Investimento no setor da defesa impulsiona
O início de 2025 está a ser marcado pelas fortes valorizações das empresas ligadas ao setor da defesa. A União Europeia deu um passo estratégico importante ao lançar uma proposta para mobilizar até 800 mil milhões de euros para o setor da defesa nos próximos quatro anos.
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Abrir Conta Abrir Conta Demo Download mobile app Download mobile appEste programa de estímulos ao setor surge como resposta ao aumento da instabilidade geopolítica, em particular face à invasão russa à Ucrânia, à posição “aparentemente” instável no lado dos EUA e à necessidade urgente de reforçar a autonomia estratégica do continente europeu. O plano visa não apenas fortalecer as capacidades militares da UE, mas também reduzir a dependência de países externos, nomeadamente os Estados Unidos.
A proposta contempla mecanismos inovadores, como a emissão de dívida conjunta, além de uma reorientação de fundos da UE para projetos de defesa, garantindo a modernização e a inovação das infraestruturas de segurança. Este esforço reflete a crescente consciencialização de que, para garantir a sua segurança a longo prazo, a Europa necessita de uma abordagem integrada e colaborativa, que envolva todos os Estados-membros no desenvolvimento de uma defesa comum e coordenada.
Fonte: Bloomberg
Embora as questões sobre o setor não sejam recentes (no início da invasão houve um aumento da contribuição do PIB para o setor), a verdade é que neste momento as metas são ainda mais ambiciosas acerca dos gastos com a defesa no continente europeu.
A maioria dos países da UE cumpre o requisito de 2% das despesas com a defesa em relação ao PIB. Os dados do Banco Mundial indicam que, em 2023, as despesas em toda a UE poderá ultrapassar os 1,7% do PIB. Em teoria, os 200 mil milhões de euros adicionais por ano de que fala a CE conduziriam a um aumento global de 2,7-3,0% do PIB. Para termos ideia, o último momento em que 2,7-3,0% do PIB esteve dedicado ao setor da Defesa, foi nas décadas de 1970 e 1980 nos países da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço.
Impacto no crescimento económico
No cenário de existir um aumento das despesas de 200 mil milhões de euros por ano na UE não alterará significativamente as perspectivas de crescimento económico. Ainda assim, podemos ver que há um contributo positivo que poderá também atenuar o impacto da atual conjuntura económica na Zona euro - principalmente nos principais países como França e Alemanha.
Fonte: Comissão Europeia, Bloomberg, XTB
Por outro lado, este pacote de estímulos ao setor levanta outras questões, nomeadamente as referentes ao peso da dívida que poderá aumentar devido ao efeito do aumento das despesas.
A União Europeia tem a intenção de suspender temporariamente as regras que limitam os défices excessivos, permitindo uma maior flexibilidade orçamental para financiar o plano de defesa. Em termos financeiros, 650 mil milhões de euros serão provenientes diretamente dos Estados-membros, que terão de arrecadar esses recursos, possivelmente por meio da emissão de dívida pública. Embora esta alternativa não tenha um impacto significativo para os países com níveis de endividamento relativamente baixos, poderá agravar ainda mais as economias mais endividadas, como é o caso da França e da Itália. Para mitigar esse impacto, a UE prevê a concessão de empréstimos a taxas de juro mais vantajosas, que deverão atingir os 150 mil milhões de euros, oferecendo uma solução financeira alternativa para os países mais sobrecarregados pela dívida.
Gráfico com previsões da dívida em relação ao PIB. Fonte: FMI, Bloomberg BE, XTB
Impacto do pacote de estímulos nas empresas europeias
As ações da Rheinmetall foram as que mais subiram devido à expansão das munições e aos contratos do orçamento de defesa alemão, enquanto a Thales ganhou com os sistemas C4ISR e os radares antiaéreos. A Leonardo beneficiou do aumento da procura de sistemas de guerra eletrónica por parte da NATO e das joint ventures com a Rheinmetall, e a BAE Systems ganhou com o desenvolvimento do caça Tempest e com a cibersegurança. Os principais riscos incluem atrasos nos contratos e aumento dos custos das matérias-primas e da investigação, o que poderá afetar as margens destas empresas.
Fonte: XTB Research Team
Henrique Tomé, Analista XTB
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