Abertura dos mercados
Por Carla Maia Santos, Senior Broker
No primeiro dia de negociação das bolsas do ano de 2019, os mercados negoceiam mistos, sem um tendência definida.
Um ano definido pela turbulência, em que o S&P500 atingiu novos máximos históricos e atingiu, no mesmo ano, o bear market, com uma desvalorização superior a 20% dos máximos atingidos. O S&P500 acabou por fechar o ano negativo, com uma desvalorização superior a 6%.
A volatilidade do S&P500, medida pelo Vix ou Volx, foi o ativo vencedor do ano, com um ganho superior a 100%.
O petróleo foi um dos ativos que ganhou a corrida dos mais perdedores do ano 2018. O crude apresentou uma desvalorização superior a 24%.
O que os investidores se perguntam é se estas tendências são para se manter em 2019, depois da reação positiva nos últimos dias de 2018, caracterizada pelo Rally do Natal.
Mas os focos de tensão permanecem num nível elevado.
O shutdown norte-americano cria tensão política no país.
O fim da guerra comercial entre os EUA e a China permanece uma incógnita, com declarações ora positivas, ora negativas quanto ao seu desfecho, pelo presidente norte-americano.
A diferença entre as yields a 2 anos e a 10 anos continua a estreitar, com a yield curve flat ou mesmo invertida a assombrar os mais otimistas. No passado, a entrada da yield curve numa tendência invertida, deu início às recessőes económicas.
O Brexit é o grande evento europeu, que tem o seu dead line marcado para 29 de Março de 2019 e que levou a libra a desvalorizar mais de 5%, em 2018.
O crescimento sincronizado das economias, ao longo do globo, está colocado em causa.
Nesta turbulência, o ouro, ativo considerado de refúgio, pode ter um papel mais importante na carteira dos investidores.
A desvalorização do dólar e a possibilidade de não haver tantos incrementos das taxas de juro norte-americanas, ajuda o ouro a tocar em máximo de seis meses.
Análise à sessão asiática
Por David Silva, Affiliate manager
Depois de um ano de 2018 bastante atribulado e com diversos acontecimentos importantes para a economia, onde assistimos a grandes quedas no mercado accionista e a ocorrência de alguns acontecimentos que não se verificavam deste a última grande recessão (como a inversão da yield curve nos EUA e os índices a desvalorizarem 20%), o ano de 2019 não inicia da melhor forma para as bolsas da praça asiática que marcaram o dia a vermelho, com exceção para a Austrália e para o Japão (que se encontra fechado devido ao feriado).
Tal como habitual depois de uma época festiva, hoje foi um dia fraco no que diz respeito ao calendário económico no continente asiático, com destaque apenas para o PMI de Manufatura na China voltou a ficar abaixo do esperado (49.7 vs 50.3 exp), sendo que apresentava um tímido crescimento desde Setembro. Foi também o primeiro mês nos últimos 19 (Maio de 2017) que o índice ficou abaixo do limiar de 50 pontos.
Os recentes dados negativos vêm confirmar o impacto da guerra comercial com os EUA na produção e na economia chinesa, sendo que os próximos meses vão ser importantíssimos, uma vez que acabará o prazo de 90 dias de adiamento de novas taxas aduaneiras que Donald Trump e Xi Jinping acordaram no início de Dezembro.
Alguns analistas referem que será importante o governo chinês pensar em definir uma medida de estimulação para a economia e para os produtores, por forma a atenuar o impacto das tensões comerciais.
Ações
Por José Correia, Senior Broker
LVMH(MC.FR) - o conglomerado retalhista de luxo francês planeia investir no setor hoteleiro, por via da oferta pública de aquisição da cadeia hoteleira Belmond, totalizando 3,2 mil milhões de euros. A Belmond opera em 24 países e apresenta uma nova fonte de receitas para o LVMH, que está bem diversificado e já detém outras unidades hoteleiras no seu portefólio. O título regista uma tendência de valorização, e estando a cotar numa zona de suporte apresenta potencial para compras no ativo, apontando aos 258 euros.
Forex
Por Pedro Amorim, Sénior Broker
O GBP estava entre as moedas com melhor desempenho contra o dólar no último dia de negociação do ano, subindo para 1,2814. O GBP aumentou com os comentários do ministro dos negócios estrangeiros relativamente à situação da Irlanda. No entanto, Juncker, da União Europeia, disse na segunda-feira que o Reino Unido precisa "agir em conjunto", como não cabe à UE resolver os problemas britânicos. Isso sugere que o Brexit continuará a ser um problema fundamental, limitando qualquer movimento positivo em favor da GBP. Enquanto isso, a moção de confiança sobre a Primeira Ministra May e a aprovação parlamentar do acordo sobre o Brexit a ocorrer no final deste mês também adicionam pressão vendedora sobre o GBP.
Os dados da economia inglesa não vão ser o foco dos investidores.
Enquanto temos a votação sobre o acordo do brexit em atraso, o GBPUSD está a construir um suporte de curto prazo perto dos níveis 1,2700, após o par ter conseguido uma recuperação dos mínimos absolutos no final do ano.
Hoje no calendário económico dos EUA e do Reino Unido está agendado para se saber os dados do PMI industrial para dezembro de 2018, mas é provável que tenha pouco impacto, já que os investidores preparam-se, mais uma vez, para as manchetes do Brexit.
A votação da aprovação do acordo vai ser o foco dos investidores, com a PM May a perder o fôlego, a tentar chegar um acordo interno no seu próprio partido. Notou-se na mensagem de ano novo que já não existe vontade própria em que seja aprovado, aponta o sentimento geral dos analistas em todo mundo.
Esta manhã já registamos muita volatilidade, com o GBPUSD a cair 70 pips dos seus máximos da sessão de hoje, e promete continuar, se tudo se manter constante.
Do ponto de vista técnico, a probabilidade do GBPUSD regressar ao suporte ascendente de curto prazo é elevada, devido ao lançamento dos dados referentes ao PMI norte americanos.
A ideia será fazer posições curtas com um target nos 1.26725 e um stop nos 1.27830.