O que são bancos centrais?
Um banco central é o banco nacional que fornece serviços financeiros e bancários ao governo e sistema bancário comercial desse país. É também a entidade que emite a moeda desse país; de acordo com o Banco Central Europeu, é “uma instituição pública que gere a moeda de um país ou grupo de países e controla a oferta de moeda, mais especificamente, a quantidade de moeda em circulação. O objetivo primordial de muitos bancos centrais é manter a estabilidade de preços. Em alguns países, os bancos centrais têm, por lei, também de atuar no sentido de promover o pleno emprego”.
Também é importante lembrar que um banco central não é um banco comercial. Uma pessoa individual não pode abrir uma conta num banco central ou pedir-lhe um empréstimo. Além disso, como entidade pública que é, não é motivado pelo lucro.
Porque razão os bancos centrais são tão importantes?
Há uma coisa que deve sempre relembrar: os bancos centrais são de extrema importância não só para os participantes do mercado, como para toda a economia. São os bancos responsáveis pela estabilidade do preço, e podem apoiar o crescimento económico e o emprego.
Quanto aos mercados financeiros, como trader, o mais importante que deve reter é que os bancos centrais controlam a oferta de dinheiro. Por outro lado, isto significa que a política monetária de um banco central ou a implementação das suas políticas orçamentais pode ter efeitos na direção em que o mercado de forex se irá movimentar.
Uma das principais ferramentas de qualquer banco central é a fixação de taxas de juro – também conhecidas como o custo do dinheiro. Quando o banco central altera as suas taxas, vai influenciar não só o mercado de taxas de juro, como também o mercado de forex.
Vejamos o seguinte exemplo. Imagine que a Reserva Federal vê que a economia está a ter um bom desempenho, que a taxa de desemprego se encontra num nível suficientemente baixo, que o crescimento económico é sólido e que a inflação está a crescer. Neste cenário, seria provável que a Fed aumentasse as taxas de juro para impedir os preços de subir em demasia. À medida que as taxas aumentam, o crédito torna-se mais caro e, por isso, há menos indivíduos e empresas a pedir empréstimos. Isto vai fazer com que o crescimento abrande.
Mas como é que isto afeta a moeda?
Enquanto taxas mais altas tornam os empréstimos ou crédito mais caros, os depósitos vão gerar mais interesse de forma a que os traders procurem comprar a moeda por uma maior taxa de retorno. Isto leva a uma maior procura pelo dólar, fazendo com que a moeda se torne mais cara. Repare no gráfico abaixo e veja como o par EUR/USD reagiu com a política monetária decidida pela Fed em dezembro de 2016.
É importante lembrar, no entanto, que as taxas de juro não são a única ferramenta que pode ser utilizada pelos bancos centrais. Os bancos centrais evoluíram e foram introduzidas muitas medidas extraordinárias depois da crise financeira de 2008/9. Um banco central podia comprar obrigações do tesouro ou emprestar dinheiro a instituições privadas de forma a impulsionar o crescimento do crédito. Mais ainda, podia também comprar ativos a bancos para impedir que falissem. A Fed tomou estas decisões depois da crise e isto impulsionou o início de um mercado “touro” plurianual em Wall Street.
Como pode ver, os bancos centrais são os participantes de mercado mais importantes que podem marcar a tendência no mercado. No entanto, algumas instituições são mais influentes que outras. Vamos descobrir que bancos centrais são mais importantes observar.
Os bancos centrais mais importantes
Estes são os quatro bancos centrais cujas decisões têm um impacto mais significativo nos mercados financeiros.
Reserva Federal
A Reserva Federal é o banco central dos Estados Unidos. O Comité Federal de Mercado Aberto (FOMC) é responsável por abrir as operações de mercado que sejam cruciais para os mercados financeiros. O FOMC reúne-se oito vezes por ano, e em todas essas reuniões, o Comité revê as condições económicas e financeiras, determina a orientação mais apropriada para a política monetária e avalia os riscos dos seus objetivos de longo prazo para a estabilidade do preço e para o crescimento sustentável da economia. O FOMC encontra-se duas vezes por trimestre, e na última reunião de cada trimestre é acompanhada de uma conferência de imprensa e das projeções económicas da FOMC. Atualmente, a Fed é dirigida por Chair Janet Yellen, cujos discursos têm um impacto semelhante ao de um corte ou subida nas taxas de juro. No entanto, vale a pena ouvir outros membros do comité que define as políticas económicas, uma vez que as decisões da FOMC se baseiam no consenso entre os seus membros.
Banco Central Europeu
O Banco Central Europeu (BCE) é o banco central dos países da União Europeia. É também o banco central dos 19 países que adotaram o euro. A principal tarefa do BCE é manter a estabilidade dos preços na zona euro e, assim, preservar o poder de compra da moeda única. O Conselho do BCE é o principal órgão de tomada de decisões do banco central, e dele fazem parte 6 membros do conselho e os governadores dos bancos centrais nacionais dos 19 países do euro. O Conselho do BCE reúne-se a cada seis semanas para discutir política monetária. Cada reunião é seguida de uma conferência de imprensa. Atualmente, o BCE é governado por Mario Draghi, que ficou conhecido por acabar com a crise do euro com a sua frase: “O BCE fará o que for preciso para proteger o euro”.
Banco do Japão
Como o nome indica, o BdJ (Banco do Japão) é o banco central do Japão. A principal função do BdJ é manter a estabilidade dos preços, mas é importante realçar que a economia do Japão tem estado a passar por dificuldades desde os anos 90 do século passado. A taxa de crescimento é quase nula, e a inflação mantém-se limitada e por vezes transforma-se em deflação. É por isso que o Banco do Japão introduziu medidas extraordinárias como nenhum outro banco central, incluindo a aplicação de taxas de juro negativas. Os membros do BdJ reúnem-se oito vezes por ano para decidir o rumo da política monetária. O governador do banco central chama-se Haruhiko Kuroda, que é quem dá a cara nas conferências de imprensa após cada decisão da política monetária.
Banco de Inglaterra
Ao contrário do que o nome sugere, o Banco de Inglaterra é o banco central de todo o Reino Unido, e não apenas de Inglaterra. O seu principal objetivo é manter a estabilidade dos preços, mas depois do voto do Brexit, o BdI modificou a sua posição para apoiar também o crescimento económico. Apesar de não ser uma regra formal, o Banco de Inglaterra já sublinhou que irá apoiar a economia durante o Brexit. As decisões quantos às políticas monetárias são conduzidas pelo Comité de Política Monetária que se reúne oito vezes por ano. O aspeto técnico das decisões do BdI é parecido ao da Fed – o governador participa na conferência de imprensa depois de terem sido tomadas apenas quatro decisões. No entanto, há uma diferença que deve ser realçada. O Banco de Inglaterra publica as atas das suas mais recentes reuniões (um documento que descreve a discussão que houve na reunião e que fornece detalhes adicionais relativamente à direção da política monetária), ao mesmo tempo que entrega a decisão final; já a Reserva Federal publica os seus documentos três semanas depois da reunião ter ocorrido. O BdI é atualmente governado por Mark Carney, que sairá quando o processo do Brexit estiver terminado.
Hawks (Falcões) vs. Doves (Pombas)
Diferentes pessoas têm diferentes opiniões, por isso não é surpreendente que os decisores possam ter diferentes pontos de vista sobre a economia e sobre a política monetária. Podemos destacar dois grupos nos bancos centrais - os falcões e as pombas.
● Falcões (Hawks) - Os Falcões são decisores que têm como prioridade máxima manter a inflação o mais baixa possível. Estes banqueiros preferem taxas de juro mais altas e políticas monetárias mais prudentes, a fim de controlar a inflação. Estão também menos preocupados com o estado geral da economia.
● Pombas (Doves) - As Pombas são decisores que toleram uma inflação mais alta para impulsionar o crescimento da economia e apoiar o emprego. Estes decisores preferem taxas de juro mais baixas.
Como pode ver, existem duas formas de descrever a postura dos bancos centrais quanto à política monetária. Se ouvir dizer que um banco central é "hawkish", significa que pretende aumentar as taxas de juro ou que tem uma visão "touro" da economia. Por exemplo, uma Fed hawkish daria sinais de um aumento da taxa de juro, o que levaria a uma valorização do dólar. Por outro lado, um banco central dovish teria, regra geral, um impacto negativo na moeda, uma vez que não teria pressa em apertar a sua política.
Os participantes de mercado mais poderosos
Como pode ver,os bancos centrais podem ser descritos como os participantes de mercado mais poderosos. As suas decisões - ou até mesmo uma declaração de um dos seus decisores - pode ter um impacto significativo não só nas moedas, como também nos mercados de obrigações e ações. É por isso que um trader cauteloso deve monitorizar cuidadosamente tudo o que está ligado a decisões sobre política monetária e decisões dos bancos centrais.
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