Análise Galp
Os resultados da GALP para o 1º trimestre de 2024 foram bem aceites pelos investidores. Os destaques a salientar são:
- EBITDA RCA atinge os 974 milhões de euros, um aumento de 12,73% comparativamente com o ano anterior que tinha sido de 864 milhões de euros.
- Lucro Líquido RCA a atingir os 337 milhões de euros, comparando com os 250 milhões de euros do ano anterior, significa um aumento de 34,8% A/A.
- O cash flow operacional subiu 63.01% atingindo os 595 milhões de euros, comparativamente com os 365 milhões de euros registados no mesmo período do ano anterior.
- A dívida Líquida caiu 106 milhões de euros A/A.
- A descoberta na Namíbia (Mopane) trouxe boas perspectivas de exploração, estando previsto uma captação de 10 mil milhões de barris de petróleo, GALP detém 80% das operações.
- O preço do petróleo tem vindo a diminuir nos últimos dias.
Performance Operacional
Os resultados apresentados pela GALP neste primeiro trimestre de 2024 demonstram melhorias operacionais significativas. Embora a empresa não tenha conseguido aumentar as suas receitas em relação ao ano anterior e com uma queda em relação ao último trimestre de 2023, os resultados operacionais foram positivos. Vejamos que o EBITDA RCA subiu 12.73% e o lucro líquido RCA atingiu os 337 milhões, subindo 34.8% face ao mesmo período do ano passado. Estes resultados demonstram a robustez das áreas em que a GALP tem estado a operar, desde: extração de petróleo, refinaria, comercialização e energias renováveis. Contudo, o destaque principal vai para a extração de petróleo e refinaria que representam mais de 90% de todo o RCA EBITDA.
O crescimento do cash flow operacional vem demonstrar as melhorias de eficiência e produtividade que a empresa apresenta, claro que também do aproveitamento face às circunstâncias macroeconómicas e geopolíticas, visto que o petróleo teve aumentos de cerca de 20% na sua cotação no início deste ano, impulsionando os ganhos da GALP.
Solvabilidade, liquidez e Risco
Neste momento a GALP encontra-se sólida no que toca à liquidez, com um valor de 1.7 mil milhões de euros em “cash and equivalents”. O capital próprio da empresa atingiu novos máximos históricos nos 5.6 mil milhões de euros. A dívida líquida caiu em 106 milhões de euros A/A, o que também é um dado positivo. Vale a pena destacar que grande parte da dívida da GALP é financiada por obrigações que expiram em 2027, altura em que as taxas de juro diretoras do BCE deverão estar mais baixas e onde a renegociação da dívida poderá ser feita de forma menos custosa para a empresa.
Projetos Futuros
O grande impulsionador das ações da GALP foi a descoberta das reservas de Mopane na Namíbia que deram ânimo aos investidores. Trata-se de uma reserva de exploração com potencial para 10 mil milhões de barris. A GALP detém 80% dos direitos de exploração. Nesta altura, a empresa prevê fazer acordos com outras petrolíferas com vista a arrecadar uma parte do capital e continuar a deter uma parte da exploração. Temos que ter noção que uma exploração desta envergadura deverá demorar cerca de “8-12 anos até começar a dar frutos.”
Então, esta descoberta elevou o patamar da GALP a níveis cada vez maiores e encontra-se na mira dos investidores internacionais, sendo que a cotação das suas ações atingiu novos máximos históricos após a confirmação da descoberta.
Outras Informações Gerais
Risco geopolítico e enquadramento macroeconómico
A GALP beneficiou do contexto macroeconómico e geopolítico nos últimos meses. A situação de escalada de conflito entre Israel e o Irão e Hamas, desvios das rotas mercadoras do estreito da Omã e os conflitos no Líbano levaram a que a mercadoria base, o petróleo, apreciasse perto de 20% durante o primeiro trimestre de 2024. Como a maior parte das receitas da GALP provém da extração do petróleo, este efeito teve um impacto direto nos resultados da empresa. A OPEP planeia continuar a trazer mais cortes na produção de petróleo, o que pode beneficiar os preços da matéria-prima.
No quadro macroeconómico, o aumento da atividade económica global no final do ano de 2023 e início de 2024 também trouxeram aumentos da procura por produtos petrolíferos. Os indicadores económicos têm demonstrado bastantes melhorias no contexto europeu o que pode indicar um maior consumo nos próximos meses nesta área geográfica.
O preço do petróleo tem vindo a abrandar nestes últimos 30 dias depois do arrefecimento do conflito no médio oriente e dos stocks terem aumentado substancialmente nos EUA, isto demonstra alguma incerteza quanto ao preço da matéria-prima para os próximos meses.
Não devemos esquecer que as taxas de juro por parte dos bancos centrais continuam em níveis restritivos e não é de descartar algum abrandamento macroeconómico global nos próximos meses.
Análise Técnica e de Preço
Depois do preço ter rompido a resistência dos 18€ com a notícia da descoberta na Namíbia, a força do preço perdura. Nesta altura, uma projeção depois da recente correção pode indicar que o preço ainda tem espaço para subir até à zona dos 23,5€, no entanto, caso haja uma quebra do suporte junto aos 18€, isso simboliza uma fraqueza de preço que pode despoletar um movimento descendente mais profundo. Não esquecer que a cotação do petróleo também será fundamental para a performance da empresa.
Fonte:xStation5
Autor: Vítor Madeira