Starbucks decepciona com resultados do segundo trimestre fiscal e aumenta incertezas sobre plano de reestruturação

15:58 30 de abril de 2025

Vendas modestas e forte queda nos lucros pressionam o plano Back to Starbucks

A Starbucks divulgou resultados financeiros referentes ao segundo trimestre fiscal de 2025 que frustraram amplamente as expectativas do mercado. Embora a receita tenha crescido 2% em relação ao ano anterior, atingindo US$ 8,76 bilhões, o lucro por ação ajustado caiu 40%, para US$ 0,41, bem abaixo do que os analistas esperavam.

O mercado reagiu com força: as ações da Starbucks chegaram a cair mais de 8% na quarta-feira, acumulando perdas próximas de 15% no ano.


Principais números do trimestre

  • Receita total: +2% (US$ 8,76 bilhões) – abaixo do esperado

  • Lucro por ação GAAP: US$ 0,34 (–50%)

  • Lucro por ação ajustado (não GAAP): US$ 0,41 (–40%)

  • Vendas comparáveis globais: –1%

    • América do Norte: –1%

    • Internacional: +2%

    • China: 0%

  • Margem operacional GAAP: 6,9% (queda de 590 pontos-base)


Pressões operacionais e reestruturação cara

O plano de reestruturação Back to Starbucks, liderado pelo CEO Brian Niccol, elevou os custos operacionais totais em 9% no ano. A empresa citou gastos com mão de obra, promoções e custos de reestruturação, incluindo o corte de 1.100 cargos corporativos.

  • Margem operacional na América do Norte: de 18% para 11,6%

  • Margem internacional: de 13,3% para 11,6%

  • Canal de desenvolvimento (vendas fora das lojas): –2% de receita; margem encolhe 440 pb


Estratégia mantida, mas sem catalisadores de curto prazo

Apesar da decepção nos números, o CEO Niccol afirmou:

“Meu otimismo se transformou em confiança. O plano Back to Starbucks é o caminho certo para virar o jogo”.

Porém, a ausência de uma projeção financeira da nova CFO aumentou a incerteza, e a maioria dos analistas não espera uma recuperação antes do ano fiscal de 2026.


Reação do mercado e perspectivas

A queda inicial das ações reflete uma falta de confiança imediata, mas parte da frustração já estava precificada, após uma queda de mais de 25% desde fevereiro.

Analistas como os do Deutsche Bank, ainda confiantes no longo prazo, mantêm preço-alvo de US$ 97, mas reconhecem visibilidade limitada no curto prazo.


Pontos a acompanhar

  • Recuperação nas transações nos EUA

  • Execução do plano de reestruturação e impacto nos custos

  • Desempenho na China, onde as vendas comparáveis ficaram estáveis

  • Capacidade da nova CFO de oferecer clareza financeira nos próximos trimestres

 

Fuente: xStation5.

Escrito por

Emanoelle Santos

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