Abertura dos mercados
Por Carla Maia Santos, Senior Broker
As bolsas abrem em alta nesta sexta-feira, depois de uma entrada em 2019 caótica.
A Apple reviu em baixa o seu crescimento, face à instabilidade comercial de um dos seus grandes clientes: a China. O setor tecnológico e as empresas mais dependentes do comércio internacional, como a Boeing ou a Caterpillar acabaram por desvalorizar, em reflexo às declarações de Tim Cook.
Dia 7 e 8 de Janeiro, está agendado um encontro entre os EUA e a China. Será o primeiro encontro depois do interregno de 90 dias, nas disputas comerciais entre os dois países. Os investidores esperam um acordo, na sequência dos tweets positivos de Trump quanto a um 'futuro próximo'.
Hoje realizar-se-á um encontro único entre Powell, actual presidente da FED e os antigos presidentes Yellen e Bernanke. O mercado vai estar atento à possibilidade de as declarações indiciarem que não haverá os dois aumentos de taxas de juropara este ano, como é esperado, de forma a acalmar os mercados financeiros.
Serão divulgados também os dados do emprego norte-americano - NFP - relativos a Dezembro. Normalmente este mês é forte, com o trabalho sazonal relativo ao Natal. Espera-se que o pleno emprego se mantenha. A questão continua em relação aos salários e ao impacto que um aumento dos salários terá na inflação.
O petróleo reagiu em alta, depois de ter desvalorizado mais de 20% em 2018. Esta reação deve-se às quebras da produção em Novembro e Dezembro por parte da Líbia e Irão mas é também uma reação técnica normal depois de uma desvalorização tão forte dos últimos meses. A tendência de longo prazo continua a ser de queda. Atenção que hoje serão divulgados os stocks de petróleo dos EUA.
A Galp beneficia da subida da cotação do petróleo no mercado internacional e segue a valorizar.
A Navigator entrou numa ação de recompra de ações próprias. Este tem sido um mecanismo muito utilizado nos EUA para levar os mercados a reagirem em alta. Nesta ação, a Navigator mostra confiança aos investidores de que a empresa está a um bom preço para comprar.
Análise à sessão asiática
Por David Silva, Affiliate manager
Sessão mista a marcar a última sessão da primeira semana de 2019, com omercado acionista da China a recuperar, depois das mais recentes quedas motivadas pelo receio do abrandamento da economia global e mercados emergentes e pelas quezílias com os EUA, que "teimam" em não desaparecer, com a ameaça de Donald Trump restringir o acesso à Huawei às empresas e cidadãos dos EUA, por alegada utilização dos aparelhos para espionagem.
Contudo, hoje vimos o Shanghai Composite recuperar 2.05% face ao dia de ontem, estando agora nos 2.514,87 pontos, reação que foi impulsionada pelo PMI de Serviços da China ao sair acima do esperado (53.9 vs 52.9 exp). Este indicador é importante para os investidores, pois representa o sentimento económico do setor privado no país.
Também o ministro do comércio da China, Zhong Chan, contribuiu para o sentimento positivo da sessão de hoje, depois de ter anunciado que as reuniões com os EUA vão retomar já nos dias 7 e 8 de Janeiro, com a expetativa que Jeffrey Gerrish(representante do comércio dos EUA) e a sua equipa, vão até à China para uma "reunião positiva e construtiva", para que se possa por termo a uma guerra que tem prejudicado ambas as economias e os mercados financeiros a nível global.
De relembrar que no início de Dezembro a implementação de novas tarifas aduaneiras foi adiada por 90 dias, período esse que está cada vez mais perto de terminar.
Por outro lado, a Austrália e o Japão viram os seus principais índices perder 0.25% e 2.26%, respetivamente, sendo que esta foi a primeira vez que as bolsas do Japão estiveram abertas no novo ano.
Forex
Por Pedro Amorim, Sénior Broker
USDJPY - Primeiro NFP do ano e a aversão ao risco está elevada
O início de 2019 começou com o sentimento de dólar muito vendedor, o que faz sentido dada a mudança de perspetivas sobre o que a FED pode fazer com taxas de juros, especialmente após sabermos de uma tendência decrescente do PMI industrial nos EUA
Teremos hoje o relatório de emprego dos EUA juntamente com os outros dados do NFP a apontar para dados de desemprego historicamente baixos que, caso fiquem abaixo do esperado, teremos os próximos discursos da FED novamente expansionistas.
Dado o sentimento de aversão ao risco global, desencadeado pelo enfraquecimento dos dados económicos em todo o mundo, faz sentido seguir a tendência de alocar as nossas posições no JPY. Vimos um movimento contra ciclo durante a sessão da Ásia, onde o JPY subiu muito, mas a maioria dos pares com JPY recuperaram para perto dos níveis pré-pico, tornando muito mais confortável fazer pontos de entrada.
A Ideia será fazer posições curtas no USDJPY com um target nos 106 e um SL nos 108.76.