Atualização macroeconómica: economia mal preparada para receber impacto do vírus

09:05 3 de fevereiro de 2020
  • Resultados na China poderão aprofundar mergulho
  • Economia da UEM mais fraca do que se esperava
  • Os investidores esperam ver um forte relatório de PFN nos EUA

Ásia - investidores tentam avaliar o dano económico

Os investidores da China continental voltaram ao trabalho nesta segunda-feira, registando quedas de cerca de 8 a 9%. Esse é um valor significativo, mas os investidores continuam expectantes quantos ao grau do impacto económico do víros. Os dados de resultados de dezembro mostraram uma queda de 6,3% y/y, mesmo antes da erupção do vírus, apesar de uma base estatística favorável do ano anterior. Por isso, tudo indica que os dados do primeiro trimestre deste ano estarão em território vermelho. De momento, os traders não podem contar com dados concretos - os PMIs e os dados comerciais de janeiro baseiam-se em pesquisas realizadas antes da paralisação da economia, pelo que não são muito úteis. Os mercados estão atentos ao número de infecções para ver se a propagação diminui (até o momento não tem diminuido). Apresentaremos evidências adicionais no nosso relatório especial ainda esta semana.

Os lucros das empresas na China caíram em dezembro. Os dados do primeiro trimestre estão a caminho de serem ainda piores. Fonte: Bloomberg

Principal evento económico esta semana: Dados comerciais na China (sexta-feira)

Europa - O quarto trimestre foi mais fraco do que o esperado

Há apenas uma semana, publicámos dados de atividades comercial melhores do que o esperado, na Europa. Embora tivéssemos consciência de que grande parte desse otimismo poderia desaparecer rapidamente, dadas as circunstâncias na China, percebemos na sexta-feira passada que o ponto de referência era realmente ainda mais fraco. O PIB do quarto trimestre na França e na Itália contraíram e o crescimento anual de toda a União Monetária Europeia desacelerou ainda mais. As infeções por coronavírus na Alemanha resultam do vínculo económico com a China (já que o funcionário chinês contagiou colegas alemães). Isto pode vir a aumentar a pressão sobre as empresas com operações na China (ou com os parceiros chineses) no sentido de “congelá-las” por um tempo, o que constitui em si um risco económico adicional. Os investidores também devem estar atentos a quaisquer sinais de rutura de stocks em empresas europeias, de componentes produzidos na China.

Após uma falso breakout, o DE30 tenta defender a área de suporte nos 12900. Fonte: xStation5

Principal evento económico da semana: Produção industrial na Alemanha (sexta-feira, 7:00 GMT)

EUA - falta de investimentos preocupa a economia dos EUA

A razão para a subida recente nas ações americanas é a mesma razão que está a preocupar os investidores  relativamente à economia dos EUA: as empresas não investem o suficiente. Como é que isto é benéfico para as ações da bolsa? Investimentos mais baixos ajudam a reduzir o CAPEX e, a curto prazo, ajudam os fluxos de caixa e as avaliações do DCF. As empresas gastam esses fluxos de caixa em recompras, ao pressionar os preços, criando procura pelas suas ações e melhorando o EPS por meio do denominador. O PIB do quarto trimestre nos EUA desiludiu novamente os investidores. A curto prazo, os investidores do mercado de forex estarão concentrados no relatório de NFP. Como o mercado de trabalho é um indicador económico desatualizado e janeiro é estatisticamente um mês de queda, há boas probabilidade de o relatório produzir números melhores do que em dezembro, quando mostrou um crescimento de 145 mil empregos.

Janeiro foi um mês normal, em comparação com aa última década. Fonte: Macrobond, XTB Research

Principal evento económico da semana: PFN nos EUA e Canadá (sexta-feira, 13:30 GMT)

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