unido caiu para valores de há três anos; as ações reagem em baixa

Resumo:

• IPC do Reino Unido Y / Y: + 1,5% vs + 1,6% exp. + 1,7% antes

• Core Y / Y inalterado em + 1,7%. + 1,7% de exp

• As ações caiem 

O indicador de inflação teve uma queda maior do que o que era esperado, podendo, com isso, sugerir ao Banco da Inglaterra uma redução das taxas de juros, com o índice de preços ao consumidor de outubro caindo para o nível mais baixo desde 2016. Na semana passada, os responsáveis pela definição da taxas do banco surpreenderam os mercados quando 2 dos 9 membros do comitê votaram um corte na taxa de juros, possivelmente justificando essa medida na diminuição da pressão sobre os preços. No entanto, uma análise mais detalhada ao relatório enfraquece esse argumento, uma vez que essa queda deve-se em grande parte aos preços mais baixos da energia.

O IPC anual caiu em outubro para níveis só vistos em 2016 e, embora a medida principal não tenha sido alterada, a tendência recente dessas métricas permanece em baixa. Fonte: XTB Macrobond

De qualquer forma, ainda é altamente improvável que ocorram movimentos nas taxas antes do final do ano, com a decisão final sobre a política com data limite na semana seguinte às eleições gerais. Pelo terceiro dia consecutivo, tivemos algumas notícias com potencial para pressionar as vendas na libra, mas a moeda permaneceu praticamente imperturbável com os dados económicos.

Na semana passada, a libra pouco mudou, apesar de todos os dados económicos que foram lançados. O pior desempenho foi visto no peso chileno, pressionado pela intensificação dos protestos, e uma greve nacional proposta para a próxima semana. As moedas emergentes (EM), em geral, também estão com tendência de queda, em parte por contágio, mas também devido ao bom desempenho do mercado americano, que impulsiona o dólar. Fonte: xStation

Eventos políticos pesam sobre o sentimento

Embora seja improvável que a atenção dos investidores afaste-se do cenário político no Reino Unido, existem vários eventos em todo o mundo que estão a ter um impacto mais imediato nos mercados hoje de manhã, em particular nas ações. O mais significativo deles vem de Hong Kong, onde as tensões aumentaram uma vez mais, com os manifestantes a bloquear as estradas e o sistema de metro suspenso pelo terceiro dia consecutivo. As ações do Hang Seng caíram pela terceira vez consecutiva durante a noite e o mercado caiu quase 4% esta semana.

Queda do IBEX

Os investidores reagiram negativamente ao anúnciode um acorde de coligação entre o partido do Socialista no governo e o partido de esquerda "Podemos", depois das recentes eleições espanholas. As ações de Madri caíram quando as notícias foram divulgadas ontem à tarde e continuaram em baixa nesta manhã, com o IBEX35 a cair para o nível mais baixo de um mês e recuando quase 3% em relação à alta de terça-feira.

O IBEX está a ser negociado em baixa pelo segundo dia consecutivo, ameaçando a tendência altista dos últimos meses.  As EMAs 8/21 podem estar prestes a cruzar negativamente, tendo o mercado caido quase 3% nas últimas 24 horas, em reação ao anúncio de um governo de coalizão de esquerda. Fonte: xStation

Finalmente, um discurso ansiosamente aguardado de Donald Trump não diminuiu nem aumentou as esperanças de desenvolvimentos positivos nas relações comerciais com a China, levando Wall Street a corrigir os recordes batidos nesse dia antes do encerramento do dia, para apenas ganhos marginais. Uma queda prolongada no índice de volatilidade, acompanhada da queda da taxa de venda perto do limite inferior de sua faixa nos últimos anos, sugere que atualmente o otimismo continua. Além disso, os relatórios de que os gestores de fundos dos EUA têm os níveis mais baixos de caixa para o mês atual em mais de 6 anos sugerem que mais dinheiro poderá ser investido nos mercados e veio aumentar as expectativas de ocorrência de um rally FOMO ("Fear of Missing Out", isto é, receio de perder a oportunidade).