No dia 31 de outubro, a CNIC já havia reduzido a sua participação na EDP dos 4,34% para os 1,89%. Esta terça-feira a empresa chinesa anunciou uma operação de venda acelerada de um bloco de 48,7 milhões de ações da EDP (3,6€/ação) que representam cerca de 1,33% do capital da elétrica portuguesa.
Esta liquidação deu uma indicação de que o preço estaria sobrevalorizado, uma vez que o preço antes do fecho de mercado estava nos 3,7€/ação. Por essa razão, não é de espantar que o mercado tenha aberto com um gap em baixa. O gap de abertura foi, entretanto, fechado nas primeiras horas de negociação. Ao longo do dia poderemos ter uma maior percepção do impacto desta venda.
A participação da CNIC é, no entanto, agregada a outra, a da China Three Gorges (a maior acionista da EDP), sendo que ambas empresas são detidas na totalidade pela República Popular da China. Depois desta redução, a China fica ainda com uma participação de 23%.
A primeira liquidação aconteceu pouco depois de o acionista maioritário ter falhado uma OPA, na qual tentava controlar a totalidade do capital da EDP. Na altura, o CEO António Mexia deu garantias de que o fim da OPA não comprometeria a relação entre a elétrica e o maior acionista.
No entanto a nova liquidação feita pela Orise, num total de 48.783.722 de ações, pode ser nova indicação de uma perda do interesse chinês na elétrica.
Como pano de fundo deste desinvestimento chinês na EDP estará a pressão americana sobre as empresas e governos europeus em relação à força do capital chinês. Os Estados Unidos querem endurecer as regras de avaliação de investimentos estrangeiros em setores estratégicos como a energia.