Análise à Jerónimo Martins
- A gigante dos supermercados em Portugal e na Polónia, apresentou os seus resultados nesta quarta-feira com as seguintes métricas:
- Vendas crescem 22,1% para €14,5 MM (+23,3% excluindo FX). No 2T, as vendas aumentam 21,0% para €7,7 MM (+20,4% excluindo FX).
- EBITDA aumenta 18,1% para €1 MM (+18,0% excluindo FX), com a margem EBITDA a fixar-se nos 6,9% (7,2% no 1S 22). No 2T, o EBITDA cresce 16,5% para €559 M (+14,4% excluindo FX), correspondendo a uma margem sobre as vendas de 7,2% (7,5% no 2T 22).
- Resultado Líquido atinge os €356 M, traduzindo-se num EPS de €0,57.
- Cash Flow no semestre é de €-127 M.
- Dívida Líquida situa-se nos €2,3 MM. Excluindo a IFRS 16, a posição líquida de caixa era de €721 M no final de junho de 2023.
Fazendo uma análise fundamental dos resultados podemos inferir que:
Quando olhamos para os resultados da empresa conseguimos ver que o grupo continua a apresentar métricas de crescimento positivas, tendo as vendas atingido um novo máximo e com um crescimento YoY neste trimestre de 21%. Em relação às margens operacionais o resultado foi 4.4% o que também demonstra um crescimento YoY neste trimestre de 23.1%. No caso do EBT exc. Itens incomuns vemos um valor máximo e um crescimento YoY de 24.57%. O resultado líquido da empresa no 2ºT atinge os 217M, sendo o maior valor registado trimestralmente e com um crescimento de 25.43% YoY.
Olhando agora para questões de solvabilidade, o capital próprio da empresa sofreu uma queda face ao trimestre anterior de 3.06%, mas face ao mesmo período do ano anterior a subida foi de 16.3%. No que toca à dívida líquida, o valor aumentou em 32.78% QoQ e YoY aumentou em 25.46%, notando-se um aumento considerável de dívida relacionado com a expansão das lojas da empresa principalmente na Polónia e na Colômbia. Deste modo, o rácio de Dívida Líquida /Capital Próprio está alto atingindo os 88.4%, demonstrando que a empresa já tem um valor de dívida considerável e que os custos decorrentes do financiamento podem penalizar os resultados da empresa caso esta não consiga manter os rácios de crescimento apresentados neste último semestre. Em relação ao dividendo, a dividend yield permanece nos 2.21%, com uma diminuição do dividendo este ano em 30.38%.
Análise por País:
Polónia
Se olharmos para as vendas detalhadas percebemos que o grupo da Polónia é aquele que tem mais peso nas receitas da empresa. O Biedronka representou neste segundo trimestre 71% das receitas do grupo e obteve um crescimento de 23.1% YoY. Já o Hebe que tambem opera no mercado polaco cresceu 26.7% YoY, mas apenas representa 1.5% das vendas totais do grupo. Ainda assim, as operações da Polónia representam agora 72.5% das vendas do grupo, sendo a parte mais importante para a empresa. No que toca ao investimento, a Polónia é onde a empresa aposta mais, alocando no primeiro semestre 196M de euros ao Biedronka o que representa uma fatia de 43%. No que toca ao número de lojas, a Polónia continua a liderar com 3432 do Biedronka e 323 do Hebe, tendo ocorrido 43 novas aberturas neste trimestre.
Portugal
Em Portugal, o grupo obteve as piores métricas de crescimento, mesmo assim o Pingo Doce registou crescimento nas vendas de 7.8% YoY, sendo o responsável por 15.4% das vendas do grupo e o segundo mais importante. Já o Recheio, aumentou as suas vendas YoY em 18.3% e representou 4.4% das vendas do grupo. Assim, as atividades da empresa em Portugal representam 19.8% das vendas totais do grupo. Em relação ao investimento, o grupo alocou a Portugal 25% dos seus investimentos representando 114M de euros. O número de lojas ficou quase inalterado, ocorrendo apenas 4 novas aberturas do Pingo Doce neste primeiro semestre, situando-se agora nas 477 lojas, em relação ao Recheio não houve novas aberturas permanecendo as 43 lojas.
Colômbia
Foi na Colômbia que o grupo obteve as maiores métricas de crescimento , com o Ara a crescer 33.4% YoY. Deste modo, a representação colombiana contribuiu com 7.7% das vendas do grupo. Em relação ao investimento, a empresa alocou no Ara 127M de euros, representando um peso de 28% nos investimentos do grupo. Em relação às novas aberturas de estabelecimentos, a Colômbia é líder com um aumento de 110 lojas no primeiro semestre, totalizando agora 1201, número muito superior ao registado no mesmo período do ano anterior que se situava nos 875.
Fonte: Comunicado Financeiro 1º Semestre - Jerónimo Martins
Análise Técinca:
Olhando para a performance da empresa desde o início do ano, esta valorizou 23.55%, sendo claramente superior à performance do índice (8.07%) e um dos maiores impulsionadores para a sua subida. O preço conseguiu romper os máximos de Agosto de 2022, a zona que era marcada pela resistência dos 23.2€ e desde então tem continuado o seu rally. A SMA de 50 tem servido de suporte ascendente e o preço tem reagido em alta quando se aproxima dela. Depois da apresentação dos resultados o preço recuou para junto dos 25€ que é a zona de suporte mais próxima, caso o preço se aguente nesta zona novos movimentos impulsivos de subida deverão continuar em linha com as métricas fundamentais. Caso aconteça a quebra em baixa, o próximo suporte importante deverá ser a zona dos 23.2€. A quebra deste suporte importante, simbolizaria que a tendência altista estaria em vias de terminar.
Fonte:xStation5
Autor : Vítor Madeira, XTB