Tarifas - Setor Automóvel
Trump anunciou que as tarifas sobre os automóveis entrarão em vigor "separadamente" das tarifas mútuas, quando estas forem anunciadas. O Reino Unido e a UE poderão ser confrontados com taxas aduaneiras de 20% ou mais. A Câmara do Comércio Britânica (BCC) alertou para o facto de os setores automóveis, farmacêutico e alimentar europeus poderem ser particularmente vulneráveis a estas medidas.
As empresas de automóveis dependem da importação de matérias-primas (principalmente aço e alumínio), componentes específicos e até equipamentos/máquinas de montagem que dependem de vários países. Deste modo, se algum dos produtos mencionados sofrer uma tarifa leva a que automaticamente haja um aumento dos custos para as empresas. Como tal, este aumento dos custos podem ter impacto nas margens das empresas ou nos preços ao consumidor ou mesmo na procura por veículos se o preço aumentar.
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Fonte: XTB
Para compensar os custos mais altos, as empresas podem aumentar os preços dos carros ou diminuir as suas margens de lucro. Se os preços aumentarem, isso deve provocar uma queda na procura por veículos, ou os consumidores adiarem as suas compras dado que são considerados bens duradouros. Se as empresas absorverem os custos na totalidade ou parte deles, então as suas margens caem e se a procura se mantiver igual, significa que terão menos lucro, o que também pode provocar o adiamento de investimentos, contratação de trabalhadores, etc. No entanto, este efeito não é igual para todos os países nem para todas as empresas, vejamos que o impacto desta decisão poderia ser muito maior caso abrangesse países como o México, Coreia do Sul e Japão que são os principais mercados no sector.
Fonte: Bloomberg
Como referimos anteriormente este efeito não é igual entre os produtores de automóveis. No caso da Volkswagen, a Hyundai-Kia e a Mercedes seriam as mais afetadas com a imposição das tarifas, uma vez que os componentes destes veículos são quase sempre importados e não produzidos internamente.
Fonte: Bloomberg
Como podemos ver pelo comportamento das ações do ramo automóvel, numa análise a 12 meses o mercado já demonstra uma performance negativa na maior parte das empresas (com a excepção Renault), portanto não podemos insinuar que esta performance se deve às tarifas. Posteriormente, no momento em que se colocou as tarifas na discussão, estas empresas têm demonstrado performance positiva, o que demonstra que o mercado espera que estas empresas possam melhorar as suas métricas financeiras no futuro.
Posteriormente, em relação às tarifas em si, é difícil prever qual será o impacto absoluto das mesmas. Primeiro, porque a economia não é uma ciência exata e os agentes económicos mudam as suas decisões de forma racional/irracional, o que leva a que o comportamento seja sempre imprevisível. Segundo, porque temos visto uma forma de chantagem, dado que a administração Trump tem colocado uma ameaça credível a obrigar os seus parceiros económicos a ceder às suas exigências.
Desempenho das cotadas ao longo dos últimos 12 meses. Fonte: Koyfin
Desempenho das cotadas ao longo dos últimos 3 meses. Fonte: Koyfin
Por outro lado, também devemos ver isto com alguma esperança já que estas mudanças criam competitividade, proporcionando ajustes que podem obrigar essas empresas a melhorarem os seus níveis de eficiência e tornarem-se mais produtivas, mesmo que num momento inicial possa ser doloroso.
As empresas também podem tentar evitar as tarifas movendo as suas fábricas para os EUA, mas isso envolve investimentos altos e pode levar anos para compensar os mesmos, para além de que podem perder competitividade face às empresas locais.
Autores:
Vítor Madeira e Henrique Tomé, Analistas XTB
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