Os futuros do cacau têm estado numa tendência de alta há vários meses, chegando a testar a zona dos 6500$ por tonelada. As novas previsões de chuva podem potencialmente afetar metade da colheita de cacau da Costa do Marfim, que terá início em meados de abril.
- As restrições na produção da Costa do Marfim estão a impulsionar as subidas dos preços; o país é o maior produtor mundial de cacau. Os dados de segunda-feira indicam que os produtores de cacau do país enviaram menos 30% da colheita de 1 de outubro a 3 de março, em comparação com o ano passado. Por sua vez, as exportações da Nigéria (o 5º maior produtor mundial) caíram 15% em relação ao ano anterior.
- Na quinta-feira passada, a Organização Internacional do Cacau (ICCO) estimou que o défice global de cacau em 2023/24 aumentará para -374.000 MT de -74.000 MT em 2022/23. Espera-se que a produção em 2023/24 caia -11% em relação ao ano anterior, para 4,45 MMT, e a moagem global em quase -5%. Como resultado, o rácio inventário/moagem da commodity será o mais baixo em mais de 40 anos, mas isto não é nada que possa chocar os mercados, que há muito tempo têm vindo a "jogar" tal cenário;
- Simultaneamente, a Ecom Agroindustrial prevê que a produção de matéria-prima da Costa do Marfim de 2023/24 (até setembro) diminuirá -21,5% em relação ao ano anterior e será a mais baixa dos últimos 8 anos. O mercado continua preocupado com o facto de o fenómeno El Niño poder travar a produção mundial, depois de a seca de 2016 ter feito disparar os preços para níveis nunca vistos desde 2004.
- As previsões actualizadas de chuva na África Ocidental, no entanto, sugerem que pelo menos algumas culturas ainda são susceptíveis de ser bem sucedidas e, como resultado, o mercado está a ganhar dúvidas e a posicionar-se no caso de as restrições de oferta se revelarem mais temporárias;
Cacau gráfico D1
Fonte: xStation5
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