O euro recentemente atingiu um novo mínimo anual face ao dólar.
Quais os motivos que explicam esta quebra do euro face ao dólar?
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Abrir Conta TESTAR A DEMO Download mobile app Download mobile appPara entendermos as razões por detrás deste movimento de queda do euro face ao dólar ao longo do ano deveremos entender os mecanismos fundamentais:
Em primeiro lugar, temos que olhar para a política monetária de ambos os bancos centrais e tentar entender qual é a perspetiva do mercado monetário em relação aos cortes nas taxas de juro. Vejamos que a taxa de juro nos EUA está superior à taxa de juro da ZE, o que por si só aumenta a procura por dólares face aos euros numa perspetiva de depósitos com melhores remunerações. Posteriormente, a perspetiva de cortes de taxas de juro por parte da FED é substancialmente menor comparada com a perspetiva de cortes por parte do BCE, o que origina aqui uma divergência nas taxas forward para o par cambial e neste caso penaliza o euro pelo facto da perspetiva de cortes até ao final do ano de 2025 ser muito superior em relação ao dólar. Adicionalmente, não podemos esquecer a variação do balanço dos bancos centrais como medida da transmissão monetária, pois o aumento dos balanços dos bancos centrais com ativos como dívida dos países ou empresas são mecanismo para injetar moeda na economia , fazendo desvalorizar a moeda local e aumentando a inflação doméstica.
Em segundo lugar, o crescimento económico é um ponto favorável para as economias dos países e atrativo para os investidores estrangeiros visto que haverá uma procura pela moeda estrangeira. Adicionalmente, indicadores económicos como o PIB, PMIs, inflação, emprego, confiança do consumidor e investimento, são métricas que influenciam as flutuações cambiais entre os diversos pares. Deste modo, o crescimento da economia americana foi bastante superior ao da economia da Zona Euro, proporcionando uma maior procura por investimento e por sua vez, por dólares.
Em terceiro lugar, o comércio internacional tem impacto direto na procura e oferta das moedas. Os indicadores como: a balança comercial, a balança corrente, o nível de abertura da economia, as indústrias exportadoras, as matérias primas produzidas e o turismo levam a flutuações cambiais. Neste contexto, o facto dos EUA terem-se tornado o maior exportador de petróleo do mundo, tem uma influência positiva sobre o dólar e consequentemente negativa sobre o euro, para além disso, a Europa vê-se obrigada também a recorrer ao fornecimento de GNL por parte da economia norte-americana. Por outro lado, agora que o euro está mais fraco isto poderá ter um impacto positivo sobre as exportações europeias.
Em quarto lugar, os posicionamentos em questões geopolíticas, estabilidade política e matéria de fronteiras têm impacto nos pares cambiais. Neste momento, os dois acontecimentos mais importantes para a alteração do valor no dólar foram a eleição de Donald Trump e os conflitos do Irão com Israel. Donald Trump pretende cessar fogo no conflito do Irão com Israel, no entanto, caso o conflito aumente e Donald Trump avance com as suas promessas de suporte a Israel, isto poderá aumentar a volatilidade nos mercados cambiais e a insegurança por parte dos investidores. Ao mesmo tempo, poderá fazer com que investidores “apostem” no dólar como uma moeda de refúgio, afetando negativamente o euro e outros pares cambiais.
Em quinto lugar, o protecionismo e as tarifas comerciais, podem fortalecer inicialmente a moeda de um país, mas também criam incertezas, aumentando os preços dos produtos domésticos e estrangeiros, o que poderá afetar o comércio local e o crescimento económico. Além disso, as políticas fiscais e o crescimento nos EUA podem ser diferentes em relação à União Europeia, criando desafios para acordos e prejudicando o comércio internacional, o que iria acabar por beneficiar o dólar em detrimento da economia europeia.
Que repercussões é que isso pode ter para o euro e também para o dólar?
A queda do euro face ao dólar terá várias repercussões. Começando pelo comércio internacional, as exportações europeias vão tornar-se mais baratas, o que afetará de forma positiva as exportações europeias e por sua vez terá um impacto positivo na balança comercial. Por sua vez, a desvalorização do euro terá um impacto negativo no que toca à dívida visto que uma grande parte da dívida europeia se encontra em dólares e como tal os encargos com juros serão mais pesados. Por outro lado, as importações para a Europa ficarão mais caras, o que desincentiva os países a consumir produtos vindos dos EUA. Deste modo, isto também terá um impacto na inflação visto que há um decréscimo nas margens das empresas que utilizam produtos oriundos dos EUA que servem para ser transformados. Adicionalmente, não devemos esquecer que a europa é dependente das energias fósseis, o que também pode ter impacto negativo pelo custo destas matérias primas estarem em dólares, que mais uma vez podem causar inflação na Europa.
No que toca às obrigações dos países da zona euro, o facto da expectativa da política monetária está desalinhada entre ambos os países causou um gap maior entre as yields das obrigações governamentais europeias (Alemanha) e as obrigações norte-americanas, que nesta altura o spread está em 2.13 em valor absoluto, sendo que as taxas de juro das obrigações europeias são mais baixas do que as dos EUA.
O diferencial de rendimentos registou uma forte contração, impulsionada pela queda dos rendimentos alemães. O diferencial atingiu agora os níveis mais baixos desde o início deste ano e o final do ano passado. É importante referir que o diferencial é mais baixo do que em 2022, quando o euro caiu abaixo da paridade com o dólar. Fonte: Bloomberg Finance L.P
Como é visível através do gráfico, EURUSD tem perdido força desde setembro, atingindo ontem o seu mínimo do ano 1.0335. Fonte: xStation5
Autores: Vítor Madeira e Adriana Rojão
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