A prata está a registar um aumento notável no preço em 2025, posicionando-se como uma das commodities com melhor desempenho nos mercados globais. Com o preço a aproximar-se dos 38,5 dólares por onça, o metal precioso já registou um aumento impressionante de 33% no acumulado do ano, superando o ouro.
A impressionante recuperação da prata está a caminho dos picos de 2011 e do final da década de 1970/início da década de 1980. Embora o preço atual seja elevado, não observamos uma sobrevalorização significativa, especialmente quando analisamos os desvios em relação à média de 5 anos. No passado, foram necessários 5 desvios dessa média para sinalizar uma clara sobrevalorização. Fonte: Bloomberg Finance LP
A atual alta da prata é sustentada por fundamentos sólidos que vão muito além do frenesi especulativo observado no final da década de 1970. O mercado da prata está a lidar com um défice estrutural que já dura cinco anos consecutivos, enquanto a procura industrial atinge níveis recorde, impulsionada pelas revoluções tecnológicas e pela transição energética.
Crise estrutural da oferta impulsiona a alta
A escassez crónica de metal físico no mercado global é um dos principais fatores por trás dos ganhos atuais da prata. De acordo com a análise mais recente do Silver Institute, o mercado deverá enfrentar um défice de cerca de 170 milhões de onças em 2025, continuando uma tendência que começou em 2021.
O problema reside na estrutura única da produção de prata, que é fundamentalmente diferente da de outros metais preciosos. Apenas 30% da oferta global provém de minas onde a prata é o principal produto. Os restantes 70% são produzidos como subproduto da mineração de ouro, cobre, zinco e chumbo. Esta estrutura impede que a oferta de prata responda de forma flexível ao aumento dos preços, uma vez que depende da rentabilidade de outros metais.
A prata está a ganhar valor em relação a outros metais industriais, embora ainda não seja extremamente cara em comparação com o cobre ou o zinco. Fonte: Bloomberg Finance LP, XTB
A produção global de prata em minas caiu mais de 7% em comparação com 2016, situando-se agora em aproximadamente 835 milhões de onças por ano. Entretanto, a reciclagem aumentou 24%, para 195 milhões de onças, mas ainda não compensa o declínio na produção primária. Os especialistas prevêem que esta situação se agravará, uma vez que as perspetivas para novos projetos mineiros continuam muito limitadas.
A explosão da procura industrial
Do lado da procura, está em curso uma verdadeira revolução. A procura industrial de prata atingiu um recorde de 680,5 milhões de onças em 2024, com previsões para 2025 indicando que ultrapassará a marca dos 700 milhões de onças pela primeira vez na história. Este aumento é impulsionado por várias tendências tecnológicas importantes.
O setor fotovoltaico tornou-se um dos principais motores da procura de prata, aumentando o seu consumo em 64% em 2024, para 193,5 milhões de onças. Os analistas prevêem outro forte aumento em 2025, o que significa que os painéis solares poderão consumir mais de 200 a 230 milhões de onças por ano. Esta impressionante taxa de crescimento decorre da expansão global das fontes de energia renováveis, particularmente na China, Europa e Estados Unidos.
A indústria eletrónica também está a assistir a um aumento espetacular da procura, que cresceu 20% em 2024, para 445,1 milhões de onças. O desenvolvimento da inteligência artificial, das redes 5G e da Internet das Coisas está a gerar uma procura sem precedentes pela prata, que desempenha um papel fundamental na produção de semicondutores e componentes eletrónicos.
Além disso, a eletrificação dos transportes está a criar uma nova categoria de procura. Os veículos elétricos requerem significativamente mais prata do que os carros tradicionais de combustão interna, e as vendas globais de veículos elétricos estão a crescer a uma taxa superior a 30% ao ano.
A relação ouro-prata sinaliza subvalorização
Um dos indicadores mais importantes do valor relativo dos metais preciosos, a relação entre o preço do ouro e da prata, está atualmente em torno de 87. Isso enquanto a média histórica oscila entre 50 e 60, dependendo do período considerado. A média de 10 anos é de aproximadamente 80 pontos. Esse desvio significativo da norma histórica sugere que a prata continua subvalorizada em relação ao ouro.
Historicamente, durante os mercados em alta dos metais preciosos, a prata tende a superar o ouro nas fases finais do ciclo. Este padrão deve-se ao facto de o ouro liderar normalmente o mercado dos metais preciosos como principal reserva de valor, enquanto a prata segue com algum atraso, mas muitas vezes com maior intensidade devido ao seu mercado mais pequeno e maior volatilidade.
Uma normalização da relação ouro-prata para a sua média histórica implicaria um potencial de ganhos muito maiores para a prata do que para o ouro nos próximos meses. Se a relação voltasse a um nível de 60 com os preços atuais do ouro, a prata poderia atingir mais de 55 dólares por onça, o que seria um novo recorde histórico para o mercado da prata.
Ventos favoráveis para a prata
O ambiente macroeconómico também favorece novos aumentos no preço da prata. As expectativas de cortes nas taxas de juro pelo Federal Reserve apoiam os metais preciosos, reduzindo o custo de oportunidade de mantê-los. Os dados de inflação de agosto, que se mantiveram estáveis em 2,7% em vez dos 2,8% projetados, reforçaram as expectativas de um corte nas taxas em setembro, impactando positivamente os preços da prata. Um enfraquecimento adicional do dólar também torna a prata mais acessível globalmente.
Vale a pena notar que os ETFs estão a aumentar significativamente as suas participações em prata. Embora ainda estejam muito longe dos níveis históricos em termos de onças, o valor da prata detida pelos ETFs atingiu um recorde absoluto, sugerindo que a prata poderá ter um preço mais elevado.
Riscos e desafios
Apesar das perspetivas otimistas, os investidores devem estar cientes dos riscos potenciais. A prata é naturalmente muito volátil, excedendo significativamente outros metais preciosos. Correções bruscas de preços são uma parte normal do ciclo da prata e podem apagar temporariamente meses de ganhos.
Uma desaceleração económica poderia reduzir a procura industrial, embora, historicamente, a procura por investimentos tenha frequentemente compensado o declínio no consumo industrial durante esses períodos. Inovações tecnológicas que poderiam reduzir o uso da prata em certas aplicações representam um risco a longo prazo, embora a tendência atual seja a oposta — novas tecnologias estão aumentando a procura.
Um fortalecimento do dólar americano, caso a retórica da Reserva Federal mude, poderia impactar negativamente os preços das commodities. Da mesma forma, um potencial aumento na reciclagem da prata ou a descoberta de novos depósitos poderia afetar o equilíbrio entre oferta e demanda, embora isso pareça improvável no curto e médio prazo.
Perspectivas de longo prazo
As perspectivas de longo prazo para a prata continuam muito atraentes devido às tendências estruturais que impulsionam a demanda.
A transição energética, a digitalização da economia e o desenvolvimento de novas tecnologias criam uma base duradoura para o crescimento da procura de prata. Ao mesmo tempo, as restrições à oferta, resultantes da estrutura de produção única, deverão agravar-se.
Analistas de todo o mundo prevêem que o défice do mercado da prata irá persistir durante anos, podendo levar a máximos históricos dos preços. Um cenário em que a prata atinge novos recordes acima dos 50 dólares por onça nos próximos 2-3 anos está a ganhar força entre os analistas de mercado.
O Citigroup elevou a sua previsão para o preço da prata nos próximos 6 a 12 meses para US$ 40 por onça, citando o crescente défice físico do metal e o aumento da procura. O Bank of America também antecipa o nível de US$ 40 até ao final de 2025, apoiando a sua previsão com uma análise fundamental. O JPMorgan apresenta cenários igualmente otimistas, mas aponta para um nível de US$ 38 até ao final do ano.
As previsões de longo prazo são ainda mais otimistas. Alguns analistas prevêem novos picos acima de US$ 52,50 em 2026, o que ultrapassaria as máximas mais recentes de 2011, próximas dos níveis do final da década de 1970 e início da década de 1980. Na sua última pesquisa com especialistas, a London Bullion Market Association indica uma previsão média de US$ 43,50.
A prata oferece uma combinação única de funções monetárias e industriais, tornando-a atraente tanto como cobertura contra a inflação quanto como investimento em megatendências tecnológicas. Para investidores que buscam exposição à transição energética e, ao mesmo tempo, proteção contra riscos sistémicos, a prata pode ser uma escolha ideal nos próximos meses.
A situação atual no mercado da prata assemelha-se a um cenário propício para um aumento significativo dos preços, que poderá trazer retornos espetaculares aos investidores capazes de gerir a volatilidade inerente a este mercado. A história mostra que os melhores investimentos em prata foram feitos em momentos em que os fundamentos do mercado estavam tão fortes como agora.
A análise técnica aponta para novos ganhos
Do ponto de vista da análise técnica, a prata está numa sólida tendência de alta, rompendo sucessivos níveis de resistência. A quebra da barreira chave de US$ 35,40 abriu caminho para preços significativamente mais altos. No curto prazo, o importante é manter as médias móveis de 30 e 50 dias, enquanto no longo prazo é importante romper as máximas recentes e subir para perto de US$ 42, onde está localizada a próxima grande resistência para a prata.
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