A sustentabilidade é um dos temas centrais do século XXI, e isso também se reflete na forma como se investe.
À medida que os mercados financeiros evoluem, cresce o interesse por estratégias que não se limitem apenas à rentabilidade, mas que também considerem os impactos social e ambiental de cada decisão.
É neste contexto que surge o conceito de carteira de investimentos ESG, um portefólio composto por ativos que respeitam princípios de sustentabilidade e boas práticas de governança.
Este tipo de abordagem, cada vez mais adotada por investidores conscientes e exigentes, permite alinhar valores pessoais com objetivos financeiros a longo prazo.
Mais ainda, o aumento da regulamentação e o interesse por parte das gerações mais jovens fazem com que os critérios ESG deixem de ser uma tendência para se tornarem uma exigência real nos mercados globais.
Ao longo deste artigo, da autoria da XTB, a plataforma que lhe permite investir, poupar e negociar, explicamos-lhe como investir em ESG, como identificar empresas com boas práticas ESG, quais os riscos e oportunidades associados, e quais as ferramentas que a XTB disponibiliza a quem pretende construir uma carteira sustentável com impacto positivo.
Tudo isto, claro, com a clareza e o rigor pedagógico da Base de Conhecimentos da XTB.
O que significa “ESG” num contexto de investimentos?
A sigla ESG refere-se a três pilares fundamentais que ajudam os investidores a avaliar o comportamento e o impacto das empresas para além dos indicadores puramente financeiros: Environmental (E), Social (S), and Governance (G).
Ao considerar estes critérios, o investidor consegue construir uma carteira mais consciente e informada que valoriza tanto a rentabilidade, como o impacto gerado.
Environmental, Social, and Governance: o que cada pilar representa
E – Environmental (Ambiental)
O primeiro pilar refere-se ao impacto ambiental das atividades de uma empresa, incluindo práticas como a redução de emissões de CO₂, eficiência energética, utilização de recursos naturais, gestão de resíduos e políticas de combate às alterações climáticas.
Uma empresa com boas métricas ambientais contribui ativamente para investir com impacto ambiental positivo.
S – Social (Idem)
O segundo pilar avalia o modo como uma empresa se relaciona com os seus colaboradores, clientes, fornecedores e a comunidade em geral.
Alguns dos critérios mais importantes incluem a diversidade e a inclusão no local de trabalho, o respeito pelos direitos humanos, as condições laborais e o envolvimento comunitário.
As empresas que promovem o bem-estar social são cada vez mais valorizadas pelos investidores.
G – Governance (Governança)
O terceiro e último pilar diz respeito à forma como uma empresa é gerida, englobando transparência nas decisões, a estrutura do conselho de administração, as políticas contra a corrupção, a equidade na remuneração dos executivos e o respeito pelos direitos dos acionistas.
As boas práticas de governança contribuem para as confiança e estabilidade de uma empresa no mercado.
Estes três pilares são analisados em conjunto e ajudam a prever o comportamento de uma organização a longo prazo, já que os negócios sustentáveis tendem a ser mais resilientes e adaptáveis.
A origem do conceito e a sua evolução nos mercados financeiros
O termo “ESG” surgiu oficialmente em 2004, num relatório intitulado «Who Cares Wins», promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) em colaboração com instituições financeiras internacionais.
O objetivo era claro: integrar critérios ambientais, sociais e de governança nas decisões de investimento, com vista a tornar os mercados mais sustentáveis e inclusivos.
Desde então, o conceito registou progressos significativos. Se, anteriormente, os investimentos ESG eram considerados de nicho, hoje representam uma parte cada vez mais expressiva do mercado financeiro global.
Os grandes fundos de investimento e gestoras de ativos passaram a adotar políticas explícitas de investimento responsável. Simultaneamente, muitos países encetaram iniciativas legislativas para obrigarem empresas e investidores a divulgarem as suas práticas em matéria de sustentabilidade.
Em 2025, o fator ESG é muito mais do que uma preferência ética; trata-se de um fator de risco e de uma variável estratégica. Negligenciar os impactos climáticos ou ignorar escândalos sociais e de governança pode ter consequências financeiras graves. Por isso, cada vez mais investidores procuram construir uma carteira sustentável com base em critérios concretos e mensuráveis.
A ideia de que rentabilidade e responsabilidade são forças opostas já se encontra ultrapassada. Em 2025, investir com base em critérios ESG é visto não apenas como uma escolha ética, mas também como uma forma inteligente de reduzir riscos e aumentar a resiliência da carteira a longo prazo.
Uma carteira de investimentos ESG não procura apenas retorno financeiro; pretende também garantir que esse retorno não vem à custa de impactos negativos sobre o ambiente ou sobre a sociedade, e é justamente este equilíbrio que tem conquistado o interesse dos investidores, sejam eles particulares ou coletivos.
Rentabilidade vs. responsabilidade
Durante bastante tempo, cria-se que incorporar preocupações sociais ou ambientais numa carteira implicava sacrificar desempenho. No entanto, estudos mais recentes vieram demonstrar que empresas com boas práticas ESG tendem a ser mais sólidas, inovadoras e resilientes em contextos de crise.
Alguns exemplos práticos incluem empresas que implementam políticas de eficiência energética, evitando custos futuros com regulação ambiental, ou que cultivam ambientes de trabalho saudáveis, reduzindo taxas de rotatividade e atraindo talento qualificado. Na prática, tudo isto contribui para melhores resultados operacionais e para um desempenho financeiro mais estável.
Ao optar por ações com critérios ESG, o investidor aumenta as hipóteses de mitigar riscos de reputação, sanções legais ou disrupções operacionais.
Além do mais, fundos sustentáveis bem geridos, como muitos dos chamados “fundos ESG”, têm conseguido gerar retornos competitivos, em linha com ou até superiores aos fundos tradicionais.
Neste sentido, investir com impacto ambiental positivo e responsabilidade social não significa abdicar de rentabilidade; significa, pelo contrário, incluir mais variáveis nas análises de risco e de retorno.
Tendência global e exigência dos investidores mais jovens
Outro fator que impulsiona o crescimento dos investimentos ESG é a mudança geracional. Os chamados “millennials” e a Geração Z (que já representam uma fatia relevante do capital investido globalmente) estão cada vez mais atentos às questões de sustentabilidade nos investimentos.
Estes investidores não querem apenas fazer crescer o seu dinheiro; querem garantir que esse crescimento contribui para um mundo melhor.
As empresas que ignoram os princípios ESG enfrentam uma progressiva pressão de mercado e o risco de perderem a sua relevância. Já aquelas que se posicionam com clareza como empresas com boas práticas ESG ganham não só o favor dos consumidores, mas também o dos investidores.
Plataformas como a XTB, que oferecem conteúdos didáticos e ferramentas para construir uma carteira sustentável, respondem diretamente a esta nova exigência de transparência, ética e alinhamento com os valores individuais dos seus utilizadores.
Saber como investir em ESG vai além de escolher um fundo com rótulo “verde” ou empresas populares. É igualmente necessário desenvolver a capacidade de analisar, de forma crítica e informada, os dados que demonstram o compromisso real de uma empresa para com os critérios ESG.
Com o aumento da procura por investimentos sustentáveis, muitas empresas passaram a divulgar relatórios ESG, mas nem todos os dados apresentados refletem ações concretas. Por isso, é imperativo que o investidor saiba a que deve estar atento e onde procurar informação fiável.
Sinais de sustentabilidade real
Antes de incluir uma ação ou fundo na sua carteira de investimentos ESG, é fulcral que identifique os indicadores que demonstram práticas sustentáveis reais. Alguns sinais a ter em conta incluem:
- Transparência nos relatórios de sustentabilidade, com métricas claras e auditadas;
- Compromissos públicos para com metas de redução de emissões, consumo de energia ou utilização de recursos renováveis;
- Políticas claras de diversidade, inclusão, igualdade salarial e segurança no trabalho;
- Estruturas de governança que garantam a independência dos conselhos de administração, práticas anticorrupção e o respeito pelos direitos dos acionistas;
- Certificações ambientais (ISO 14001, EMAS, etc.) ou adesão a iniciativas internacionais como o Pacto Global da ONU.
A presença destes elementos é um bom ponto de partida para aferir se uma empresa está, de facto, alinhada com os princípios de um investimento responsável.
Ratings ESG e como interpretá-los
Tal como existem ratings de crédito que avaliam a solvência financeira de uma empresa, também existem agências especializadas que atribuem ratings ESG com base na análise dos seus riscos e práticas ambientais, sociais e de governança.
Estes ratings são atribuídos por entidades como MSCI ESG Ratings, Sustainalytics, Refinitiv ou S&P Global ESG Scores; cada uma delas possui uma escala própria (de AAA a CCC, por exemplo). Um bom rating ESG significa que uma empresa:
- Gere bem os seus riscos não-financeiros;
- Está alinhada com as melhores práticas do setor;
- Tem políticas robustas e transparentes aplicadas a áreas sensíveis.
No entanto, é importante recordar que os métodos de avaliação variam entre agências – uma mesma empresa pode ter classificações diferentes consoante os critérios e o peso dado a cada pilar ESG. Por isso, o ideal é analisar mais do que um rating e complementar com fontes adicionais.
Fontes fiáveis de análise ESG
Para construir uma carteira sustentável sólida e informada, é essencial recorrer a fontes independentes e credíveis. Eis algumas plataformas e relatórios de referência:
- Relatórios de sustentabilidade e ESG das próprias empresas (geralmente disponíveis nas áreas de relações com investidores);
- Bases de dados de ESG de grandes instituições financeiras, como a Bloomberg, a Morningstar ou a Refinitiv;
- Índices ESG, como o Dow Jones Sustainability Index ou o FTSE4Good;
- Organizações Não-Governamentais (ONGs) e fundações que monitorizam práticas corporativas, como a Carbon Disclosure Project (CDP), a Global Reporting Initiative (GRI) e a Sustainalytics;
- Plataformas de trading online, como a XTB, que disponibilizam análises regulares e dados sobre ativos com critérios de sustentabilidade.
Recorrer a fontes fiáveis contribui para evitar o risco de greenwashing (ou seja, quando uma empresa comunica uma imagem de responsabilidade ambiental que não corresponde à realidade) e tomar decisões mais alinhadas com os seus valores e objetivos a longo prazo na qualidade de investidor.
Como construir uma carteira de investimentos ESG
Depois de compreender os fundamentos dos critérios ESG e de saber identificar empresas com boas práticas ESG, eis que chega o momento de começar a construir a sua carteira sustentável. Esta é uma tarefa que exige não só um profundo conhecimento do mercado, mas também uma estratégia que combine impacto positivo, rentabilidade e diversificação.
O segredo está em encontrar o equilíbrio certo entre retorno financeiro e os seus valores pessoais. Para isso, é fundamental conhecer os diferentes instrumentos disponíveis e saber como alocá-los de forma eficiente. Passemos aos detalhes.
Escolher ações, ETFs ou fundos sustentáveis
A primeira decisão a tomar ao construir uma carteira de investimentos ESG é escolher os ativos que irão compô-la. As opções mais comuns são:
- Ações com critérios ESG: invista diretamente em empresas cotadas que adotam práticas sustentáveis e responsáveis. Estamos a falar, por exemplo, de uma empresa de energia renovável, tecnologia limpa ou de uma multinacional com políticas sólidas de diversidade e governança;
- ETFs ESG: estes ETFs são fundos cotados em bolsa que replicam índices compostos por empresas sustentáveis. Estes instrumentos oferecem exposição a dezenas (senão mesmo centenas) de ativos através de um único investimento, sendo ideais para quem pretende diversificar a custo reduzido;
- Fundos ESG 2025: trata-se de fundos de investimento tradicionais que seguem uma política empreendedora de seleção de ativos baseada em critérios ESG. Costumam ser geridos por especialistas que analisam detalhadamente os impactos ambiental e social das empresas em carteira.
A escolha entre ações individuais e ETFs (ou fundos ESG) depende dos seus nível de experiência, perfil de risco e horizonte temporal. Os investidores iniciantes tendem a preferir ETFs pelas simplicidade e diversificação automática que oferecem.
Diversificação geográfica e setorial
Uma carteira sustentável não deve concentrar-se apenas numa única região (como a Europa) ou num único setor (como energias renováveis). A chave para reduzir o risco e maximizar as oportunidades está na diversificação.
Diversificação geográfica
Esta vertente compreende empresas de diferentes países e continentes. Por exemplo, uma carteira ESG pode conter ações de empresas europeias alinhadas com o Green Deal, empresas asiáticas líderes em inovação energética e empresas norte-americanas com forte governança corporativa.
Até o S&P 500 pode ser uma boa referência para identificar empresas com elevada capitalização e critérios ESG consolidados.
Diversificação setorial
O fator ESG não se resume apenas a “empresas verdes”; é possível encontrar boas oportunidades em tecnologia, saúde, consumo, finanças, infraestruturas e muito mais. Alguns setores são naturalmente mais propensos a liderar em práticas ambientais, enquanto outros se destacam nas vertentes social ou de governança.
Na prática, diversificar por âmbitos geográficos e setores aumenta a robustez da carteira face a eventos macroeconómicos ou setoriais adversos e alarga o leque de empresas com impacto positivo.
Equilibrar retorno e impacto
O grande desafio de se construir uma carteira de investimentos ESG é encontrar o ponto de equilíbrio entre:
- Rentabilidade financeira: isto é, maximizar o retorno do capital investido com base em análises fundamentais e técnicas;
- Impacto ambiental e social positivo: ou seja, contribuir para causas como o combate às alterações climáticas, igualdade de género, transparência empresarial ou direitos laborais.
Para alguns investidores, o impacto pode pesar mais na decisão; para outros, o desempenho continua a ser a prioridade. Seja qual for o caso, o ideal é estabelecer critérios objetivos desde o início: por exemplo, definir um mínimo de 70% da carteira para alocar a empresas com classificação ESG A ou superior, ou limitar a exposição a setores controversos.
Com as ferramentas certas, é possível fazer trading online de ativos ESG de forma estratégica, aproveitando oportunidades de mercado sem comprometer os seus princípios. A plataforma da XTB, por exemplo, disponibiliza recursos que ajudam a monitorizar desempenho, tendências e dados ESG de forma integrada.
ESG na prática: exemplos de carteiras sustentáveis
Depois de compreenderem os fundamentos teóricos e as opções de construção de portefólio, muitos investidores perguntam-se: “Como será uma carteira ESG na prática?”. A verdade é que existem várias formas de montar um portefólio com base em investimento responsável, dependendo do perfil do investidor e do nível de exposição ao risco.
Vamos analisar dois tipos de abordagem (defensiva e agressiva) e dar exemplos reais do desempenho de carteiras sustentáveis nos últimos anos.
Estratégias defensivas vs. agressivas
Tal como qualquer outra carteira, uma v pode ser desenhada para privilegiar a preservação do capital ou a procura ativa de valorização. Eis a diferença:
Estratégia defensiva
Esta abordagem é ideal para perfis conservadores ou para investidores que pretendem estabilidade a longo prazo, com menor exposição à volatilidade. Uma carteira defensiva com foco em ESG poderá incluir:
- ETFs que replicam índices sustentáveis de grandes empresas globais (p. ex., MSCI World ESG Leaders);
- Fundos ESG focados em obrigações verdes (green bonds) e empresas de setores estáveis, como saúde ou consumo básico;
- Ações de empresas com boas práticas ESG e modelos de negócio resilientes.
Trata-se de uma ótima estratégia para quem deseja alinhar valores éticos com uma abordagem prudente de gestão de risco.
Estratégia agressiva
Para investidores com maior tolerância ao risco e com ambições de retorno acima da média, a estratégia agressiva procura identificar ações com critérios ESG inovadores e setores com elevado potencial de crescimento.
Alguns dos exemplos mais típicos incluem:
Esta abordagem requer um acompanhamento constante, uma vez que os setores de inovação sustentável podem ser mais voláteis. No entanto, estes têm demonstrado capacidade para superarem benchmarks tradicionais em determinados ciclos de mercado.
Casos reais e desempenho histórico
Nos últimos anos, várias análises comparativas revelaram que as carteiras sustentáveis conseguem não só acompanhar, como também (em alguns casos) superar os portefólios tradicionais.
Um exemplo relevante é o índice S&P 500 ESG, que seleciona empresas do S&P 500 com práticas ESG de excelência. Durante os anos de maior volatilidade (como 2020 ou 2022), o índice ESG apresentou, em determinados períodos, menor perda de valor e uma recuperação mais rápida face ao índice original.
Outro exemplo é o desempenho dos fundos ESG durante o início da pandemia. Diversos estudos mostraram que os fundos sustentáveis tiveram fluxos positivos de investimento, enquanto os fundos convencionais sofreram resgates. Tal demonstrou uma maior confiança dos investidores nos propósito e resiliência destas carteiras.
Além disso, as carteiras ESG bem estruturadas tendem a evitar empresas envolvidas em polémicas legais, escândalos reputacionais ou problemas ambientais, fatores que, de um ponto de vista histórico, impactam negativamente os preços das ações.
Estes casos práticos reforçam que, através da abordagem mais adequada, é possível fazer trading online com foco na sustentabilidade e manter um portefólio competitivo, resiliente e alinhado com os valores do investidor moderno.
ESG e o papel da regulação europeia
A ascensão do investimento responsável na Europa não aconteceu por acaso – o bloco europeu tem sido pioneiro na criação de regras que promovem a sustentabilidade nos investimentos, com o objetivo de canalizar o capital para projetos que apoiem a transição para uma economia neutra em carbono, justa e resiliente.
Se deseja construir uma carteira de investimentos ESG, é nuclear que compreenda esta estrutura normativa, tanto para perceber as oportunidades, como para evitar armadilhas.
SFDR, Taxonomia Verde e outros regulamentos
Entre os principais regulamentos europeus que moldam o universo ESG, destacam-se:
Sustainable Finance Disclosure Regulation (SFDR)
Em vigor desde 2021, a SFDR obriga os gestores de ativos, bancos, seguradoras e consultores financeiros a divulgarem o impacto das suas decisões de investimento sobre a sustentabilidade. Isto inclui riscos ambientais, sociais e de governança, assim como a classificação dos produtos financeiros em três categorias:
- Artigo 6.º: produtos sem objetivos ESG;
- Artigo 8.º: produtos que promovem características ESG;
- Artigo 9.º: produtos com objetivo de investimento sustentável declarado.
Taxonomia Verde da EU
Trata-se de uma “lista técnica” de atividades económicas consideradas sustentáveis do ponto de vista ambiental. O objetivo é evitar o greenwashing e garantir que os produtos financeiros rotulados como ESG realmente cumprem critérios técnicos objetivos, como a redução de emissões ou a promoção da economia circular.
Regulamento da Divulgação de Informação Corporativa Sustentável (CSRD)
Este novo regulamento obriga empresas de uma determinada dimensão a divulgar relatórios detalhados sobre sustentabilidade com métricas padronizadas, facilitando, assim, a análise de empresas com boas práticas ESG por parte dos investidores.
Estes instrumentos tornam o universo ESG mais transparente, fiável e padronizado, algo de essencial para quem investe com base em dados concretos.
Como é que estes enquadramentos legais afetam o investidor português?
Para quem investe a partir de Portugal, estas regras têm um impacto direto na forma como os produtos são apresentados, analisados e selecionados.
Ao procurar fundos ou ETFs sustentáveis, por exemplo, o investidor já pode verificar se estão classificados como Artigo 8.º ou 9.º, ou se os ativos subjacentes cumprem os critérios da Taxonomia Verde.
Além disso, a legislação facilita o acesso a informação fiável sobre ESG, ajudando o investidor a evitar falsas promessas e a construir uma carteira sustentável com base em critérios rigorosos.
Na prática, isso significa:
- Maior clareza nos produtos financeiros ESG oferecidos por bancos e corretoras;
- Maior responsabilidade por parte das gestoras de fundos, que passam a ser legalmente obrigadas a justificar as classificações ESG dos seus produtos;
- Melhor capacidade de comparação entre produtos sustentáveis, graças à uniformização das métricas.
Este enquadramento legal também reforça o papel de plataformas como a XTB, que disponibilizam ferramentas de análise e conteúdos didáticos para ajudarem o investidor a tomar decisões informadas.
Apesar de o investimento responsável ser cada vez mais procurado, isso não significa que esteja isento de riscos. Tal como em qualquer outro tipo de estratégia, é fulcral conhecer os potenciais desafios e limitações antes de incluir ativos sustentáveis na sua carteira de investimentos ESG.
Aliás, um dos princípios do próprio ESG é a transparência, e isso também se aplica ao investidor: entender os riscos faz parte da tomada de decisão consciente.
Greenwashing e falsas promessas
O greenwashing é, talvez, o risco mais frequentemente associado ao universo ESG. O termo descreve a prática de empresas ou fundos financeiros que comunicam um compromisso para com a sustentabilidade sem implementarem alterações reais nas suas operações.
Encontram-se infra alguns dos exemplos mais comuns de greenwashing:
- Adoção de slogans vagos como “amigo do ambiente” sem dados que o comprovem;
- Fundos que se dizem sustentáveis, mas detêm posições significativas em empresas altamente poluentes;
- Relatórios ESG com mais foco em marketing do que em métricas mensuráveis.
Para evitar este risco, é basilar:
- Consultar fontes fiáveis de análise ESG;
- Avaliar os critérios de seleção dos ativos incluídos nos fundos ESG;
- Verificar se a classificação do fundo está alinhada com a SFDR (com preferência por fundos classificados sob a égide dos Artigos 8.º ou 9.º);
- Acompanhar o desempenho não apenas financeiro, mas também em termos de impacto ambiental e social dos ativos detidos.
A XTB oferece conteúdos didáticos que ajudam a reconhecer esses sinais e a selecionar investimentos com base em critérios reais e não em meras aparências.
Volatilidade setorial
Outro risco frequente está relacionado com a volatilidade de determinados setores ESG. Uma vez que muitas ações com critérios ESG se concentram em setores inovadores, como energia limpa, mobilidade elétrica ou tecnologia verde, estas podem estar mais sujeitas a oscilações bruscas de mercado.
Fatores que contribuem para essa volatilidade:
- Sensibilidade a políticas públicas e subsídios estatais (p. ex., fim de incentivos à energia solar);
- Ciclos de adoção tecnológica (p. ex., atraso na implementação de infraestruturas sustentáveis);
- Concorrência entre start-ups e empresas tradicionais a operarem no mesmo segmento.
Assim, ao investir com foco em ESG, há que manter uma diversificação geográfica e setorial sólida, combinando empresas estabelecidas com start-ups inovadoras, e equilibrar o portefólio entre ativos de risco mais elevado e produtos estáveis, como ETFs ou obrigações sustentáveis.
Também poderá ser útil recorrer a ferramentas de trading online para acompanhar tendências e ajustar a alocação de ativos conforme o contexto de mercado.
Ferramentas para construir uma carteira ESG na XTB
A XTB disponibiliza um ecossistema completo para quem pretende investir com consciência e estratégia. Quer para iniciantes que procurem conteúdos didáticos, quer para investidores experientes que pretendam afinar as suas decisões, encontram-se à disposição várias ferramentas práticas que facilitam a construção de uma carteira sustentável alinhada com os seus valores.
1. Plataforma xStation 5
A xStation 5, a premiada plataforma da XTB, permite aceder a centenas de instrumentos financeiros, incluindo ações com critérios ESG, ETFs sustentáveis e índices relevantes como o S&P 500.
Funcionalidades úteis para quem investe com foco em ESG:
- Gráficos avançados com análise técnica;
- Dados fundamentais sobre empresas (incluindo indicadores de governança, responsabilidade social, emissões, etc.);
- Filtros por setor e por localização geográfica;
- Alertas de preço e notícias em tempo real.
2. Acesso a ETFs e ações sustentáveis
Na plataforma da XTB, é possível encontrar:
- ETFs ESG globais e regionais, como os que replicam o MSCI ESG Leaders ou o S&P 500 ESG;
- Empresas com boas práticas ESG, cotadas em mercados regulados e avaliadas por agências independentes;
- Instrumentos de trading que permitem expor-se ao mercado sustentável sem comprar os ativos diretamente (através de CFDs, por exemplo).
- Para quem quer começar de forma simples, os ETFs são uma ótima porta de entrada para uma carteira de investimentos ESG diversificada.
3. Conteúdos didáticos e apoio personalizado
Na Base de Conhecimentos da XTB, encontrará artigos, guias e vídeos que explicam:
Além disso, a XTB disponibiliza:
4. Ferramentas de análise e screening
Para ir além dos rótulos e identificar verdadeiros líderes ESG, a xStation5 permite:
- Acompanhar indicadores de desempenho financeiro e sustentabilidade;
- Avaliar históricos de práticas ambientais, sociais e de governança;
- Comparar empresas e ETFs com base em métricas objetivas.
Assim, pode evitar armadilhas como o greenwashing e garantir que cada ativo da sua carteira sustentável cumpre critérios reais e consistentes.
Investir é, cada vez mais, um ato de responsabilidade, e em 2025, construir uma carteira de investimentos ESG já não é apenas uma questão de ética, é uma escolha estratégica com impacto direto nas resiliência, sustentabilidade e rentabilidade a longo prazo.
Ao compreender os pilares ambiental, social e de governança, ao identificar empresas com boas práticas ESG e ao selecionar ativos com base em dados confiáveis, o investidor moderno ganha controlo sobre o que realmente quer construir: um portefólio que cresce com consistência e, ao mesmo tempo, contribui para um futuro mais equilibrado.
Mas tão importante quanto escolher os ativos certos, é contar com as ferramentas adequadas. A XTB, através da sua plataforma xStation 5 e da sua Base de Conhecimentos, oferece tudo aquilo de que precisa para efetuar trading online de forma informada, consciente e estratégica, quer através de ações com critérios ESG, fundos ESG, ETFs sustentáveis ou outros instrumentos.
Se deseja investir com impacto ambiental positivo, diversificar o seu capital com inteligência e alinhar o seu portefólio com os seus valores pessoais, os recursos estão à sua disposição e a decisão está nas suas mãos.
Este material é uma comunicação de marketing na aceção do artigo 24.º, n.º 3, da Diretiva 2014/65 / UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, sobre os mercados de instrumentos financeiros e que altera a Diretiva 2002/92 / CE e Diretiva 2011/61/ UE (MiFID II). A comunicação de marketing não é uma recomendação de investimento ou informação que recomenda ou sugere uma estratégia de investimento na aceção do Regulamento (UE) n.º 596/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho de 16 de abril de 2014 sobre o abuso de mercado (regulamentação do abuso de mercado) e revogação da Diretiva 2003/6 / CE do Parlamento Europeu e do Conselho e das Diretivas da Comissão 2003/124 / CE, 2003/125 / CE e 2004/72 / CE e do Regulamento Delegado da Comissão (UE ) 2016/958 de 9 de março de 2016 que completa o Regulamento (UE) n.º 596/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às normas técnicas regulamentares para as disposições técnicas para a apresentação objetiva de recomendações de investimento, ou outras informações, recomendação ou sugestão de uma estratégia de investimento e para a divulgação de interesses particulares ou indicações de conflitos de interesse ou qualquer outro conselho, incluindo na área de consultoria de investimento, nos termos do Código dos Valores Mobiliários, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 486/99, de 13 de Novembro. A comunicação de marketing é elaborada com a máxima diligência, objetividade, apresenta os factos do conhecimento do autor na data da preparação e é desprovida de quaisquer elementos de avaliação. A comunicação de marketing é elaborada sem considerar as necessidades do cliente, a sua situação financeira individual e não apresenta qualquer estratégia de investimento de forma alguma. A comunicação de marketing não constitui uma oferta ou oferta de venda, subscrição, convite de compra, publicidade ou promoção de qualquer instrumento financeiro. A XTB, S.A. - Sucursal em Portugal não se responsabiliza por quaisquer ações ou omissões do cliente, em particular pela aquisição ou alienação de instrumentos financeiros. A XTB não aceitará a responsabilidade por qualquer perda ou dano, incluindo, sem limitação, qualquer perda que possa surgir direta ou indiretamente realizada com base nas informações contidas na presente comunicação comercial. Caso o comunicado de marketing contenha informações sobre quaisquer resultados relativos aos instrumentos financeiros nela indicados, estes não constituem qualquer garantia ou previsão de resultados futuros. O desempenho passado não é necessariamente indicativo de resultados futuros, e qualquer pessoa que atue com base nesta informação fá-lo inteiramente por sua conta e risco.