Despertar dos mercados
Por Carla Santos, Senior Broker
Os mercados abrem em alta nesta quarta-feira.
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O mercado é feito de expetativas e a insegurança pode ter efeitos mais avassaladores do que propriamente notícias negativas. É o caso da guerra comercial, que cria pressões negativas no mercado quando começam os rumores e se começa a falar de números e levando o mercado a reagir em alta assim que os números são apresentados.
Neste contexto, os EUA avançaram com 10 porcento dos impostos às importações chinesas e logo de seguida a China retalia nos mesmos 10 porcento - mas num valor bruto inferior porque as importações da China aos EUA são inferiores às importações dos EUA à China. Noutras palavras, os EUA importam muito mais.
Os mercados reagem assim em alta depois de saberem com o que contam. O S&P500 testa mesmo máximos históricos.
Nos mercados emergentes, é a vez do Brasil estar na mira dos investidores com a reunião do Banco Central a realizar-se hoje. As taxas de juro selic estão nos 6.5 porcento, mas com o aproximar das eleições para outubro, não se esperam alterações nas taxas. Qualquer alteração, pode trazer um movimento forte do USDBRL que este ano apresentou já uma variação na ordem dos 20 porcento.
Portugal segue a tendência positiva global dos mercados. A Sonae SGPS negoceia na linha de água depois de dizer que o IPO da Sonae MC é para avançar ainda este ano. O BCP segue a negociar em alta pelo terceiro dia consecutivo, no entanto, a tendência de fundo continua a ser decrescente.
Sessão Asiática
Por David Silva, Senior Broker & Affiliate Manager
A sessão de hoje a ficar marcada pelo apetite pelo risco dos investidores, com base nas declarações do primeiro-ministro da república da China Li Keqiang sobre as relações comerciais atuais e sobre a desvalorização do CNY (yuan), que fez algumas commdols como o AUD e o NZD beneficiar da confiança dos investidores.
O primeiro-ministro chinês afirmou no encontro desta madrugada, que visa discutir a situação atual da economia mundial, que a desvalorização da moeda não é uma medida para tornar as exportações mais competitivas e que prejudica mais a China do que beneficia, o que poderá levar a uma alteração da política monetária nos próximos encontros.
Também no Japão tivemos a publicação dos dados referentes à balança comercial, que atingiu um défice comercial superior ao esperado, com as exportações a crescerem 6.6%, enquanto as importações cresceram 15.4% face ao mês anterior.
Contudo as bolsas asiáticas fecharam a sessão em terreno positivo, tendo o S&P/ASX 200 recuperado da queda de ontem, bem como o Shanghai Composite e o Nikkei 225 a continuar a semana positiva. Especial destaque novamente para o índice japonês que está cada vez mais perto de alcançar máximos históricos.
Ações
Por José Correia, Senior Broker
Sainsbury (SBRY.UK) - o regulador britânico Competition and Markets Authority, CMA, emitiu um parecer desfavorável para a fusão entre a Sainsbury e a Asda, duas das maiores empresas retalhistas do Reino Unido. Em causa está a diminuição da qualidade de serviço e o aumento de preços que poderá ser implementado caso o negócio se concretize, diminuindo o valor acrescentado entregue aos seus clientes. O regulador fez saber que irá determinar qual o desfecho deste evento até 5 de Março de 2019. Até lá, a estratégia da Sainsbury está a ser modificada e pode muito provavelmente causar algum transtorno às expetativas de resultados operacionais. São oportunas entradas vendedoras no ativo com target nas 3 libras.
Análise Técnica
Matérias-Primas
Por Pedro Amorim, Senior Broker
O petróleo dos EUA recuou no último mês, à medida que os stocks americanos de petróleo continuam a superar a procura.
A OPEP irá reunir-se em breve para discutir os limites de produção, o que dará à Arábia Saudita uma hipotese de culpar os EUA pelo aumento dos preços.
Os preços do petróleo subiram, com o WTI a cotar nos 70,40 ontem, mas não conseguiu superar os máximos da semana passada, de 71,25, depois que os stocks de petróleo dos EUA mostraram mais uma surpresa na contagem de barris de ontem.
Os stocks de petróleo dos EUA aumentaram 1,2 milhão de barris de acordo com o American Petroleum Institute (API), revertendo a previsão de mercado de -2,7 milhões de barris, aumentando as perspectivas de aumento do prémio no Brent contra WTI, com efeitos piores na Europa e na Ásia.
Os membros da Opep também devem reunir-se neste domingo, mas nenhuma decisão ou ajuste deve ser feito enquanto o grupo discutir as políticas de produção e a sua conformidade.
A Arábia Saudita mencionou várias vezes recentemente que eles não desejam pressionar os preços do petróleo para mais de 80 / barril, o que pode ser inevitável, já que as sanções dos EUA ao Irão devem entrar em vigor a partir de 4 de novembro.
Em termos técnicos estamos a ver uma recuperação após ter tocado nos 61.8 de fibo. A Ideia será atingir novamente o antigo suporte no gráfico diário criado no verão do ano passado.
Posição longa, target nos 72 e SL nos 68.39.
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