Wall Street explode com as negociações entre os EUA e a China

11:44 13 de maio de 2025

Wall Street explode com as negociações entre os EUA e a China

 

Wall Street reagiu com entusiasmo ao anúncio de um acordo comercial temporário entre os Estados Unidos e a China, o que sinaliza um abrandamento das tensões entre as duas maiores economias do mundo. O entendimento, alcançado após negociações durante o fim de semana, prevê uma redução significativa das tarifas: a China compromete-se a baixar os direitos aduaneiros sobre produtos americanos de 125% para 10% por um período de 90 dias, enquanto os EUA fixam as tarifas sobre produtos chineses em 30% — com uma taxa base de 10% acrescida de 20% relacionada com preocupações ligadas ao fentanil. As novas medidas entram em vigor a 14 de maio e, embora temporárias, abrem caminho para negociações com vista a um acordo de longo prazo.

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O impacto imediato nos mercados foi notório, logo a seguir aos anúncios verificámos que os principais índices norte-americanos registaram subidas expressivas: o US2000 subiu 4%, o US100 ganhou 3,5% e o US500 avançou 2,6%, terminando o dia próximo destes valores. 

Na Europa, o otimismo também se fez sentir, com o DAX a atingir novos máximos históricos, com os mercados a abrir em alta e o índice de volatilidade VSTOXX a cair mais de 8%, refletindo uma diminuição clara da incerteza. 

Fonte: xStation5

O dólar valorizou de forma acentuada, impulsionado pelo alívio do mercado, enquanto o ouro — tradicional refúgio em tempos de instabilidade — recuou mais de 3%, o que poderá indicar uma mudança no sentimento dos investidores. O par EUR/USD voltou a refletir sobretudo as diferenças nas taxas de juro entre a zona euro e os EUA, à medida que a incerteza comercial perde importância face aos fatores monetários.

Apesar do otimismo, o acordo não elimina totalmente os riscos. A redução das tarifas poderá ajudar a aliviar as pressões inflacionistas, especialmente num contexto em que os aumentos anteriores, implementados em abril, já estavam a afetar os preços de bens como automóveis e combustíveis. O encarecimento das cadeias de abastecimento e a transferência desses custos para os consumidores também levantavam preocupações quanto à inflação futura. 

Quando olhamos para os dados macroeconómicos dos EUA, o primeiro trimestre demonstrou abrandamento significativo, com os dados do PIB trimestral a saírem negativos em 0.3%, para além disso as empresas mostraram-se reticentes e baixaram as suas expectativas para o ano. Nessa altura, observava-mos os índices acionistas a corrigir forte num contexto de instabilidade proporcionado pelas tarifas. Já nos últimos meses os dados têm vindo a trazer uma expectativa positiva em linha com as valorizações dos mercados acionistas. No que toca aos índices de produção, o ISM industrial mostrou abrandamento em Março e Abril, continuando no limite do crescimento. No que toca aos serviços, também houve um abrandamento significativo de Março para Abril, sendo que nos serviços a expectativa de crescimento é superior. Em relação ao emprego, em Abril foram criados novos 170.000 postos de trabalho e a taxa de desemprego manteve-se nos 4,2%. Já em relação à inflação, o IPC demonstrou abrandamento em Março descendo de 2.8% para 2.4% e na inflação subjacente caiu para os 2,8% dos 3,1%. Estas melhorias significativas na inflação e a manutenção do emprego, levaram a que a FED mantivesse as taxas de juro e que a expectativa de corte por parte dos mercados monetários fosse alterada de Junho para Julho de 2025.

No que toca ao comércio internacional, as importações de bens chineses pelos EUA caíram para níveis inferiores aos registados em 2018, enquanto o défice comercial com a China atingiu o valor mais baixo dos últimos 20 anos. Por outro lado, a economia chinesa tem revelado resiliência, com exportações globais robustas e sinais de recuperação no crédito interno. Portanto, apesar da China ter diminuído as suas exportações de bens e serviços para os EUA continuou a exportar para o resto do mundo, conseguindo atenuar este efeito na sua balança comercial.

 

Em suma, este acordo representa uma pausa bem-vinda na escalada das tensões comerciais e oferece um alívio temporário aos mercados e às empresas, refletindo-se nas fortes valorizações nos ativos de risco. No entanto, a sua natureza transitória e a imprevisibilidade política nos EUA mantêm elevados os riscos para a estabilidade económica global e para a política monetária americana.

 

Autores: Adriana Rojão , Vítor Madeira


 

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Escrito por

Vítor Madeira

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