XTB - Market Update 16 de Janeiro de 2019

Wednesday Outlook

Por Pedro Amorim, Senior Broker

 

Tema de capa de jornal em todo mundo é o chumbo do acordo do Brexit negociado pela PM May e a moção de censura que vai enfrentar hoje.

 

Relativamente à economia no outro lado do mundo, os dados económicos divulgados durante a sessão asiática mostraram alguma surpresa, com estatísticas importantes incluindo números de vendas com cartões de crédito ou débito na Nova Zelândia, números da confiança do consumidor na Austrália e números de encomendas de máquinas no Japão. (estes dados foram divulgados entre as 21:45 e as 24:00 no dia de ontem).

 

Na Nova Zelândia, as as utilizações de cartões nas compras a retalho caíram 2,3% em dezembro em relação ao mês anterior. O NZDUSD passou de 0,68161 para 0,68160 após a divulgação dos números. Em detalhe a queda de vendas em bens duradouros foi a maior desde 2010, só apenas o gasto em combustíveis aumentou.

 

Relativamente a preços target na divisa, com ajuda da análise técnica temos alguma pressão vendedora após teste num nível de suporte e resistência (0.68500), no gráfico diário temos o estocástico a inverter e uma possível quebra do preço abaixo da média móvel dos 50 períodos (a azul). Segundo algumas análises dos principais bancos de investimento, um regressar ao nível do 0.6700 é um cenário mais provável com a queda do consumo na economia da nova Zelândia.

 

 

 

Na Austrália, a confiança do consumidor caiu 4,7% em janeiro, revertendo assim a tendência que tinha em 2018. Em detalhe, o valor deste “índice”, calculado com valor de referência 100, ficou nos 99,6. A queda abaixo de 100, que reflete que os pessimistas superam os otimistas, foi a primeira vez abaixo dos 100 desde novembro de 2017.

 

O declínio foi atribuído a vários fatores, incluindo:
Um declínio contínuo nos preços da habitação.
Mais fracos do que os números de crescimento esperados.
A guerra comercial em curso.
Incerteza política.
Para ajudar, As perspetivas económicas, nos próximos 12 meses, recuaram 7,8%, a maior queda desde 2015

O dólar australiano passou de 0,72033 para os 0,72011 após a divulgação dos números. Do ponto de vista do RBA (banco central da Austrália), os números do sentimento do consumidor suscitarão alguma preocupação, o enfraquecimento do mercado imobiliário e os altos níveis de endividamento das famílias provavelmente afetarão o consumo doméstico no curto prazo.

 

No par cambial AUDUSD já temos o RSI em níveis de inversão de compradores para vendedores, como aconteceu no passado próximo e o estocástico a mostrar também sinais de inversão. Estas notícias ajudarão a haver algum declínio no AUDUSD, bastando aqui algum dado forte na economia norte americana para haver uma forte venda. Deixamos o target nos 0.7050, um nível de mínimos relativos bastante importante.

 

 

Para a economia Japonesa, os pedidos de máquinas em novembro aumentaram 0,8% em relação ao ano anterior, antecipando-se a um aumento de 0,4%, embora bem abaixo de um salto de 4,5% em outubro. Mensalmente, as encomendas pararam, o que foi muito pior do que um aumento previsto de 3,1%, após um aumento de 7,6% em outubro.

 

O USDJPY passou de 108,662 para 108,616 após a divulgação dos números.

 

Neste par cambial enfrenta aqui algum período de consolidação próximo. Ficamos assim aguardar novidades sobre a negociação entre a China e os EUA para saber se o sentimento de risco aumentará ou não. Se isso acontecer (aumento do sentimento de risco), o JPY ficará mais forte e haverá quedas neste cambial.

 

 

Relativamente às economias europeias, no euro tem dia tranquilo pela frente, com as principais estatísticas limitadas a números de inflação finalizados fora da Alemanha e da Itália, que provavelmente não terão um impacto significativo no EUR.

Para o GBP, foi um choque para a primeira-ministra britânica ontem, com 432 votos contra o acordo do Brexit, apenas 202 a favor. O voto contra não reflete apenas o sentimento em relação ao Brexit, mas também em relação à PM May0. O líder do partido da oposição, Corbyn, não perdeu tempo em propor um voto de desconfiança (ou moção de censura como se aplica por vezes em Portugal), que será realizado esta noite (19h de lisboa).

No que toca aos dados económicos programados para divulgação incluem números de inflação de dezembro, que provavelmente serão deixados de lado e o mercado irá estar focado no Parlamento. O governador do BOE (Banco de Inglaterra), Carney, pode atrair alguma atenção no início do dia, mas é improvável que até Carney consiga acalmar os mercados durante o dia.

Sendo assim o voto da moção de censura de hoje será o principal impulsionador. Uma queda do governo (pouco provável) terá um grande impacto no GBPUSD.

 

 

Para o USD, os dados económicos programados para lançamento incluem as vendas a retalho em dezembro e os valores dos preços de importação e exportação, com os números das vendas a retalho sendo o principal fator durante o dia. Teremos também os dados os stocks de Petróleo, ajudando a definir a continuidade da tendência em alta desta matéria prima.

 

 

 

No OIL. WTI, após forte recuperação de 10$ por barril, está num período consolidativo a aguardar novas novidades relativos à produção. A força compradora parece ser a mais provável numa altura em que o OIL.WTI caiu 44% no ultimo trimestre de 2018.

 

 

Para o efeito cambial do USD, os membros da FOMC em toda a linha mudaram na frente da política para deixar o dólar na defensiva. Números positivos poderiam dar um impulso ao dólar, embora possa ser impressionante ter um impacto duradouro, o Salão Oval e a extensa paralisação do governo federal também a ser considerada.

 

Análise à Sessão Asiática

Por David Silva, Affiliate Manager

 

Depois de um dia bastante atribulado no parlamento britânico e de larga derrota na votação do acordo do Brexit, as bolsas asiáticas não sentiram qualquer efeito do evento e do resultado uma vez que a sessão fechou com um desempenho misto, com os índices a praticamente não oscilarem face ao dia de ontem (dos principais índices a variação máxima foi de 0.70%).

Com alguma naturalidade, a China continua a ser o grande destaque do momento no continente asiático, com uma nova medida de estímulo da economia a ser anunciada nesta quarta-feira, depois do crescimento da economia ter abrandado e registado valores que não se viam desde 2011.

No decorrer das últimas duas semanas foram anunciados alguns possíveis cortes fiscais, tanto para a população como para as empresas, tendo inclusive surgido o rumor que haverá algo em específico para as pequenas e micro empresas, com o objetivo de estas pouparem um total de 30 mil milhões de USD (200 mil milhões de yuan).
Hoje, foi anunciado o que PBoC (banco central da China) irá injetar cerca de 83 mil milhões de USD (560 mil milhões de yuan) na economia por forma a evitar uma possível crise de liquidez e, tal como foi anunciado através do corte de impostos, contribuir para o aumento do consumo e crescimento da economia.

Segundo alguns analistas o principal objetivo do governo chinês com estas recentes medidas passa por inverter a tendência de queda e abrandamento da economia, por forma a entrar no 1º trimestre do novo ano da melhor forma (tendo em atenção que no fim de fevereiro termina o prazo para o estabelecimento de um acordo com os EUA).

 

 Ações

Por José Correia, Senior Broker

 

Netflix (NFLX.US) - anunciou que irá aumentar os preços tabelados para os EUA em 18%, gerando um aumento de receitas significativo para a empresa. Esta alteração visa compensar os custos de produção da Netflix nos filmes e documentários produzidos internamente, e que têm tido grande número de visualizações. A ação regista uma tendência de subida acentuada, e representa uma boa oportunidade de investimento para deter na carteira de longo prazo. 

 

 Matérias-Primas

Por Eduardo Silva, Head of Sales

 

Silver - Novo breakout esperado no curto prazo na Prata em direcção ao target final

 

Nos EUA o impasse segue sem solução à vista, o shutdown causa incerteza e os metais preciosos alimentam-se disse mesmo. Destaco a prata, desde que activou o duplo fundo que a prata está a desenvolver um movimento altista solido que nos últimos dias perdeu força e iniciou uma fase de acumulação no curto prazo. O padrão formado foi um triângulo que sugere continuidade da tendência. Assim o trade de hoje passa por aproveitar um possivel breakout deste triângulo em time frames de curto prazo, apontar para a zona que junta a resistência horizontal, 61.8 de Fibonacci desta ultima queda e ainda a LTD como mostro no gráfico. O sl dever ficar abaixo do triângulo mas este padrão pode evoluir para uma canal descendente de curto prazo, se o breakout ocorrer, se não existir triângulo fica abaixo do mínimo relativo desse time frame.