Abertura dos mercados
Por Carla Maia Santos, Senior Broker
As bolsas seguem a negociar no vermelho depois de a primeira semana de Dezembro ter sido uma das piores, dos últimos tempos.
O mês de Dezembro é estatisticamente um dos melhores meses do ano, no entanto, esta primeira semana de Dezembro coloca em causa as probabilidades matemáticas.
A pesar na decisão dos investidores está a guerra comercial entre a China e os EUA.Depois de a reunião do G20 ter trazido uma 'lufada de ar fresco' aos bulls, a detenção da Directora Financeira da Huawei, vem colocar o período de tréguas sino-americanas 'preso por um fio'.
Nesta instabilidade, os investidores desfazem-se dos activos arriscados, optando por activos como o iene ou o franco suíço p.ex.
No passado, foi o sector tecnológico que conseguiu puxar pelas bolsas norte-americanas (como a Europa tem um menor peso do sector tecnológico nas bolsas, nunca conseguiu acompanhar as valorizações americans).
As FAANG têm apresentado uma fraca performance e não têm sido alvo de compras por parte dos investidores, uma vez que estavam sobre-expostos a este sector.
O Facebook avança assim com uma operação de recompra de acções próprias - buyback - no valor de 9 mil milhões USD de forma a não deixar cair o preço e a aproveitar um preço mais baixo das acções, tentando que os investidores sigam o exemplo.
Um dos catalizadores este ano, das bolsas norte-americanas foi precisamente operações de buyback.
Os dados do emprego divulgados na passada sexta-feira não conseguiram animar os investidores. Apesar de a taxa de desemprego ter permanecido nos 3.7%, a taxa mais baixa dos últimos 49 anos, a criação de emprego ficou abaixo do esperado dos 200k, ficando nos 155k. O salários cresceram face ao mesmo período do ano passado, no entanto, ainda não se vê reflexo na inflação e aumento das vendas.
Amanhã o acordo entre May e a União Europeia, vai ser votado no Parlamento. Cada vez mais se prevê um hard Brexit, saída de UK da UE sem acordo. Estando os investidores de olhos postos no evento, que terá reflexo na cotação da libra.
Portugal não é excepção e negoceia no vermelho, com a Mota-Engil a encabeçar as perdas, uma vez que é uma empresa internacionalmente exposta e muito dependente do sentimento de mercado.
Análise à sessão asiática
Por David Silva, Affiliate manager
As bolsas asiáticas iniciaram a semana em terreno negativo, tendo os principais índices fechado a sessão no vermelho, na sequência dos dados negativos publicados na China e no Japão durante o fim de semana, o que levou a que os investidores demonstrassem alguma precaução e apreensão no dia de hoje.
Na China, registou-se um decréscimo da inflação, tanto em base mensal, como em base anual, no mês de Novembro, passando dos 2.5% para os 2.2% (vs 2.4% exp.) em relação ano anterior e decrescendo 0.3% face a Outubro (vs -0.1% exp.). A taxa de crescimento da inflação encontra-se assim longe da meta de 3% estabelecida, sendo que este abrandamento preocupa os investidores na medida em que o yuan se encontra a desvalorizar desde o início do ano e, com estes dados, não será fácil tornar a moeda mais competitiva (USDCNY está perto dos máximos de 2016).
No Japão, os dados do PIB também ficaram aquém do esperado, revelando umabrandamento da economia superior ao esperado no terceiro trimestre, com o PIB a decrescer 0.6% em relação ao trimestre anterior, superior aos 0.5% esperados e aos 0.3% registados no 2º trimestre. Também em relação ao 3º trimestre de 2017 os dados não foram abonatórios, ao registar um decréscimo de 2.5%(!), também bastante acima do decréscimo de 1.9% esperado e de 1.2% de 2017.
Sem grande surpresa, os destaques de hoje vão para o Nikkei 225 (JAP225 na xStation), que se encontra perto da zona de suporte dos 20.850 pontos e ameaça os mínimos de 2018, e para os S&P/ASX 200 (AUS200 na xStation) que quebrou o importante suporte dos 5.595 pontos e ameaça os mínimos de 2017 de 5.525 pontos.
Ações
Por José Correia, Senior Broker
Google (GOOGL.US)/Facebook (FB.US) - estas duas proeminentes empresas do setor tecnológico norte americano estão a ser alvo de escrutínio por parte das autoridades australianas devido ao elevado poder de mercado que ambas possuem, e consequente afastamento do contexto de concorrência perfeita. O regulador australiano considera estas condições muito próximas de monopólio e pretende restringir a instalação prévia do browser Chrome em dispositivos móveis, entre outras medidas, que visam destituir o elevado poder de comunicação e impacto social destas empresas na Oceania. A cotação da Google está numa zona de suporte que poderá ser quebrada durante a sessão de hoje, possibilitando entradas vendedoras no ativo até aos 1020 dólares.
Criptomoedas
Por Pedro Amorim, Sénior Broker
BITCOIN - Há quem diga que ainda pode chegar aos 2000 este ano
As criptomoedas são os ativos sensação este ano. A Bitcoin, o benchmark da classe de ativos, desde que quebrou o suporte de aço nos $6000 não tem parado de cair, e desde aí se fazem contas para o target para o final de 2018. Desde o inicio do ano já conta com uma desvalorização de 80%.
Nas últimas 24 horas, o preço do Bitcoin registou uma recuperação de 7%, dos $ 3.210 para os $ 3.433, evitando assim uma queda adicional abaixo do nível de suporte nos $3.000.
Uma das principais razões por trás da queda significativa dos preços nas criptomoedas tem sido a sua baixa liquidez e volume diário. A maioria dos tokens atualmente tem um volume diário inferior a $ 10 milhões.
Aponto o target nos 3000 para o final do ano, onde neste momento é um excelente ponto de venda.
A ideia é fazer posições curtas na Bitcoin com um target nos 3000 e SL nos 3700.
Forex
Por Tiago da Costa Cardoso, Sénior Broker & Team Leader
NZDUSD H1 – Short the Head & Shoulders
Esta vai ser uma semana intensa, vamos ter decisão de taxa de juro na Europa, voto sobre o Brexit no Reino Unido e dados de inflação nos EUA. É expectável que surja mais volatilidade e que os volumes aumentem. Para tentar evitar movimentos menos desejáveis nesses pares, hoje olhamos para o NZD. O NZDUSD tem estado a desenvolver um interessante padrão de Head & Shoulders no gráfico de 1 hora, onde está agora a testar, e a tentar validar, o seu segundo ombro. Este é o nível onde deveremos tentar uma posição de venda, na expectativa deste padrão ser aqui validado e iniciado.
Assim, a ideia será vender NZDUSD com stop nos 0.6911 e take profit nos 0.6756.