China Vs EUA: Efeitos das Tarifas em ambas as Economias

14:56 30 de abril de 2025

China Vs EUA: Efeitos das Tarifas em ambas as Economias

Em 2025, as tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China intensificaram-se significativamente, resultando na imposição de tarifas elevadas por parte de ambos os países. Este cenário tem gerado apreensão entre analistas e investidores, dada a dimensão das medidas adotadas e o seu impacto potencial na economia global. 

O Fundo Monetário Internacional (FMI) e diversas instituições (como o BCE)  têm alertado para os riscos macroeconómicos associados a esta guerra comercial, que se traduzem numa desaceleração do crescimento, num aumento da volatilidade nos mercados financeiros e em perturbações no abastecimento de produtos e bens essenciais. 

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Nos EUA, a administração de Trump impôs tarifas sobre produtos chineses, atingindo uma taxa de 145% em abril de 2025. Estas medidas foram justificadas como forma de proteger a indústria nacional e reduzir o défice comercial. O FMI estima que, apesar dos efeitos negativos no crescimento, estas tarifas possam contribuir para reduzir o défice fiscal dos EUA. No entanto, os custos desta política são evidentes. O crescimento económico norte-americano foi revisto em baixa, com uma projeção de apenas 1,8% para 2025, o que representa uma queda de um ponto percentual face ao ano anterior. Além disso, a persistência das tensões comerciais poderá agravar a desaceleração, afetando negativamente a confiança dos investidores e o desempenho dos mercados.

Em resposta, a China impôs tarifas sobre produtos americanos, elevando as taxas até 125%. Esta retaliação, combinada com a elevada dependência das exportações, está a afetar o ritmo de crescimento da economia chinesa. As estimativas apontam para um crescimento do PIB de 4,1% a 4,5% em 2025, o que está abaixo da meta governamental de 5%. As tarifas dos EUA representam um obstáculo ao crescimento chinês este ano, com impactos significativos nas exportações, no investimento empresarial e no consumo interno. Para conter os efeitos negativos, o governo chinês tem vindo a adotar medidas de estímulo económico, embora a eficácia destas políticas dependa da evolução das relações comerciais com os EUA.

O impacto da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo não se limita às suas fronteiras, as projeções de crescimento económico global foram revistas em baixa para 2,8% em 2025 e 3% em 2026, refletindo o impacto das elevadas tarifas.

Para os investidores, este cenário representa um ambiente desafiante. A imposição de tarifas em 2025 gerou quedas históricas nos principais índices, nomeadamente após o "Dia da Libertação", proclamado nos EUA a 2 de abril.

O índice de volatilidade VIX disparou, atingindo níveis não observados desde a pandemia do COVID-19, ou seja, março de 2020. É importante relembrar que o VIX é conhecido como o índice do medo, o que sugere que as tarifas afetaram a postura dos investidores no mercado. 

Fonte: Koyfin

O índice Dow Jones desvalorizou mais de 4.000 pontos em apenas dois dias, o que corresponde a uma queda de cerca de 9,26%. O SP500 recuou 10,53%, enquanto o Nasdaq desvalorizou 11,44%. 

A Europa também foi afetada, com o índice EURO STOXX 50 que caiu 8,21%, com o setor automóvel particularmente penalizado. Na Alemanha, o DAX perdeu 7,81%, enquanto o CAC 40 em França caiu 7,43%. As preocupações com a estabilidade das cadeias de abastecimento e os custos adicionais para a indústria europeia foram fatores decisivos neste desempenho negativo.

Na Ásia, os efeitos foram igualmente marcantes, o índice Nikkei 225 de Tóquio caiu cerca de 9,59% e em Hong Kong, o Hang Seng sofreu uma das maiores quedas da sua performance mais recente, com uma descida superior a 10%.

Apesar deste contexto turbulento e uma alta volatilidade nos mercados, houve tentativas de recuperação impulsionadas por declarações do Secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sobre a possibilidade de um "acordo" comercial com a China. Além destas declarações, o facto do Presidente Donald Trump ter comunicado o adiamento da implementação das tarifas contribuiu para um ligeiro alívio nos mercados, com o SP500 a subir 8%, o Dow Jones 6% e o Nasdaq 10%. No entanto, a volatilidade permanece elevada e a confiança dos investidores continua frágil, refletindo a incerteza quanto ao desfecho das negociações comerciais.

O gráfico mostra a variação percentual dos principais índices bolsistas globais entre fevereiro e abril de 2025. Apesar das quedas a 2 de abril devido ao "Dia da Libertação", no dia 8 de abril verificámos ganhos. Hoje, dia 30 de abril, destaca-se a performance positiva do Hang Seng (HSI, +8,78%) e do DAX (+4,64%), valores destes três meses, contrastando com quedas significativas no Nasdaq (CCMP, -11,51%), Dow Jones (INDU, -9,64%) e Nikkei 225 (NKY, -8,14%). Os mercados europeus, representados pelo Euro Stoxx 50 (SX5E, -0,63%), CAC 40 (-4,32%) e DAX, mostraram resiliência, enquanto os índices norte-americanos e japoneses enfrentaram maior pressão. Fonte: Koyfin

Assim podemos verificar que a intensificação das tarifas entre os EUA e a China durante o início deste ano tem tido implicações significativas não só para as suas economias, mas também para o comércio mundial em geral. Os impactos negativos destas tarifas refletiram-se nos mercados financeiros, no crescimento económico e na estabilidade das cadeias de produção e abastecimento. Torna-se fundamental para os investidores monitorizarem constantemente as políticas comerciais e os indicadores económicos, de forma a adaptarem as suas estratégias de investimento neste momento de maior volatilidade e imprevisível.


 

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