Será que vivemos com maior incerteza económica com Trump do que na pandemia?
O vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), Luis de Guindos, afirmou que as políticas do governo de Donald Trump estão a criar mais incerteza na economia mundial do que a crise criada pela pandemia, momento muito importante para a história que afetou o quotidiano das pessoas assim como fez com que fossem registadas quedas acentuadas nos mercados acionistas.
Comece a investir hoje ou teste gratuitamente uma conta demo
Abrir Conta Download mobile app Download mobile appAs mudanças nas políticas comerciais dos EUA tiveram um impacto significativo nos mercados financeiros, onde se registaram quedas generalizadas nos principais índices norte-americanos. No entanto, as afirmações de Guindos são discutíveis, visto que, em termos de incerteza e pânico, a crise da Covid-19 gerou perturbações muito mais profundas.
Variação dos principais indices acionistas americanos no momento da pandemia. Fonte: Koyfin
Outro fator de incerteza apontado por Guindos é a "desregulamentação" financeira promovida pela administração Trump. A desregulação financeira que Donald Trump defende, principalmente a redução dos impostos às empresas, terá que ser compensada por outras vias, tais como: a imposição de tarifas, a redução dos custos do Estado (DOGE) e a descida dos encargos com a dívida pública dos EUA. Isto já provocou quedas acentuadas no dólar que também pode ser um fator para atenuar as tarifas retaliatórias por parte dos outros países, já que a queda do dólar torna os produtos americanos mais baratos. No setor automóvel europeu, por exemplo, algumas empresas estão a considerar investir em fábricas nos EUA para contornar as tarifas impostas a este setor. Este fenómeno poderá estender-se a outras indústrias, sendo que os EUA ao reduzirem os impostos podem tornar-se mais competitivos do ponto de vista fiscal.
Variação dos principais indices acionistas americanos no mandato de Trump. Fonte: Koyfin
Relativamente ao aumento do investimento europeu na defesa, Guindos considerou o objetivo de 1,5% do PIB “um passo na direção certa”, mas sublinhou que é necessário avaliar melhor o seu impacto na economia. Como bem sabemos Donald Trump ainda antes de assumir a Casa Branca afirmou que os países europeus não estavam a contribuir com o suficiente para a defesa na NATO. Deste modo, parece que o mesmo está a conseguir o seu objetivo, já que estamos a assistir ao maior investimento da história da Europa em armamento. Neste momento, o pacote de estímulos para o sector de defesa anunciado por Ursula Von Der Leyen, demonstra uma explosão de estímulos na economia. Quando olhamos para os índices europeus percebemos que as expectativas futuras quanto ao crescimento económico e desenvolvimento são positivas. Por um lado, estes estímulos servem para proteger a Europa na matéria de guerra, mas por outro servem para desenvolver a indústria europeia. Além disso, coloca a Europa num impasse em que terá que alterar fornecedores em alguns materiais de forma a não depender dos EUA, sendo que alguns componentes poderão ser produzidos dentro da Europa. Em comparação com a situação durante a pandemia, a situação atual tem uma dinâmica oposta: enquanto a crise do Covid levou a quedas acentuadas nos índices acionistas europeus, estes encontram-se atualmente perto de máximos históricos, o que parece contradizer a ideia de haver maior incerteza, portanto os mercados financeiros estão a olhar de bom agrado para este pacote de estímulos para o desenvolvimento económico europeu.
Por fim, Guindos mostrou-se confiante de que a inflação na zona euro irá convergir para o objetivo de 2% do BCE até ao final deste ano ou no início do próximo. Esta afirmação pode ser contestável, uma vez que a Europa acaba de anunciar um enorme pacote de estímulos no setor da defesa que consequentemente colocará os países europeus numa posição de aumento dos seus défices orçamentais e consequentemente do total de dívida. Assim sendo, o risco percebido pelos investidores já se reflete nas yields das obrigações do tesouro europeias que têm vindo a subir. Esta emissão de estímulos pode gerar inflação e condicionar a recuperação nesta matéria, prolongando as taxas de juro altas por mais tempo. Comparativamente à altura do COVID, podemos referir que o contexto é totalmente diferente uma vez que as taxas de juros de referência do BCE eram de 0%.
Vítor Madeira e Adriana Rojão
Este material é uma comunicação de marketing na aceção do artigo 24.º, n.º 3, da Diretiva 2014/65 / UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, sobre os mercados de instrumentos financeiros e que altera a Diretiva 2002/92 / CE e Diretiva 2011/61/ UE (MiFID II). A comunicação de marketing não é uma recomendação de investimento ou informação que recomenda ou sugere uma estratégia de investimento na aceção do Regulamento (UE) n.º 596/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho de 16 de abril de 2014 sobre o abuso de mercado (regulamentação do abuso de mercado) e revogação da Diretiva 2003/6 / CE do Parlamento Europeu e do Conselho e das Diretivas da Comissão 2003/124 / CE, 2003/125 / CE e 2004/72 / CE e do Regulamento Delegado da Comissão (UE ) 2016/958 de 9 de março de 2016 que completa o Regulamento (UE) n.º 596/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às normas técnicas regulamentares para as disposições técnicas para a apresentação objetiva de recomendações de investimento, ou outras informações, recomendação ou sugestão de uma estratégia de investimento e para a divulgação de interesses particulares ou indicações de conflitos de interesse ou qualquer outro conselho, incluindo na área de consultoria de investimento, nos termos do Código dos Valores Mobiliários, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 486/99, de 13 de Novembro. A comunicação de marketing é elaborada com a máxima diligência, objetividade, apresenta os factos do conhecimento do autor na data da preparação e é desprovida de quaisquer elementos de avaliação. A comunicação de marketing é elaborada sem considerar as necessidades do cliente, a sua situação financeira individual e não apresenta qualquer estratégia de investimento de forma alguma. A comunicação de marketing não constitui uma oferta ou oferta de venda, subscrição, convite de compra, publicidade ou promoção de qualquer instrumento financeiro. A XTB, S.A. - Sucursal em Portugal não se responsabiliza por quaisquer ações ou omissões do cliente, em particular pela aquisição ou alienação de instrumentos financeiros. A XTB não aceitará a responsabilidade por qualquer perda ou dano, incluindo, sem limitação, qualquer perda que possa surgir direta ou indiretamente realizada com base nas informações contidas na presente comunicação comercial. Caso o comunicado de marketing contenha informações sobre quaisquer resultados relativos aos instrumentos financeiros nela indicados, estes não constituem qualquer garantia ou previsão de resultados futuros. O desempenho passado não é necessariamente indicativo de resultados futuros, e qualquer pessoa que atue com base nesta informação fá-lo inteiramente por sua conta e risco.