Criptomoedas estáveis (stablecoins): há espaço para investimento?

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Moedas digitais representativas de criptomoedas sobre gráfico de mercado
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Num universo de criptomoedas marcado por forte volatilidade, as stablecoins surgem como uma alternativa que alia a eficiência da tecnologia blockchain à previsibilidade de valor associada a moedas fiduciárias ou ativos reais. Estas criptomoedas estáveis desempenham um papel crescente em estratégias de investimento, gestão de liquidez e proteção de capital, oferecendo novas oportunidades tanto a traders ativos como a investidores conservadores. Neste artigo, explicamos como funcionam, quais os seus principais benefícios e riscos, e analisamos se há espaço para integrar stablecoins num portefólio diversificado em 2025.

Num mercado marcado pela volatilidade das criptomoedas, encontrar ativos digitais que ofereçam previsibilidade no valor é um desafio.

É aqui que entram as stablecoins, ativos concebidos para manterem uma paridade estável com moedas fiduciárias ou outros ativos, e que podem desempenhar um papel relevante tanto para traders ativos como para investidores que procuram proteger o seu capital.

Para quem pretende investir, poupar ou negociar com maior segurança, compreender como funcionam as stablecoins e de que forma se posicionam no mercado de criptomoedas é fundamental.

Com a XTB, é possível acompanhar de perto as dinâmicas deste segmento, analisar oportunidades e riscos, e decidir de forma mais informada se investir em stablecoins faz sentido para o seu portefólio.

O que são criptomoedas estáveis (stablecoins)?

As stablecoins são um tipo de criptomoeda segura cujo valor está associado (“atrelado”) a um ativo de referência, normalmente uma moeda fiduciária como o dólar ou o euro ou, em alguns casos, a commodities (matérias-primas) como o ouro.

O objetivo é simples: minimizar a volatilidade típica de ativos como Bitcoin ou Ethereum, proporcionando uma alternativa mais estável dentro do ecossistema cripto.

Esta característica faz com que desempenhem várias funções importantes no sistema financeiro, incluindo:

  • Facilitar transações mais rápidas e de baixo custo, sobretudo em pagamentos internacionais;
  • Servir de refúgio temporário em momentos de elevada instabilidade no mercado;
  • Atuar como ponte entre criptomoedas tradicionais e moedas fiduciárias no universo da blockchain e das stablecoins;
  • Permitir operações mais eficientes no ecossistema DeFi (Finanças Descentralizadas).

Ao contrário das criptomoedas mais voláteis, que podem registar variações significativas em curtos períodos de tempo, as stablecoins procuram manter o seu valor próximo do ativo de referência, tornando-se uma ferramenta valiosa de gestão de liquidez e de diversificação de portefólio.

Definição de stablecoins e como são utilizadas

As stablecoins são ativos digitais baseados em tecnologia blockchain, concebidos para manterem um valor estável ao longo do tempo. Para isso, recorrem a mecanismos que ligam o seu preço a um ativo subjacente, seja através de reservas em moeda fiduciária ou de algoritmos que regulam a oferta e a procura.

No contexto do mercado de stablecoins, a utilização destes ativos vai muito além da simples retenção de valor. Entre os principais usos, destacam-se:

  • Plataforma de transações: permitem enviar e receber fundos entre diferentes carteiras ou plataformas sem a volatilidade que caracteriza outras criptomoedas;
  • Ferramenta de gestão de risco: servem como um “porto seguro” para os investidores que pretendem sair temporariamente de posições em criptomoedas tradicionais, sem converter para moeda fiduciária;
  • Integração com o sistema financeiro digital: facilitam a participação em protocolos DeFi, permitindo aplicações como empréstimos, staking ou yield farming;
  • Liquidez em negociação: são amplamente utilizadas em pares de trading contra ativos mais voláteis, simplificando a conversão e reduzindo custos.

Para quem utiliza a plataforma da XTB, conhecer a mecânica das stablecoins é essencial para integrar este tipo de ativo numa estratégia que procure equilibrar exposição ao risco e eficiência na execução das operações.

Como as stablecoins oferecem estabilidade no mercado de criptomoedas

A principal proposta de valor das stablecoins é reduzir o impacto da volatilidade das criptomoedas.

Enquanto ativos como Bitcoin ou Ethereum podem registar variações diárias significativas, uma moeda estável procura manter o seu valor constante face ao ativo de referência – por exemplo, 1 USDT ou 1 USDC equivalem, idealmente, a 1 dólar norte-americano.

Esta estabilidade é alcançada através de diferentes mecanismos:

  • Garantias em moeda fiduciária ou ativos reais: algumas stablecoins mantêm reservas auditadas de dólares, euros ou ouro, o que dá confiança aos utilizadores quanto à sua solvência;
  • Protocolos de emissão controlada: no caso das stablecoins algorítmicas, os contratos inteligentes ajustam automaticamente a oferta para manterem o preço alinhado com o valor-alvo;
  • Integração com mercados e plataformas: ao serem amplamente aceites em corretoras, protocolos DeFi e sistemas de pagamento, estas moedas mantêm uma procura constante, ajudando a preservar o seu preço.

Na prática, esta estabilidade faz com que as stablecoins sejam uma ferramenta útil para proteger capital em momentos de incerteza, facilitar transações de forma previsível e criar uma base segura para operar em diferentes áreas do mercado de stablecoins.

Como é que as stablecoins funcionam no mercado de criptomoedas?

Pessoa a negociar criptomoedas numa plataforma online
Kanchanara/Unsplash

O mercado de stablecoins é, atualmente, um dos segmentos mais relevantes do universo cripto, não apenas pela sua dimensão, mas também pelo papel que desempenha na infraestrutura digital.

Ao contrário de outras criptomoedas, cujo valor é determinado exclusivamente pela oferta e pela procura, as stablecoins têm mecanismos de suporte que procuram garantir a sua paridade com um ativo de referência.

Estes mecanismos variam de acordo com o tipo de stablecoin, mas têm em comum a utilização da blockchain como base tecnológica. Tal como outras criptomoedas, são registadas e transacionadas numa rede descentralizada, mas com a diferença de que o seu preço é monitorizado e ajustado para evitar desvios significativos face ao valor-alvo.

Este funcionamento permite que:

  • Sejam utilizadas como meio de troca previsível em ecossistemas digitais;
  • Facilitem o acesso a produtos financeiros inovadores no âmbito das DeFi;
  • Possibilitem a movimentação de capital entre plataformas sem exposição direta à volatilidade das criptomoedas tradicionais.

Para o investidor, compreender como estas moedas operam é essencial para avaliar se vale a pena investir em stablecoins e de que forma podem complementar uma estratégia de diversificação de portefólio.

Como é que são emitidas as stablecoins?

O processo de emissão de stablecoins depende do seu modelo de suporte, mas o objetivo é sempre o mesmo: garantir que cada unidade emitida está devidamente apoiada por um ativo de referência.

Nos modelos mais comuns, as entidades emissoras depositam numa conta bancária ou custodiante ativos equivalentes ao valor das moedas criadas. Por exemplo, ao emitir 1 milhão de tokens de uma stablecoin indexada ao dólar, a entidade deve manter reservas de 1 milhão de dólares ou ativos de liquidez equivalente, como títulos do Tesouro.

O processo pode envolver:

  • Emissão centralizada: feita por uma organização que gere as reservas e controla o número de tokens em circulação, como acontece com USDT (Tether) ou USDC (Circle);
  • Emissão descentralizada: realizada através de contratos inteligentes, em que a criação e a destruição das moedas são automáticas, conforme as regras definidas no protocolo. Este é o modelo típico de algumas stablecoins algorítmicas.

Este mecanismo é fundamental para sustentar a confiança no mercado de stablecoins. Sem uma emissão transparente e auditável, aumentam os riscos das stablecoins, tornando-as menos atrativas para quem procura criptomoedas seguras para investir ou negociar.

Tipos de stablecoins: garantidas por moedas fiduciárias vs. algoritmos

No mercado de stablecoins, encontramos dois modelos principais que determinam como o valor é mantido estável:

1. Stablecoins garantidas por moedas fiduciárias ou ativos reais

São suportadas por reservas em moeda fiduciária (como o dólar, o euro ou a libra) ou por ativos como ouro e títulos de dívida pública.

  • Exemplos: USDT (Tether), USDC (Circle) ou PAX Gold;
  • Vantagens: oferecem elevada previsibilidade, pois cada unidade emitida corresponde a um ativo real guardado por um custodiante;
  • Pontos de atenção: dependem da transparência e das auditorias da entidade emissora para confirmar que as reservas existem e estão completas.

2. Stablecoins algorítmicas

Não têm reservas físicas ou financeiras diretas. Em vez disso, utilizam contratos inteligentes para ajustar automaticamente a oferta de tokens, aumentando-a ou reduzindo-a de modo a manter a paridade com o ativo de referência.

  • Exemplos: projetos como DAI (em parte algorítmica) ou tentativas passadas como TerraUSD;
  • Vantagens: maior descentralização, menor dependência de uma entidade central;
  • Pontos de atenção: maior complexidade técnica e riscos acrescidos em cenários de queda abrupta da procura, podendo levar à perda da paridade.

A compreensão destas diferenças é crucial para quem pondera investir em stablecoins.

Enquanto as stablecoins com garantia fiduciária tendem a ser mais adequadas a perfis conservadores que procuram criptomoedas seguras, as algorítmicas podem interessar aos investidores que aceitam mais risco em troca de maior descentralização.

Quais são as vantagens de investir em stablecoins?

No universo cripto em que a volatilidade das criptomoedas pode ser elevada, as stablecoins surgem como uma alternativa que combina a agilidade dos ativos digitais com uma valorização previsível.

Para quem pretende diversificar o seu portefólio, as stablecoins podem representar uma solução equilibrada, com benefícios que vão desde a gestão de liquidez até ao acesso facilitado a novas oportunidades de investimento.

Além de funcionarem como meio de troca, as stablecoins podem ser integradas em diferentes estratégias de negociação e poupança, oferecendo vantagens claras face a outros tipos de criptoativos.

Estabilidade e menor volatilidade

Ao contrário de ativos como Bitcoin ou Ethereum, que podem registar oscilações de dois dígitos num único dia, as stablecoins procuram manter um valor estável e previsível.

Esta menor volatilidade torna-as especialmente atrativas para os investidores que pretendem proteger o seu capital em períodos de incerteza ou entre operações no mercado cripto.

A estabilidade resulta da sua ligação a ativos de referência, como moedas fiduciárias ou commodities, e permite:

  • Reduzir o risco de variações bruscas no valor do portefólio;
  • Facilitar a liquidez para a entrada ou saída de posições sem recorrer a conversões constantes para moeda tradicional;
  • Um planeamento mais eficiente, sobretudo em estratégias que dependem de margens reduzidas ou operações de curto prazo.

Na prática, isto significa que, mesmo num cenário de queda acentuada das criptomoedas tradicionais, é possível recorrer a stablecoins confiáveis para preservar valor e manter capacidade de ação no mercado.

Potencial de lucro em mercados instáveis

Embora as stablecoins não ofereçam grandes oportunidades de valorização direta, uma vez que o seu valor se mantém ancorado a um ativo de referência, as mesmas podem ser utilizadas de forma estratégica para gerarem rendimento, mesmo quando o mercado está volátil.

Entre as formas mais comuns de rentabilizar stablecoins encontram-se:

  • Participação em plataformas DeFi: alocar stablecoins em protocolos de empréstimo ou poupança descentralizados pode gerar juros competitivos;
  • Arbitragem: aproveitar pequenas diferenças de preço de uma mesma stablecoin entre diferentes plataformas de negociação;
  • Programas de rendimento em corretoras: algumas plataformas oferecem retorno sobre stablecoins depositadas, investindo as reservas em ativos de baixo risco, como a dívida soberana.

Estas estratégias permitem obter ganhos consistentes sem exposição direta à volatilidade das criptomoedas, algo particularmente relevante em períodos de correção ou incerteza.

Para quem utiliza a XTB, as stablecoins podem funcionar como um ponto de partida para explorar oportunidades, mantendo liquidez para entrar rapidamente em novas posições.

Riscos associados às stablecoins e como mitigá-los

Apesar de serem vistas como criptomoedas seguras quando comparadas com ativos mais voláteis, as stablecoins não estão isentas de riscos.

A estabilidade que prometem depende de fatores como a solidez das reservas, a transparência da entidade emissora e a resiliência dos mecanismos de paridade.

A compreensão destes riscos é essencial para tomar decisões informadas e implementar estratégias que minimizem potenciais perdas.

Riscos regulatórios das stablecoins

O crescimento acelerado do mercado de stablecoins tem vindo a chamar a atenção de entidades reguladoras de todo o mundo. Embora a regulação possa trazer mais segurança e confiança, também pode impor restrições que afetam a emissão, a circulação ou até a utilização destas moedas.

Entre os riscos mais relevantes encontram-se:

  • Alterações legislativas súbitas: novas leis podem exigir requisitos de reservas mais elevados ou limitar a operação de determinadas stablecoins;
  • Restrições a serviços associados: plataformas de negociação ou carteiras digitais podem ser obrigadas a suspender a negociação de determinadas stablecoins para cumprir regras locais;
  • Aumento de custos de conformidade: exigências regulatórias podem elevar os custos operacionais, afetando o ecossistema e reduzindo a atratividade para os investidores.

Na União Europeia, o regulamento MiCA estabelece um enquadramento específico para ativos digitais, incluindo as stablecoins. Já nos Estados Unidos, propostas como o GENIUS Act pretendem impor regras mais rigorosas relativamente à transparência e às reservas.

Para mitigar este risco, é importante acompanhar a evolução da regulação das stablecoins e privilegiar moedas emitidas por entidades que cumpram padrões claros de conformidade e auditoria.

A importância da pesquisa ao escolher uma stablecoin para investimento

Nem todas as stablecoins oferecem o mesmo nível de segurança ou transparência. Antes de decidir investir em stablecoins, é fundamental realizar uma análise cuidada sobre o ativo, a entidade emissora e o seu modelo de funcionamento.

Alguns pontos-chave a avaliar incluem:

  • Transparência das reservas: verifique se as reservas que sustentam a moeda são auditadas regularmente por entidades independentes;
  • Histórico de estabilidade: confirme se a stablecoin manteve a paridade com o ativo de referência, especialmente em períodos de stress de mercado;
  • Modelo de emissão: confira se é garantida por moeda fiduciária ou se é algorítmica, e quais são os riscos associados;
  • Adoção no mercado: as stablecoins amplamente aceites em plataformas de negociação e protocolos DeFi tendem a oferecer maior liquidez e utilidade.

Na prática, a escolha de stablecoins confiáveis passa por combinar dados técnicos com uma avaliação da reputação e da credibilidade da entidade emissora. Este cuidado não elimina os riscos das stablecoins, mas reduz significativamente a probabilidade de enfrentar perdas inesperadas.

Stablecoins e a volatilidade das criptomoedas

Num mercado em que os preços podem oscilar de forma acentuada em poucas horas, as stablecoins funcionam como um contrapeso à volatilidade das criptomoedas. Ao manterem o valor próximo de um ativo de referência, oferecem aos investidores uma ferramenta para proteger o capital e gerir riscos sem sair totalmente do ecossistema digital.

O papel das stablecoins durante as crises financeiras

Em períodos de turbulência económica ou instabilidade no mercado cripto, muitos investidores optam por converter os seus ativos voláteis em stablecoins. Esta estratégia permite preservar valor e manter liquidez sem a necessidade de converter para moeda fiduciária.

Durante quedas acentuadas de criptomoedas tradicionais, como Bitcoin ou Ethereum, as stablecoins funcionam como uma espécie de “porto seguro” digital, oferecendo:

  • Proteção contra perdas adicionais resultantes de desvalorizações rápidas;
  • Facilidade de reinvestimento quando surgem novas oportunidades;
  • Menor exposição à volatilidade enquanto se aguarda por sinais de recuperação do mercado.

Este papel estabilizador não elimina totalmente o risco, especialmente no caso de stablecoins algorítmicas, mas reduz significativamente o impacto de movimentos bruscos, tornando-as um elemento valioso em estratégias de gestão de risco.

Como utilizar stablecoins para proteger o seu portefólio em tempos de elevada volatilidade

A utilização estratégica de stablecoins pode ser decisiva para reduzir o impacto de períodos de instabilidade nos mercados.

Ao transferir parte do capital de criptomoedas para ativos estáveis, é possível proteger os ganhos já realizados e evitar perdas adicionais enquanto se aguarda por melhores condições para voltar a investir.

Algumas abordagens comuns incluem:

  • Reequilibrar o portefólio: converter uma parte das posições mais voláteis em stablecoins quando os indicadores de mercado apontam para risco acrescido;
  • Manter liquidez para oportunidades: ter capital pronto para aproveitar quedas de preço de outros ativos sem recorrer a depósitos adicionais;
  • Proteger posições em trading alavancado: utilizar stablecoins como margem de segurança para evitar liquidações forçadas em momentos de elevada volatilidade.

Na plataforma da XTB, é possível acompanhar gráficos, definir alertas de preços e aceder a análises de mercado que ajudam a identificar o momento certo para adotar este tipo de estratégia.

Quais são as stablecoins mais confiáveis para investir em 2025?

O crescimento do mercado de stablecoins trouxe uma grande diversidade de opções, mas nem todas oferecem o mesmo nível de segurança, liquidez ou adoção. 

Ao considerar investir em stablecoins, é fundamental identificar aquelas que demonstraram resiliência em diferentes ciclos de mercado e que cumprem padrões elevados de transparência e conformidade regulatória.

Os critérios para definir uma stablecoin como “confiável” incluem:

  • Reservas totalmente colateralizadas e auditadas;
  • Histórico sólido de manutenção da paridade com o ativo de referência;
  • Elevada aceitação em plataformas de negociação, carteiras digitais e protocolos DeFi;
  • Cumprimento de normas regulatórias nos mercados em que opera.

As stablecoins mais populares e bem avaliadas

Em 2025, algumas stablecoins destacam-se pela sua ampla adoção, histórico consistente e confiança por parte de investidores institucionais e individuais:

USDT (Tether)

A maior em capitalização de mercado e uma das mais antigas. É amplamente utilizada para transações e como par de negociação em praticamente todas as grandes corretoras. Mantém reservas em ativos financeiros e moeda fiduciária, embora tenha sido alvo de escrutínio regulatório no passado.

USDC (USD Coin)

Emitida pela Circle, é reconhecida pela transparência das suas auditorias e pela forte presença em aplicações DeFi. Tem mantido de forma consistente a paridade com o dólar e expandido a sua utilização para pagamentos comerciais.

DAI

Uma stablecoin descentralizada gerida pelo protocolo MakerDAO. É garantida por um conjunto de criptoativos e parcialmente regulada por mecanismos algorítmicos. Oferece maior independência de entidades centralizadas, mas pode ser mais complexa para utilizadores iniciantes.

O impacto dos eventos macroeconómicos nas stablecoins mais confiáveis

As stablecoins confiáveis não operam num vácuo. Fatores macroeconómicos e geopolíticos podem influenciar a perceção de segurança, a liquidez e até a capacidade de manter a paridade com o ativo de referência.

Alguns exemplos de eventos com impacto direto incluem:

  • Alterações nas taxas de juro: a subida das taxas de juro nos EUA, por exemplo, pode aumentar o custo de manutenção das reservas em títulos do Tesouro, afetando a rentabilidade das entidades emissoras;
  • Crises de liquidez no setor financeiro: tal como aconteceu com alguns bancos norte-americanos em 2023, a falência ou instabilidade de instituições que guardam reservas pode gerar incerteza e provocar desvios temporários na paridade;
  • Evolução da regulação: a implementação de regulamentos como o MiCA na União Europeia ou o GENIUS Act nos EUA pode reforçar a confiança, mas também impor novos requisitos de capital e compliance;
  • Mudanças no apetite de risco dos investidores: em fases de aversão ao risco, aumenta a procura por stablecoins apoiadas em moeda fiduciária, enquanto as algorítmicas podem perder atratividade.

Para o investidor que utiliza a XTB, a monitorização destes fatores através de análises de mercado, calendários económicos e notícias em tempo real é fundamental para tomar decisões informadas sobre quando e como investir em stablecoins.

Como é que as stablecoins estão a moldar o futuro das finanças digitais?

As stablecoins deixaram de ser apenas uma curiosidade tecnológica e assumem atualmente um papel estruturante no ecossistema financeiro digital.

Ao combinarem a rapidez e a eficiência das transações em blockchain com a previsibilidade de valor associada a moedas fiduciárias ou ativos reais, estão a abrir caminho para novas soluções em pagamentos, investimento e inclusão financeira.

O seu impacto estende-se a várias frentes:

  • Potenciam a integração entre o sistema financeiro digital e o setor bancário tradicional;
  • Facilitam o crescimento de aplicações de finanças descentralizadas, oferecendo um ativo estável para operações nesse ecossistema;
  • Servem de base para o desenvolvimento de novos modelos de negócio digitais, desde comércio eletrónico até remessas internacionais de baixo custo.

Esta evolução indica que as stablecoins não são apenas um produto do presente, mas também um elemento central no desenho do futuro das finanças globais.

O papel das stablecoins na descentralização financeira (DeFi)

O ecossistema DeFi (Finanças Descentralizadas) depende fortemente das stablecoins para funcionar de forma estável e previsível.

Ao servirem como moeda de referência em protocolos descentralizados, as stablecoins permitem que utilizadores de todo o mundo acedam a serviços financeiros sem depender de bancos ou intermediários tradicionais.

No contexto do DeFi e stablecoins, estas moedas são utilizadas para:

  • Empréstimos e crédito: funcionam como garantia ou ativo emprestado, permitindo obter juros previsíveis;
  • Yield farming e staking: geram rendimento ao fornecer liquidez a pools ou ao participar em protocolos que recompensam a utilização de stablecoins;
  • Corretoras descentralizadas (DEX): atuam como exchange sem intermediários, ajudando a reduzir o risco associado à volatilidade das criptomoedas tradicionais.

Para os investidores que utilizam a XTB como principal plataforma de negociação, compreender este papel é relevante não apenas para explorar oportunidades de diversificação, como também para avaliar como a expansão do DeFi pode influenciar a procura e o valor de determinadas stablecoins no futuro.

O impacto das stablecoins na inclusão financeira global

As stablecoins estão a desempenhar um papel cada vez mais relevante na redução das barreiras de acesso ao sistema financeiro.

Em regiões onde a infraestrutura bancária é limitada ou onde o acesso a contas tradicionais é dispendioso e burocrático, estas moedas digitais oferecem uma alternativa prática e de baixo custo.

Entre os benefícios mais evidentes encontram-se:

  • Acesso imediato a transações internacionais: sem necessidade de intermediários e com custos muito inferiores aos dos métodos tradicionais;
  • Proteção contra instabilidade monetária: em países com moedas sujeitas a elevada inflação ou desvalorização, as stablecoins oferecem um refúgio em ativos indexados a moedas mais estáveis, como o dólar ou o euro;
  • Facilidade de integração com aplicações digitais: desde carteiras móveis a plataformas de comércio eletrónico, permitindo que pequenos negócios aceitem pagamentos digitais de forma simples e segura.

Este impacto social e económico demonstra que as stablecoins não são apenas ferramentas de diversificação de portefólio ou gestão de liquidez, mas também instrumentos que podem contribuir para um sistema financeiro mais inclusivo e globalizado.

O impacto das stablecoins na regulamentação financeira global

A rápida expansão do mercado de stablecoins colocou estas moedas digitais no centro do debate regulatório internacional.

Governos e entidades supervisoras procuram equilibrar dois objetivos: incentivar a inovação e a competitividade no setor financeiro digital e garantir a proteção dos consumidores e a estabilidade do sistema.

À medida que ganham escala e penetração no comércio, nas remessas e até no sistema financeiro, aumenta a necessidade de definir regras claras relativamente à emissão, às reservas, à auditoria e à supervisão destas moedas.

Como os governos estão a reagir ao crescimento das stablecoins

A resposta dos governos ao crescimento das stablecoins tem sido variada, mas segue um padrão comum: aumentar a supervisão e impor requisitos que reforcem a transparência e a segurança destas moedas.

Alguns exemplos recentes incluem:

  • União Europeia: com a entrada em vigor do regulamento MiCA, os emissores de stablecoins passam a ter de manter reservas totalmente colateralizadas, apresentar auditorias regulares e cumprir normas rigorosas de governação;
  • Estados Unidos: o GENIUS Act, aprovado em 2025, estabelece critérios claros para emissão e operação, incluindo auditorias independentes e limites de exposição a determinados ativos;
  • Mercados emergentes: países como o Brasil, a Nigéria ou a Índia estudam ou já implementaram quadros regulatórios específicos para stablecoins, focando-se na prevenção do branqueamento de capitais e na integração com sistemas de pagamentos nacionais.

Esta atenção regulatória demonstra que as stablecoins já não são vistas como um nicho tecnológico e passaram a fazer parte integrante das discussões sobre o futuro do sistema financeiro.

A necessidade de regulamentação para manter o sistema financeiro estável

O crescimento das stablecoins levanta questões sobre a sua influência na política monetária, na liquidez global e na estabilidade dos mercados financeiros.

Sem uma supervisão adequada, existe o risco de estas moedas digitais serem utilizadas para contornar controlos de capitais, facilitar fluxos financeiros ilícitos ou criar vulnerabilidades sistémicas.

Uma regulamentação clara e consistente ajuda a:

  • Garantir a solidez das reservas que sustentam cada stablecoin;
  • Proteger os utilizadores contra emissões fraudulentas ou modelos insustentáveis;
  • Prevenir riscos sistémicos, integrando as stablecoins no quadro de supervisão financeira existente;
  • Fomentar a confiança tanto dos investidores institucionais como dos utilizadores particulares.

A criação de um enquadramento regulatório harmonizado, à semelhança do que o MiCA pretende alcançar na União Europeia, será determinante para que as stablecoins evoluam de forma sustentável e segura, integrando-se plenamente no sistema financeiro.

Stablecoins vs. criptomoedas tradicionais: qual é a diferença para os investidores?

Apesar de partilharem a mesma infraestrutura tecnológica (blockchain), as stablecoins e as criptomoedas tradicionais têm propósitos e perfis de risco bastante distintos.

Enquanto ativos como Bitcoin e Ethereum são conhecidos pela sua volatilidade e potencial de valorização, as stablecoins destacam-se pela estabilidade e pela previsibilidade de preço.

Para o investidor, esta diferença traduz-se em usos complementares:

  • Criptomoedas tradicionais: mais adequadas para estratégias especulativas ou a longo prazo, em que a valorização do ativo é o principal objetivo;
  • Stablecoins: ideais para gestão de liquidez, preservação de capital em períodos de instabilidade e como meio de transação eficiente no ecossistema cripto.

Compreender este contraste é essencial para decidir como diversificar o portefólio e alinhar cada tipo de ativo com objetivos específicos de investimento ou negociação.

O que diferencia as stablecoins das criptomoedas voláteis como a Bitcoin?

A principal diferença entre stablecoins e criptomoedas como a Bitcoin está no objetivo e no comportamento de preço.

  • Stablecoins: mantêm uma paridade com um ativo de referência (como o dólar ou o euro), o que lhes confere menor volatilidade e previsibilidade no valor. Servem como meio de pagamento, reserva temporária de valor e base para operações no ecossistema cripto e DeFi;
  • Bitcoin e outras criptomoedas tradicionais: funcionam como ativos descentralizados sem lastro físico, cujo valor é determinado pela oferta e pela procura. Podem registar oscilações significativas em curtos períodos, oferecendo maior potencial de valorização, mas também riscos mais elevados.

Enquanto a Bitcoin é frequentemente comparada a uma “reserva de valor digital” e utilizada em estratégias de investimento a longo prazo, as stablecoins são mais indicadas para gestão de liquidez e transações rápidas e previsíveis.

Como é que a relação entre stablecoins e criptomoedas pode afetar o mercado?

As stablecoins e as criptomoedas têm uma relação de interdependência que influencia diretamente a dinâmica do mercado cripto.

  • Fonte de liquidez: as stablecoins funcionam como pares de negociação para a maioria dos ativos digitais. Uma elevada procura por stablecoins pode indicar que os investidores estão a sair de posições mais arriscadas, aguardando novas oportunidades;
  • Indicador de sentimento: movimentos significativos de capital de criptomoedas voláteis para stablecoins tendem a sinalizar prudência ou receio no mercado. O inverso pode indicar maior apetite por risco;
  • Estabilidade do ecossistema: em momentos de forte volatilidade, a capacidade das stablecoins de manter a paridade ajuda a evitar movimentos ainda mais bruscos nos preços de outros criptoativos.

Para quem utiliza a XTB, acompanhar esta relação é uma ferramenta valiosa para interpretar tendências, identificar potenciais pontos de entrada ou saída e ajustar estratégias em ativos mais ou menos voláteis, consoante o contexto do mercado.

Como utilizar stablecoins como ferramenta de pagamento e investimento

As stablecoins ganharam relevância não apenas como reserva de valor no ecossistema cripto, mas também como meio de pagamento rápido, barato e global. 

Ao aliarem a estabilidade de preços à infraestrutura da blockchain, permitem transações quase instantâneas e com custos reduzidos, tanto para particulares como para empresas.

No campo do investimento, oferecem flexibilidade para movimentar capital entre diferentes plataformas, aproveitar oportunidades no DeFi ou proteger ganhos já realizados.

Como utilizar stablecoins para fazer transações mais rápidas e baratas

As stablecoins permitem transferir valor de forma quase instantânea entre carteiras digitais, plataformas de negociação ou até entre países diferentes, com custos muito inferiores aos métodos bancários tradicionais ou às transferências internacionais convencionais.

Entre as principais vantagens operacionais destacam-se:

  • Velocidade: transações confirmadas em minutos ou segundos, dependendo da rede blockchain utilizada;
  • Custos reduzidos: taxas significativamente mais baixas comparativamente a transferências internacionais ou pagamentos com cartão;
  • Acessibilidade global: possibilidade de enviar ou receber pagamentos a partir de qualquer lugar com ligação à Internet, sem necessidade de conta bancária;
  • Integração com serviços digitais: facilidade em utilizar stablecoins para pagamentos em plataformas online, comércio eletrónico e protocolos DeFi.

Este uso torna-as particularmente atrativas para empresas com clientes ou fornecedores no estrangeiro, freelancers que trabalham para mercados internacionais e investidores que necessitam de movimentar capital rapidamente entre diferentes oportunidades de investimento.

Estratégias para investir com stablecoins em diferentes plataformas

As stablecoins podem ser utilizadas de várias formas no contexto de investimento, oferecendo segurança relativa e elevada liquidez para executar estratégias diversificadas. Algumas das abordagens mais comuns incluem:

  • Participação em protocolos DeFi: alocar stablecoins em plataformas de empréstimo descentralizadas ou pools de liquidez, obtendo retorno sob a forma de juros ou recompensas;
  • Trading: utilizar stablecoins como base para entrar e sair rapidamente de posições em criptomoedas tradicionais, sem exposição prolongada à volatilidade;
  • Arbitragem: explorar diferenças de preço da mesma stablecoin entre corretoras ou mercados distintos, obtendo ganhos com as discrepâncias temporárias;
  • Rendimento passivo em corretoras: algumas plataformas centralizadas remuneram depósitos em stablecoins, investindo as reservas em ativos de baixo risco.

Na XTB, é possível acompanhar os movimentos do mercado de stablecoins através de análises diárias, gráficos em tempo real e ferramentas que ajudam a identificar oportunidades para integrar estas estratégias numa gestão de portefólio mais eficiente.

Conclusão

As stablecoins conquistaram um espaço relevante no ecossistema cripto, combinando a agilidade da blockchain com a previsibilidade de valor associada a ativos de referência.

Seja para proteger capital em momentos de incerteza, facilitar transações rápidas e económicas ou explorar oportunidades em finanças descentralizadas, estas moedas digitais oferecem utilidade prática e versatilidade.

No entanto, tal como qualquer instrumento financeiro, exigem uma análise cuidada dos riscos e das características de cada projeto antes de investir. Na XTB, dispõe de ferramentas, análises e recursos educativos que o ajudam a tomar decisões mais informadas e a integrar as stablecoins numa estratégia de investimento equilibrada e promissora.

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Este material é uma comunicação de marketing na aceção do artigo 24.º, n.º 3, da Diretiva 2014/65 / UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, sobre os mercados de instrumentos financeiros e que altera a Diretiva 2002/92 / CE e Diretiva 2011/61/ UE (MiFID II). A comunicação de marketing não é uma recomendação de investimento ou informação que recomenda ou sugere uma estratégia de investimento na aceção do Regulamento (UE) n.º 596/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho de 16 de abril de 2014 sobre o abuso de mercado (regulamentação do abuso de mercado) e revogação da Diretiva 2003/6 / CE do Parlamento Europeu e do Conselho e das Diretivas da Comissão 2003/124 / CE, 2003/125 / CE e 2004/72 / CE e do Regulamento Delegado da Comissão (UE ) 2016/958 de 9 de março de 2016 que completa o Regulamento (UE) n.º 596/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho no que diz respeito às normas técnicas regulamentares para as disposições técnicas para a apresentação objetiva de recomendações de investimento, ou outras informações, recomendação ou sugestão de uma estratégia de investimento e para a divulgação de interesses particulares ou indicações de conflitos de interesse ou qualquer outro conselho, incluindo na área de consultoria de investimento, nos termos do Código dos Valores Mobiliários, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 486/99, de 13 de Novembro. A comunicação de marketing é elaborada com a máxima diligência, objetividade, apresenta os factos do conhecimento do autor na data da preparação e é desprovida de quaisquer elementos de avaliação. A comunicação de marketing é elaborada sem considerar as necessidades do cliente, a sua situação financeira individual e não apresenta qualquer estratégia de investimento de forma alguma. A comunicação de marketing não constitui uma oferta ou oferta de venda, subscrição, convite de compra, publicidade ou promoção de qualquer instrumento financeiro. A XTB, S.A. - Sucursal em Portugal não se responsabiliza por quaisquer ações ou omissões do cliente, em particular pela aquisição ou alienação de instrumentos financeiros. A XTB não aceitará a responsabilidade por qualquer perda ou dano, incluindo, sem limitação, qualquer perda que possa surgir direta ou indiretamente realizada com base nas informações contidas na presente comunicação comercial. Caso o comunicado de marketing contenha informações sobre quaisquer resultados relativos aos instrumentos financeiros nela indicados, estes não constituem qualquer garantia ou previsão de resultados futuros. O desempenho passado não é necessariamente indicativo de resultados futuros, e qualquer pessoa que atue com base nesta informação fá-lo inteiramente por sua conta e risco.

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