O regime de Autorização de Residência para Atividade de Investimento (ARI), mais conhecido como Golden Visa, foi sendo ajustado ao longo do tempo e, atualmente, a via mais relevante passa pelo investimento em fundos que aplicam pelo menos 60% do capital em empresas portuguesas. Para investidores interessados no mercado acionista, este enquadramento representa não apenas uma oportunidade de obter residência e, eventualmente, a nacionalidade portuguesa, mas também uma forma de exposição a alguns dos principais ativos cotados no país. Do ponto de vista do mercado de capitais, este mecanismo pode ter efeitos importantes no comportamento do PSI-20, o principal índice bolsista nacional.
A entrada de capitais estrangeiros através destes fundos contribui, em primeiro lugar, para aumentar a liquidez do mercado acionista português. Uma maior procura por ativos listados tende a reduzir a volatilidade em determinadas ações e a criar condições mais favoráveis para a valorização do índice. Este efeito é particularmente relevante num mercado relativamente pequeno como o português, em que oscilações de procura conseguem ter impacto direto nas cotações.
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Abrir Conta Download mobile app Download mobile appEm segundo lugar, o PSI-20 pode beneficiar de uma maior atratividade internacional. A canalização de recursos para fundos que investem em empresas nacionais significa que empresas portuguesas de grande capitalização – como a EDP, Galp, BCP ou Jerónimo Martins – passam a estar sob maior escrutínio e visibilidade nos circuitos globais de investimento. Esse interesse acrescido pode não só suportar o preço das ações, mas também facilitar futuros aumentos de capital ou emissões de dívida por parte dessas empresas, reforçando a sua capacidade de financiar crescimento.
Outro impacto prende-se com a valorização de setores estratégicos. No caso português, a energia e a banca têm peso significativo no PSI-20 e são tradicionalmente procuradas por investidores institucionais pela sua relevância estrutural e, em alguns casos, pela distribuição regular de dividendos. Assim, empresas como a EDP e a Galp poderão beneficiar de uma procura acrescida, não só pelo seu peso no índice, mas também pelo enquadramento internacional que apresentam, seja na transição energética ou na exposição a matérias-primas. Da mesma forma, o BCP poderá captar atenção acrescida devido à sua posição de destaque na banca ibérica e à sua diversificação internacional, nomeadamente na Polónia e em África.
Por fim, empresas com perfil de maior estabilidade e dividendos atrativos, como a REN, a Navigator, a NOS ou a Corticeira Amorim, também surgem como candidatas naturais a beneficiar do afluxo de capital, uma vez que os fundos orientados para investidores estrangeiros tendem a privilegiar ativos com maior resiliência e visibilidade a médio prazo. Com este movimento, o PSI-20 ganha não apenas em valorização potencial, mas também em robustez, aproximando-se dos padrões de atratividade que outros mercados europeus já oferecem.
O investimento estrangeiro direcionado para fundos com forte componente acionista portuguesa está a funcionar como um catalisador do mercado de capitais nacional. Em 2025, o PSI destaca-se com uma valorização YTD na casa dos 24%, superando a maioria dos seus pares europeus, tais como, o FTSE 100 (12%), o CAC 40 (8%) e o DAX (21%), só sendo claramente ultrapassado pelo IBEX 35 espanhol (32%).
Como é óbvio, esta elevada valorização relativa do PSI não está apenas relacionada com as entradas líquidas dos fundos elegíveis no regime ARI/“Golden Visa”, mas também com o efeito de base e composição, uma vez que se trata de um mercado mais concentrado em energia, banca e utilities, onde devido à conjuntura atual, os movimentos de reavaliação têm um impacto proporcionalmente maior no índice. O ciclo de resultados também tem sido benigno para estes setores em Portugal: a energia beneficia da visibilidade em transição (EDP/EDPR) e do pricing em upstream/refinação (Galp), enquanto a banca melhora as margens e os lucros.
Assim, o Golden Visa, para além do seu papel como instrumento de política migratória e de captação de capital estrangeiro, assume hoje uma função estratégica no reforço do mercado acionista português. Ao canalizar investimento para empresas nacionais de referência, contribui para dinamizar o PSI-20 e para elevar o perfil internacional da bolsa portuguesa. Se mantida esta tendência, Portugal poderá consolidar-se como um destino não apenas turístico e residencial, mas também como uma praça financeira cada vez mais atrativa e integrada no panorama europeu.
Desempenho do PSI em comparação com o índice francês (CAC) e o alemão (DAX) este ano. Fonte: Koyfin
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