Abertura dos mercados
Por Carla Maia Santos, Senior Broker
As bolsas abrem em baixa corroborando com a máxima dos mercados "buy the rumor, sell the news" - comprar no rumor e vender na notícia!
A guerra comercial entre os dois gigantes China e EUA, tem levado o crescimento por todo o globo a abrandar. Depois de muitas negociações com altos e baixos, durante o ano de 2018, em que as penalizações entre os dois países venceram, com o aumento progressivo dos impostos à importação, acordaram um interregno de 90 dias, no final do ano.
Este ano de 2019, recomeçaram as negociações. As expetativas sobre um acordo positivo para ambas as partes, onde se conseguissem ver números efetivos de melhoria para o comércio, levou os mercados a reagirem em alta. Os twitts positivos de Trump ao longo das negociações alicerçou a expetativa dos investidores.
Agora que saíram as notícias, o mercado desaba, mostrando que os investidores esperavam mais deste acordo. Do lado dos EUA, dizem que a China acordou um aumento das importações americanas mas não falam em números nem em que bens especificamente. O comunicado chinês foi vago e disse que construiram bases para um acordo.
As bolsas reagem em baixa corroborando com a máxima "sell the news".
Em Dezembro, Powell mostrou que não ia colaborar com os mercados e que iria aumentar as taxas de juro quando necessário, levando as bolsas a caírem.
A semana passada, depois do encontro com Yellen e Bernanke, o seu discurso alterou e mostrou que iria estar atento ao mercado e que iria ser paciente no aumento das taxas de juro. As bolsas encetaram um rally de alta neste discurso pro-mercado.
Ontem foram apresentadas as minutas da Fed da reunião de Dezembro. Apesar de apresentarem um conteúdo de informação da 'primeira versão Powell', não foram agressivas e mostra que a Fed pode ser paciente na subida das taxas de juro.
Hoje Powell fala publicamente às 17h, podendo causar volatilidade nos mercados.
Em mercados bear, os movimentos positivos costumam ser agressivos apresentando taxas de valorização diárias elevadas, mas voltando à tendência principal de queda.
Análise à sessão asiática
Por David Silva, Affiliate manager
Após vários dias de recuperação nas bolsas asiáticas, hoje voltaram a fechar em terreno negativo, com destaque para as bolsas da China que viram o seudesempenho no dia de hoje ser afetado pelos dados negativos da inflação, que voltou a trazer alguma cautela aos mercados e aos investidores, demonstrando que, apesar do feedback positivo da última reunião, ainda há problemas estruturais por resolver.
O IPC na China registou um decréscimo de 2.2% para 1.9%, ficando assim aquém do target de 3% definido por Pequim e também das previsões feitas, uma vez que os analistas previam uma queda de apenas 0.1 pontos percentuais.
Os recentes fracos dados abrem espaço para o Banco Central aplicar medidas expansionistas por forma a impulsionar a economia (relembre-se que cortou em 1% as reservas mínimas obrigatórias na semana passada), podendo levar ao corte das taxas de juro e das yields da dívida (que poderá enfraquecer ainda mais o Yuan chinês).
Também o IPP (índice de preços no produtor) caiu de 2.7% para 0.9% no mês de Dezembro, ficando bastante abaixo das leituras dos analistas (1.6%), o que é visto pelos economistas como mais um indicador claro de abrandamento da economia. Os analistas alertam os investidores para o facto de ser esperado uma (natural) queda dos resultados das empresas nos próximos meses.
Forex
Por Pedro Amorim, Senior Broker
GBPUSD - Vida dificil para a PM May aprovar o Brexit Deal
Foi dado à PM Theresa May 3 dias para apresentar um plano "B" se houver um chumbo no parlamento do acordo negociado com a UE, uma vez que crescem as probabilidades de que o Parlamento britânico rejeitará o acordo com a União Europeia e tentará ver o que acontecerá de seguida.
Na quarta-feira, a primeira-ministra sofreu a sua segunda derrota em dois dias na Câmara dos Comuns, perdendo o controlo sobre o cronograma para definir os próximos passos se, como esperado, o Parlamento aprovar seu acordo Brexit a 15 de janeiro.
Em Termos técnicos, o GBPUSD, está num ponto interessante. Com as probabilidades a apontar para a desvalorização da libra, testou ontem uma resistência no canal descendente no gráfico diário.
Hoje já regista desvalorização e irá consolidar até alguma surpresa ou certeza (no dia 15) de que o acordo foi chumbado.
A ideia é fazer posições curtas com o target nos mínimos absolutos (1.24885) e o SL acima da resistência (1.28450)