Investidores preocupados com a situação das gigantes retalhistas Target e Walmart

As acções das cadeias retalhistas Target e Walmart estão a desvalorizar quase 2,0% durante esta sessão de terça-feira. Os receios dos investidores têm aumentado em torno das empresas retalhistas. As previsões mais fracas, problemas de inventário e preocupações com a saúde dos consumidores estão a pesar sobre o sentimento dos investidores e a acrescentar combustível aos declínios.

• As ações da Target (TGT.US) estão a desvalorizar quase 2,2%, enquanto que a Walmart (WMT.US) está a perder quase 2,5%. A Costco (COST.US) também está a enfraquecer..;
• Target sofreu a sua maior queda dos últimos 35 anos, a 18 de Maio, deslizando quase 25%. A empresa surpreendeu os analistas com a baixa dos lucros durante o primeiro trimestre, devido ao aumento dos preços do combustível e do transporte, políticas promocionais menos favoráveis e um afastamento dos artigos electrónicos de consumo que gozavam de margens elevadas;
• A Target anunciou uma queda nos lucros a curto prazo devido a cancelamentos de encomendas e descontos de mercadorias não desejadas. A empresa indicou uma orientação mais fraca da margem operacional para o 2º T, com quase 2%. Isto compara com uma margem de 5,3% para o 1º T. O resultado tem em conta o afluxo de mercadorias que chegarão às prateleiras das lojas com descontos ou directamente à venda;
• A empresa informou que tinha quase 15,1 mil milhões de dólares em inventário no final do 1º T, o que é cerca de 43% superior ao do mesmo período em 2021;
• O director salientou que, apesar do elevado tráfego nas lojas e no website, a actividade nas categorias relacionadas com a pandemia de Covid caiu para quase zero;
• A empresa está a tomar medidas agressivas, incluindo o cancelamento de encomendas e o desconto significativo de produtos não desejados para libertar espaço nas lojas. O Director Executivo Brian Cornell disse que a Target pretende libertar espaço para produtos de mercearia e de regresso às aulas, os quais experimentam regularmente melhores vendas;
• Ao mesmo tempo, a Target continua a manter as suas projecções de crescimento anual de vendas e anunciou uma melhoria nas margens no segundo semestre do ano para 6%. Isto ainda é melhor do que a média da época pré-pandémica de vendas de Outono.
• Vale a pena notar que o crescimento das receitas em 2022 permanecerá baixo ou, na melhor das hipóteses, a um nível médio, pelo que a empresa não espera uma revolução;

A WalMart também está a ter problemas, a empresa está a sentir dificuldades devido ao aumento significativo do seu inventário.

• O inventário da WalMart aumentou quase 33% em relação ao mesmo período em 2021;
• Numa recente reunião com os investidores, o CEO John Furner comunicou que quase 20% do inventário são bens não estão a ter procura e apontou um mínimo de vários trimestres como o tempo necessário para recuperar desta situação;
• As ações da empresa têm vindo a desvalorizar recentemente, na sequência da publicação dos lucros mais fracos e das crescentes preocupações em torno da perspectiva de os consumidores americanos reduzirem as suas despesas. O excesso de inventário está a ser afectado pelo declínio do interesse em categorias populares durante a pandemia;
• Segundo a empresa, os clientes estão também a fazer menos compras casuais devido ao aumento dos preços dos combustíveis e à inflação. A época de Verão nem sempre foi a melhor para os retalhistas devido ao aumento dos gastos dos consumidores nos sectores dos restaurantes e viagens;
• Os retalhistas podem sentir um choque face a uma mudança radical nos hábitos de compra dos consumidores quando descobrem que os armazéns ficam sobrecarregados ou que os inventários não conseguem acompanhar as exigências sazonais do mercado.

Gráfico da Target (TGT.US), intervalo W1.

As ações da empresa têm vindo a registar uma tendência ascendente desde o surto da pandemia provocada pela Covid e ter registado uma valorização de quase 300% em relação aos mínimos de 85 dólares.

Recentemente a força compradora tem sido substituída pelas correções de baixa. As ações da empresa já caíram  mais de 40% em relação aos máximos atingidos no ano passado. No entanto, o movimento de baixa tem vindo a abrandar perto da zona de suporte nos $140, onde também coincide com os níveis de Fibonacci nos 71,6. Fonte: xStation5