12:05 · 6 de outubro de 2025

Paralisação em França: novo capítulo da turbulência política

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Principais conclusões
  • Lecornu renuncia: O primeiro-ministro francês Sébastien Lecornu renuncia após menos de um mês, marcando um ponto baixo histórico na estabilidade política.
  • Turbulência no mercado: A crise levou o CAC 40 a cair 2%, enfraqueceu o euro e elevou o spread dos rendimentos dos títulos franceses e alemães para uma alta de 86 pontos base.
  • Possibilidade de eleições antecipadas: A paralisação política aumenta a expectativa de eleições parlamentares antecipadas para resolver o impasse.

O primeiro-ministro francês, Sébastien Lecornu, renunciou ao cargo em pleno agravamento da crise política, apenas um dia após o presidente Emmanuel Macron ter anunciado a composição do novo gabinete e menos de um mês após assumir o cargo. Este é o terceiro primeiro-ministro a perder o cargo devido à incapacidade de aprovar reformas importantes num parlamento fragmentado. Os acontecimentos abalaram fortemente os mercados financeiros franceses e desencadearam um aceso debate político interno. Notavelmente, Lecornu torna-se o primeiro-ministro francês com o mandato mais curto da história, o que ressalta a grave incerteza que paira sobre o futuro do país.

 

Motivos da renúncia de Lecornu

Lecornu apresentou a sua renúncia menos de 24 horas após Macron ter revelado um governo em que a maioria dos cargos era ocupada por políticos dos gabinetes anteriores. Esta decisão suscitou críticas generalizadas da oposição, que esperava uma mudança genuína. Na sua declaração, o ex-primeiro-ministro citou a crescente polarização política e a impossibilidade de exercer eficazmente as suas funções.

Ele destacou a dificuldade em aprovar um orçamento que inclui cortes de gastos e aumentos de impostos impopulares — medidas exigidas por Bruxelas diante do maior défice da zona do euro.

 

Reação política e social

A demissão de Lecornu provocou uma onda imediata de reações em toda a classe política francesa. O líder socialista Olivier Faure afirmou que o bloco de Macron estava a desintegrar-se e que o governo havia perdido legitimidade.

Figuras importantes da oposição, incluindo Marine Le Pen e Jean-Luc Mélenchon, pediram a dissolução da Assembleia Nacional e até sugeriram o "impeachment" do presidente. Jordan Bardella, do partido de direita Rassemblement National, afirmou abertamente que a restauração da estabilidade só é possível através de eleições parlamentares antecipadas.

 

Mercados financeiros reagem fortemente

A saída do primeiro-ministro afetou imediatamente o mercado de capitais francês. O índice CAC 40 caiu até 2% hoje, com as ações bancárias sendo as mais afetadas. O euro também se desvalorizou para US$ 1,1650.

Os rendimentos dos títulos franceses dispararam, com o spread em relação aos títulos alemães aumentando para 86 pontos-base (bps) — o nível mais alto desde a virada de dezembro para janeiro. Economistas alertam cada vez mais que a turbulência política complicará ainda mais as negociações orçamentárias, podendo fazer com que o déficit cresça mais rapidamente do que o projetado.

O diferencial de rendimento entre os títulos franceses e alemães destaca a crescente incerteza. Fonte: Bloomberg Finance LP

Os bancos franceses são os maiores prejudicados. Apenas algumas empresas do índice CAC 40 estão a negociar positivamente hoje. Fonte: Bloomberg Finance LP, XTB

 

Apesar de um amplo mercado em alta nos ativos financeiros globais, o mercado francês permanece fraco, uma tendência associada ao anúncio antecipado das eleições em junho de 2024. Fonte: Bloomberg Finance LP

 

Perspectivas futuras

O governo enfrenta um prazo até 13 de outubro para apresentar o projeto completo da lei orçamentária. A recente renúncia do primeiro-ministro aprofunda a crise política, tornando o cenário de eleições parlamentares antecipadas um tema cada vez mais frequente nos comentários políticos e nas análises de mercado.

Nas próximas semanas, a falta de uma direção política clara e de confiança dos investidores será o fator mais significativo para determinar o futuro econômico e político da França.

A situação também está a se espalhar para o contexto europeu mais amplo, refletido no par EURUSD. O par testou hoje a região de US$ 1,1650, seu nível mais baixo desde 25 de setembro. Caso esse nível de suporte crucial seja rompido, o par poderá se dirigir para as baixas do final de agosto, aumentando ainda mais a pressão sobre o Banco Central Europeu (BCE) para considerar novos cortes nas taxas de juros. Atualmente, o mercado avalia em apenas alguns pontos percentuais a probabilidade de um corte nas taxas do BCE até o final do ano, e não mais do que 30% de probabilidade de um corte dentro do horizonte previsto atualmente.

 

 

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