A emissão de dívida na Alemanha que acaba de baixar as yields

12:19 30 de junho de 2025

Emissão de dívida - Alemanha

 

A recente decisão da Alemanha de emitir 500 mil milhões de euros em obrigações até 2029 teve uma resposta inicial previsível: as yields das Bunds a 10 anos subiram, refletindo a expectativa de maior oferta de dívida soberana no mercado. No entanto, o movimento foi rapidamente revertido — e de forma sincronizada a nível global — com as yields a recuarem de forma generalizada ao longo desta manhã por toda a parte do globo, o que sugere que o mercado já antecipava esta emissão e, mais importante, mantém uma elevada confiança na capacidade da Alemanha cumprir os seus compromissos de crédito.

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Com uma dívida pública equivalente a 62,5% do PIB, a Alemanha mantém-se como uma das economias mais solventes da zona euro. Este nível de endividamento,  abaixo da média da região, reforça o estatuto das Bunds como ativo de refúgio e benchmark de risco soberano na Europa. É precisamente esse papel de referência que explica a reação positiva nos restantes mercados europeus de dívida.

De facto, países periféricos como Portugal, Espanha, Itália e até a França beneficiaram do alívio nas yields alemãs. No caso português, o movimento foi ainda mais expressivo, com as yields das obrigações a 10 anos a recuar mais do que as alemãs — um reflexo da correlação direta e da perceção de menor risco agregado num contexto europeu mais estável.

Esta dinâmica confirma um padrão estrutural nos mercados de dívida da zona euro: quando as yields das Bunds descem, a tendência propaga-se para a periferia, reduzindo os prémios de risco e melhorando as condições de financiamento para os Estados-membro. Em termos técnicos, isto traduz-se num alívio dos spreads soberanos, sinal de apetite renovado por risco e normalização das condições financeiras no bloco. Não esquecer que a emissão de dívida está relacionada com investimento, o que deverá promover maior crescimento económico para toda a Zona Euro.

A emissão alemã, portanto, longe de abalar os mercados, serviu como um teste bem-sucedido à credibilidade fiscal da maior economia europeia e, ao mesmo tempo, funcionou como um catalisador positivo para a dívida soberana europeia como um todo. O comportamento das yields neste contexto mostra um mercado ancorado em expectativas racionais, sensível à oferta, mas com foco claro na qualidade do crédito e na expectativa de crescimento da produção.

Em relação ao par cambial EUR/USD, o mesmo não teve grande reação, estando nesta altura a valorizar perto de 0,06%. Já o índice de referência alemão, o DAX, está a desvalorizar cerca de 0,4%, o que também não se vê impacto substancial. 

Yields das obrigações a 10 anos da Alemanhã (vermelho) em comparação com as de Portugal (azul). Fonte:TradingView


 

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Escrito por

Vítor Madeira

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