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15:12 · 27 de novembro de 2025

Ações da Impresa avançam após MFE assumir quase 33% do capital

Hugo Amaral/ECO
MediaForEurope
Ações
MFEB.IT, MFE-MEDIAFOREUROPE NV
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Esta manhã, as ações da Impresa abriram a valorizar mais de 7%, impulsionadas pela confirmação da entrada do grupo italiano MFE como novo acionista da empresa dona da SIC, no entanto, na altura da escrita deste documento apenas estão a subir cerca de 3%.

Apesar de a família Balsemão manter o controlo, deixa de estar praticamente sozinha na liderança estratégica, já que a MFE passa a deter quase 33% do capital, enquanto o grupo Impresa se mantém com cerca de 33,7%.

A chegada deste novo acionista tem efeitos imediatos: o reforço financeiro de 17,3 milhões de euros garante ao grupo maior liquidez, capacidade para reduzir dívida e margem adicional para investir em áreas estratégicas. A reação positiva dos investidores reflete a confiança nas oportunidades que esta operação poderá abrir para o futuro do grupo.

Consolidação dos grupos de media num setor em transformação

Imagem de microfones a fazer entrevista a simbolizar os media
Canva

Nos últimos anos, o panorama mediático europeu tem sido marcado por um movimento de concentração. Os grandes grupos têm vindo a reforçar posições através da aquisição de empresas em dificuldades ou em risco de insolvência, uma tendência que atingiu também alguns grupos de media em Portugal. Com a entrada da MFE no capital do grupo Impresa, a situação financeira do grupo poderá melhorar.

A alteração dos hábitos de consumo é um dos principais motores desta transformação. A audiência tradicional da televisão, rádio e imprensa tem vindo a diminuir, enquanto o público migra para plataformas digitais, mais personalizáveis e frequentemente livres de publicidade. O facto de ser hoje comum passar um dia inteiro sem ligar a televisão, algo impensável há apenas duas décadas, simboliza bem esta mudança estrutural. O avanço do streaming e o peso crescente das redes sociais fragmentaram as audiências e reduziram as receitas publicitárias, pressionando os modelos económicos tradicionais do setor.

Este cenário cria um ciclo difícil de inverter: a menor rentabilidade limita o investimento em conteúdos de qualidade, inovação tecnológica e talento profissional. Por sua vez, a redução da qualidade e da oferta atrativa conduz à perda de audiência e, consequentemente, a uma nova quebra de receitas, comprometendo a sustentabilidade futura das empresas de media.

Apesar das dificuldades, o setor está longe de desaparecer. A sua trajetória deverá ser marcada por um ajustamento estrutural, com menos operadores e maior concentração. O futuro dos grupos de media europeus passará, inevitavelmente, por ganhos de eficiência, diversificação de fontes de receita e adaptação contínua às novas formas de consumo digital.

Métricas financeiros dos grupos de media europeus cotados em bolsa

Para compreender melhor a posição de cada grupo, analisaram-se as principais métricas financeiras relativas ao fecho das contas de 2024: receitas, lucro antes de impostos (EBT), margem líquida, dívida líquida e capitalização bolsista.

Métricas financeiros dos grupos de media europeus cotados em bolsa
Tikr

A Impresa apresenta uma escala significativamente inferior face aos restantes grupos analisados, o que se reflete na sua capitalização bolsista reduzida. Todas as empresas exibem dívida líquida positiva, demonstrando a dependência de financiamento externo para suportar investimentos e despesas operacionais.

Em termos de rentabilidade, tanto a Vivendi (VIV.FR) como a Impresa (IPR.PT) registaram resultados negativos em 2024, com prejuízos ao nível do EBT. Já a Prisa (PRS.ES) e a MFE (MFEA.IT) conseguiram resultados positivos, embora com margens líquidas modestas. No caso da Impresa, a margem líquida negativa de -37,5% evidencia dificuldades estruturais e destruição de valor para os acionistas. A Vivendi também apresentou prejuízos, parcialmente explicados por provisões associadas à descontinuação de algumas operações.

Em contrapartida, Prisa e MFE revelaram maior solidez operacional, mantendo lucros ainda que reduzidos. O peso elevado da dívida em relação à capitalização bolsista é uma constante entre todas as empresas, refletindo um setor maduro, de crescimento limitado e com pouca margem para expansão da rendibilidade no curto e médio prazo.

Desempenho em bolsa: valorização expressiva da Impresa impulsionada pela MFE

No que diz respeito ao desempenho das ações em bolsa, a Impresa destaca-se como a cotada com melhor performance desde o início do ano, acumulando uma valorização de cerca de 105%.

As restantes empresas, Vivendi, Prisa e MFE, registaram desempenhos mais moderados, com ganhos entre 13% e 24%. É relevante notar que a Impresa se situava precisamente nesta faixa antes da divulgação da potencial operação, o que demonstra o impacto direto e expressivo das notícias sobre a perceção do mercado em relação à empresa portuguesa.

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Koyfin

 

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