Resumo:
- Dólar australiano movimenta-se a um nivel relativamente alto esta manhã, após o discurso de Debelle’s não ter sido tão ingénuo como esperavam
- “Fed já está, ou está perto dos objectivos relativos á inflação e ao trabalho”, diz Clarida dos Feds
- Pedidos de maquinaria do Japão rebota pela primiera vez em 4 meses
Debelle do RBA não atinge tom inocente
Dólar australiano está a subir pouco mais de 0.2% contra o dólar Americano no início de trading Europeu de hoje, sendo a moeda principal com melhor performance. Esta força seguiu um discurso de Debelle do Reserve Bank of Australia (RBA), onde evitou usar um tom ingénuo (os mercados esperavam tal cenário depois de uma recente mudança de retórica). O vice-governador do RBA disse que o mercado de trabalho estava surpreendentemente sólido, com os principais indicadores fortes. Ele vê uma diferenciação entre força em trabalho e fraqueza no output, como isto se irá resolver nos próximos meses vai ser crucial para o futuro caminho de taxas de juro. De acordo com Debelle, o RBA necessita de um crescimento de salário maior para atingir a meta de inflação (escusado dizer que a relação entre salários e inflação tem vindo a fraquejar recentemente, como se pode notar noutras economias também). Debelle também discerniu salários em crescimento noutras economias como US, RU ou Japão, o que poderia sinalizar um impulso mais sincronizado. Contudo, o problema dos bancos centrais de todo o mundo, é que recentemente uma pressão vinda do aumento de salários não chega para se traduzir em pressões inflácionários originadas em agentes domésticos, daí alguns bancos centrais terem decidido não subir as taxas. Vamos relembrar que na última reunião de Feds, Jerome Powell também referenciou os recentes passos dados pelo governo chinês, que sugeriam algum tempo até vermos resultados aparentes destes passos.
Tecnicamente, o AUSUSD saltou da sua zona de suporte a curto prazo importante, situada pouco acima dos 0.71. Bulls poderão querer ir até aos 0.7150, e este nível poderá encorajar alguns deles a sair das posições longas que investiram no Aussie Fonte: xStation5
Mais banqueiros centrais e dados Japoneses
Para além do discurso de Debelle, também tivemos alguns oradores da Reserva Federal e do Banco do Japão. Nomeadamente, Clarida dos Feds disse que a economia americana já tinha atingido, ou estava muito perto de atingir, os bjectivos propostos para a inflação e para a empregabilidade. Também adicionou que seria plausível que a NAIRU estivesse ao nível, ou até mesmo abaixo, da taxa de desemprego. Em troca, Quarles, também dos Feds, disse que a entidade era dirigida pela informação de dados, e que comentários da Casa Branca não é factor de decisão. A conclusão é que a Reserva Federal já não está em piloto automático, e poderá haver uma alta pressão para convencer o Conselho a voltar a subir as taxas. Como tal, achamos que o balanço de risco está indubitavelmente inclinado para a descida, no que toca á decisão dos Feds relativamente ao movimento das taxas. O último banqueiro central que tomou o palco durante a noite, foi Kuroda, do BoJ, que repetiua a sua mantra de que o objectivo da taxa de inflação a 2% assistiu a estabilidade da moeda no longo prazo, e o BoJ estava a procurar condições que permistissem que a inflação acelarasse ao mesmo tempo que os aumentos em lucros e ganhos corporativos. Por fim, ele disse que seria provavél que o crescimento de preço pairasse sobre os 1%, dado que os salários não estavama crescer rápido o suficiente. Em termos de dados macroeconómicos, recebemos uma leitura perliminar dos principais pedidos de maquinaria do Japão para Fevereiro, que aumentou em 1.8% MoM, abaixo do valor esperado de 2.8% MoM. De qualquer das formas, foi o primeiro aumento em 4 meses, e foi suportado pela sólida procura no sector de manufacturação (pedidos deste sector aumentaram 3.5% MoM, principalmente pelo aumento de procura de petróleo, carvão e produtores de materiais metálicos), o que poderá ser um sinal encorajador. Ainda para mais, lá fora os pedidos aumentaram 19% MoM, recuperando de uma descida de 18.1% sem precedentes no passado Janeiro.
O par USDJPY está preso entre 114.3 e 108.5, e tecnicamente pode-se esperar que o par desça até ao seu limite inferior de consolidação. Fonte: xStation5
Noutras notícias:
· API reportou que os inventários de petróleo bruto aumentaram 4.1 milhões de barris a semana passada, enquanto que os inventários de gasolina caíram cerca de 7.1 milhões de barris.
· Italy reduziu a sua previsão de PIB para 2019 de 1% para 0.2%, fazendo com que o objectivo de défice de 2.04%, previamente acordado, seja virtualmente impossível de atingir.